the ALMOST end

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Você e Carl tinham dormido juntos na noite passada. Porém, quando você acordou, ele não estava junto com você. Com um pulo, você levantou e foi até o andar de baixo, na cozinha. E, como você já esperava, lá estava ele, empilhando algumas panquecas.
-Você acordou mais cedo do que eu esperava.
-Sinto muito...?
-Eu pretendia levar isso para você na cama.
-E o que exatamente é isso?
-Um café da manhã. Tem panquecas com calda de chocolate, algumas frutas, suco de laranja natural, cereal em flocos e uma fatia daquele queijo que você gosta.
-VOCÊ ENCONTROU QUEIJO PRADA?
-Foi bem complicado, mas sim, eu encontrei.
Você foi correndo até o garoto e abraçou o mesmo, em seguida enchendo ele de beijos por todo o rosto.
-Eu te amo tanto. -Você disse.
-Uau, se eu soubesse que ficaria tão feliz por conta de um queijo, teria dado pra você uma fatia ao invés de um anel de compromisso quando pedi você em namoro.
Você riu. Claro que não amava ele somente por conta de uma fatia de queijo, mas sim pelo fato de que ele era um namorado incrível, que fazia muito bem para você. E, nunca que você poderia imaginar como seria sua vida sem ele por perto. Ele era a única pessoa que de fato, você conseguia ser totalmente você.
-Eu também te amo. -Ele respondeu baixinho, depois de um tempo abraçados e em silêncio. -Eu preciso terminar isso, e você vai subir para o quarto e fingir que essa ceninha melosa nunca aconteceu, certo?
-Ta bom. -Você disse, indo em direção a escada.
-Ah, e não esqueça de fingir surpresa quando me ver entrando com a bandeja.
-Claro, pode deixar... Idiota.
-Eu escutei isso. E sim, eu sou um idiota.
-Que bom que escutou. Isso significa que você não tem problema de audição. -Você falou, enquanto virava na direção dele novamente.
-Acho que já basta ser cego de um olho, não é? -Isso era algo com que você tinha ajudado Carl: ele era muito inseguro em relação a sua aparência por conta do seu olho. Mas, você salvou ele disse. Assim como ele já tinha salvo você de muitas coisas...
-É, talvez. Mas, Carl... Você vai acabar queimando as panquecas.
-Puta merda! -Ele disse, virando em direção as panquecas e vendo que de fato algumas já tinham sido queimadas.
-Como eu disse:idiota. -Você falou, subindo para o quarto novamente.

Depois de um tempo, Carl entrou no quarto junto de uma bandeja farta.
-Não coma as panquecas de baixo. Elas queimaram.
-Como cozinheiro você é um ótimo namorado.
-Muito obrigado.
Vocês dois sentaram na cama, ficaram comendo e conversando. E, para sua surpresa, as panquecas tinham ficado gostosas. Quando terminaram, foram dar um passeio em Alexandria. Deram várias voltas na comunidade, enquanto falavam sobre assuntos diversos: O fato de que Negan agora era um de vocês, o fim da guerra contra os Sussurradores, o encontro com a nova comunidade, os novos amigos que tinham feito, e... aqueles que tinham perdido, como o Henry e Enid. Nesse momento, o assunto ficou meio pesado. Como ainda era cedo, perto de duas da tarde, os dois decidiram ir até Hilltop, onde tinham enterrado as cabeças. Maggie continuava liderando por lá, e vocês sentiam a falta dela.
Foram o caminho todo a pé, já que nenhum dos dois era bom em dirigir. Quando chegaram, eram quase três e meia. Sim, passaram bastante tempo andando, com pequenas pausas, mas não se importaram. Gostavam de ficar fora dos muros, e também, com cada ano que passava, os errantes pareciam cada vez se tornarem menor quantidade.
-Ei, é o filho do Grimes e a namorada! Abram o portão! -O homem na vigia disse.
Assim, vocês assentiram com a cabeça para agradecer, e entraram. Logo, foram recebidos de braços abertos por Maggie.
-Ei, quanto tempo que eu não vejo vocês.
-É, parece que o cargo de líder trouxe muitas ocupações.
-Na verdade, acho que foi o cargo de mãe mesmo. -Ela respondeu, rindo.
-Falando nisso, onde está o Hershel Jr.? -Carl perguntou.
-Ele está lá dentro, brincando. Vocês podiam ter trazido a Judith e o Rick Jr. com vocês.
-Nós viemos como uma decisão de última hora, vamos ficar pouco. -Você explicou. -Viemos só ver você e o Hershel. Mesmo que os errantes sejam poucos agora, acho melhor não arriscar ficar andando por aí de noite.
-Com certeza... bem, vamos entrar.
No caminho para dentro, Maggie já tinha presumido que não tinham ido lá apenas para verem os dois e irem embora. Ela sabia sobre o quão próximos vocês dois eram do Henry e da Enid, então era óbvio que também visitariam os túmulos deles.
Assim que viram o garoto, que agora tinha dez anos, conversaram e brincaram um pouquinho com ele e de fato, foram até os túmulos, acompanhados de Maggie.
-Dá para acreditar que já faz cinco anos? -Carl perguntou. -Quer dizer... parece que faz tão pouco tempo.
-Eu sinto falta deles. -Você disse, colocando uma flor que tinha arrancado no meio do caminho para a comunidade, e escrevendo um JSS no túmulo de Enid, indo em seguida para os braços de Carl.
-Eu achei que a morte do Beta fosse fazer eu me sentir melhor, mas não fez. -Maggie falou.- Foi então que eu entendi que não mudaria nada matar o Negan.
-É, eu também. -Carl concordou. -Nós precisamos ir. Logo vai escurecer.
-Eu acompanho vocês novamente até o portão.
Maggie disse, e assim o fez.
-Obrigada por nos receber, Mag.
-Claro, sem problemas. Venham algum outro dia e fiquem.
-Pode deixar. Na próxima viremos com a Judi.
-Certo... -Maggie riu. -Até mais.
-Até. -Os dois responderam em uníssono, indo para casa.
Enquanto os portões se fechavam, Maggie deu um longo suspiro e em seguida sorriu sem mostrar os dentes. Por alguma razão, parecia o fim de algo. Talvez, o fim de todas as coisas ruins que tinham passado. Todas as guerras e pessoas que tinham perdido, talvez aquilo tudo finalmente tivesse passado e agora poderiam ficar em paz. E, ela ficava feliz em puder fazer parte daquele glorioso fim. O sol bateu no rosto de Maggie, indicando que estava se pondo. Ela entrou para dentro, esperando que os dois chegassem em casa antes de escurecer.

Imagine Carl GrimesOnde histórias criam vida. Descubra agora