La vie en rose (Jikook)

Captivant

O sol invadiu meu quarto atravessando a brecha que se formava entre cortinas sempre que o vento frio da manhã as soprava. Pisquei alguma vezes tentando me acostumar com a luz que vinha diretamente aos meus olhos, meio descorçoado, levantei-me. O dia do baile havia chegado e não tinha como eu estar mais desmotivado, minha noite não havia sido uma das melhores já que minha insônia insiste em atrapalhar meu sono. Suspirei pesadamente por longos segundos já de pé ao lado da minha cama, arrumei me casualmente a fim de tomar meu café em paz, mas claro que eu já sabia que naquele dia, as coisas não seriam tranquilas afinal, eu sou o anfitrião desta festa.

Já no café da manhã fui canhoneado por Seokjin e muitos serviçais para sancionar os aprestos finais para a noite. Estafado, decidi fugir para o jardim logo após o desjejum, passei sorrateiramente por entre o túnel de cerejeiras, o chão era coberto por pétalas de orquídeas e flores das cerejeiras que caiam, borboletas azuis voavam por todo o lugar o que causava um contraste bonito com todo o rosa das flores das árvores, no fim do túnel tinha enormes portões dourados, meu omma quem escolheu, era o lugar favorito dele. Passei pelos portões fechando-os assim que estava definitivamente dentro. Dos portões, uma pequena estradinha de tijolos amarelos guiava até o arco de rosas que dava entrada para o jardim definitivo, este arco era a única entrada pois estava ligado à cerca viva que contornava ovalmente o jardim, a estrada de tijolos amarelos também contornava todo o lado de fora da cerca viva porém diferente da que estava na minha frente, elas direcionavam para lugares diferentes. Para a esquerda, ela contornava todo o formato oval da cerca viva até o encontro de uma escada para a área aberta onde tinha um pequeno lago e mesas para chá. Para a direita, a estrada levava ao campo aberto de grama alta onde ficavam meus cavalos.

Adentrei o jardim já podendo ver o encanto e a imponência do lugar, era repleto de flores de diferentes tipos, rosas, camélias, girassóis, tulipas, copos de leite, violetas, jasmins, brincos de princesa, hortênsias, orquídeas, lírios, dálias, amarílis, anêmonas, angélicas, antúrios, crisântemos, gérberas, palmas, margaridas, eram tantas flores que era impossível contar e eu sabia o nome de cada uma. No centro uma fonte de pedras escorria água da parte menor para a maior sucessivamente, passarinhos banhavam-se ali mas saíram voando assim que notaram minha presença, de frente a fonte se encontrava uma namoradeira de cor branca repleta de flores, sentei-me nela respirando fundo e me largando desleixadamente. Meu omma amava cada parte daquele lugar e olhando ao redor eu sorri, pois podia sentir sua vida ali, enquanto aquele lugar vivesse ele também viveria, ali e em minhas memórias.

Encarei o céu com poucas nuvens perguntando me se alguém observava o céu naquele momento assim como eu, e se esse ser estivesse admirando a imensidão azul então, indiretamente, estávamos olhando um para o outro. Sorri com o pensamento bobo balançando a cabeça negativamente voltando a mirar o jardim, era evidente que ninguém estaria observando o céu naquele momento afinal ninguém perderia tempo com tal ação. Após um tempo ali respirando o ar vital, retornei ao palacete pois já estava quase na hora do almoço e muito ainda tinha que ser feito para a noite e cada vez que eu pensava sobre isso mais me arrependia de ter aceitado a ideia de Seokjin sobre dar um baile.

O resto da manhã passei em meu escritório assinando papéis, enviando cartas, abrindo cartas a respeito de minhas províncias, sancionando ou repudiando as últimas minúcias sugeridas para o baile, preparando premissas para um silogismo e elaborando propostas para os lordes que encontraria esta noite pois além de procurar por uma ou um parceiro, eu também pretendia fechar muitos acordos naquele baile. Mais tarde pude fazer uma pausa para almoçar junto ao meu primo Hoseok, ele logo partiria, dentro de três dias, de volta à sua casa que não ficava tão distante de meu palacete mas como um Marquês, Jung é um homem bastante ocupado e tinha muito trabalho lhe esperando em seu escritório.