Pesquisa

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ROMANCES MENSAIS

LIVRO IV - COMPETIÇÕES DE ABRIL

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CAPÍTULO III - PESQUISA

Assim que finalmente decidimos o projeto que iríamos fazer, Barry e eu demos início a pesquisa. A primeira parte de definir o problema e como poderíamos fazer a solução tinha saído. Agora vinha o grande desafio, que era encontrar formas de realizar a biofortificação dos alimentos e descobrir quais matérias primas iríamos precisar para colocar em prática a nossa ideia. Ainda que a primeira parte do projeto fosse a entrega do relatório, sem um conhecimento prévio e um teste para confirmar a efetividade do produto, seria difícil finalizar o relatório à tempo.

E para evitar que brigássemos e acabássemos perdendo o foco do projeto, resolvemos que a melhor forma de conseguir iniciar nossa pesquisa era trabalhando individualmente em busca de material de estudo. Depois, nós nos reuniríamos para dá início a terceira parte do trabalho que seria os testes com os produtos. Para isso, nós também precisaríamos de ajuda com detalhes nutricionais e encontrar pessoas que concordassem em ser parte dos experimentos.

Eu esperava que no meu dia de folga da faculdade e do Hawkeye, eu conseguisse pesquisar mais sobre os elementos necessários para evitar a desnutrição e quais são os alimentos mais ricos nesses nutrientes, mas eu estava começando a ficar esgotada e frustrada. Mesmo depois de tantas pesquisas, eu não tinha nada ainda e o prazo da entrega do relatório estava ficando cada vez menor.

Por causa de todos esses detalhes e a minha rotina de correria com o Hawkeye e a faculdade, eu me sentia exausta. Enquanto encarava a televisão desligada na sala de estar, Sara aparece com uma toalha na cabeça, recém-saída do banho. A loira se senta no outro sofá e me encara como se estivesse sem dormir há dias. Minha colega de apartamento suspira e dá um fraco sorriso. Mais uma vez, ela havia passado dias fora e retornou para casa de madrugada.

- Você está bem? - Pergunto, preocupada com o visível cansaço de Sara.

- Sim. Apenas estou cansada por passar tanto tempo fora. - Responde, dando de ombros. - E você? O que está fazendo?

- Pesquisa da faculdade. Preciso realizar um projeto complicado e as coisas não estão saindo como eu queria. - Explico e ela assente, como se entendesse. Retiro os óculos que eu usava apenas para estudos e coloco sobre os inúmeros livros em cima da mesa de centro. - Café?

- Oh, sim! Por favor! Eu preciso urgente de cafeína nas minhas veias. - Dramatiza, deitando no sofá. Rio da loira e sigo para a cozinha. Eu também precisava urgente de café. A quantidade de informações que estavam na minha cabeça estava para me deixar louca.

Enquanto ligo a cafeteira, observo Sara deitada de maneira relaxada no sofá. Eu não sei muita coisa sobre a minha colega de apartamento. Tudo o que sei é que se chama Sara Lance, tem vinte e três anos, é viciada em cafeína e trabalha em uma agência do governo. Ela passa mais tempo viajando do que em casa e quando está, foca a maior parte do tempo dormindo. Sara não fala sobre a sua família nem sobre sua vida profissional.

Ela apareceu em um dia de tempestade, com um jornal na mão com o anúncio que eu havia colocado para dividir o apartamento. Desde então, nós temos nos dado bem. Apesar de ser um mistério para mim, eu sinto que posso confiar nela. Então mesmo que eu morra de curiosidade para saber sobre a pessoa com quem divido o apartamento há dois anos, eu prefiro não invadir sua privacidade e respeitar seu desejo.

Sara então se levanta e liga a televisão. Pego nossas canecas de gatinhos e coloco o café pronto. Entrego uma das canecas para Sara e me sento no sofá para ver o que atraia tanto a atenção da loira. Parecia ser uma reportagem sobre um assassinato incomum na cidade. Como eu não havia acompanhado o início da matéria, eu não sabia dizer o que estava acontecendo.

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