cold

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Você e Carl gostavam de sair todas as noites além dos muros de Alexandria, por algum motivo que sequer vocês entendiam direito. Apenas gostavam de sentir que não eram como os outros, que se limitavam aos muros. E até então, eram apenas amigos, até que em mais uma dessas saídas, Carl começou a pensar se os dois não deveriam ser mais que isso.

-S/N? -Carl bateu na porta de seu quarto e chamou baixinho. -Vamos?
-Claro. Apenas... espere eu pegar uns salgadinhos na gaveta. -Você ouviu Carl rir baixo e balbuciar um "tudo bem". -Pronto, vamos. -Você disse, abrindo a porta.
-Onde arrumou salgadinhos?
-Na dispensa.
-Espere...-Ele parou. -Você roubou?
-Eu disse para a Olívia que Judith só dormia se comesse um desses de queijo.
-A Judi tem só três anos. Se ela encostasse num desses ela provavelmente passaria muito mal.
-É, mas a Olívia não sabe sobre isso.
Os dois riram, e foram até o limite dos muros. Assim que pularam para fora, acenderam as lanternas e colocaram as armas em punho. Felizmente, não tinha nenhum errante por perto. Então, apenas largaram as armas e ficaram andando com a lanterna apontando em direções aleatórias, sem dizer nada, apenas atentos, pois qualquer barulho poderia ser significativo. Até que Carl decidiu falar alguma coisa. Ou, melhor falando, sussurrar.

-Pode abrir um salgadinho?
-Claro. -Você abriu a mochila. -Tem de presunto também.
-Queijo é melhor.
-Com certeza. Só peguei o de presunto para não apodrecer na dispensa. E esse sim eu roubei. Mas, Olívia nem vai dar falta.
-Esperamos que não. Mas então... você parece... diferente hoje.
-Carl, eu estou igual todos os outros dias.
-Não diante dos meus olhos. -Ele sorriu de lado.
-O que você quer dizer?
-Não sei. Desculpe, eu sou péssimo com isso.
-"Com isso" o que?
-Meu Deus, S/N, você é muito lenta!
-Ei! -Você riu. -Eu não sou lenta. E bem, você que não sabe se expressar.
-E isso é verdade.
-Tente outra vez.
-Certo... então... eu gosto de você.
-O QUE?
-Ah meu Deus, não grita!
-Desculpe... eu só...
-Não gosta de mim?
-Não, eu...
-Tudo bem, não tem problema. Vamos só... voltar. Vamos voltar para Alexandria.
-CARL, ESPERE! -Você gritou, enquanto o garoto já dava volta para casa. -Espere.
-Que foi?
-Eu gosto de você.
-Sério?
-Claro que sim.
-Você quer ser... -Ele limpou a garganta. -Você quer ser minha namorada?
-Quero.
-Certo... -Ele riu, baixo, e estendeu a mão para você. -Vamos voltar, namorada. Está ficando frio aqui fora.
Você estendeu a mão para ele, e voltaram para Alexandria.

Imagine Carl GrimesOnde histórias criam vida. Descubra agora