Nouvelle

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Namjoon e Seokjin estavam em uma carruagem enquanto Taehyung e eu estávamos juntos em outra, por puro capricho. Ambas andavam na mesma presteza e faziam as paradas simultaneamente para trocar os cavalos em alguma vila. Era madrugada quando avistamos as primeiras casas após a fronteira já próximos à nossa terra. O aniversário de Namjoon seria no dia seguinte e os preparativos já estavam bem adiantados, já que Jin deixara instruções antes de partir na longa viagem de um dia ao castelo Kim. Um dia antes, Seokjin havia conversado comigo discretamente sobre a surpresa e acabamos em um assunto ligado ao ômega Park Jimin, foi então que Jin sugerira que eu convidasse o Park. Claro que eu fiquei receoso, afinal eu estaria fazendo um convite tardio e decerto seus pais não outorgariam que ele saísse inerme na minha companhia.

Mas no fim eu acabei por anuir, decidido de que a primeira coisa que eu faria assim que pisasse os pés em meu palacete seria escrever uma carta ao pai do ômega. Os primeiros raios de sol já amornavam as terras de meu palacete quando adentrei a casa após despedir-me de Jin e Namjoon, Taehyung ficaria em minha casa até a surpresa de Namjoon, depois teria que passar uma longa temporada no castelo aprendendo seu ofício, já que seu pai estava furioso por Tae sempre estar longe das terras do reino em suas aventuras mundo afora. Deixei Taehyung se acomodar e tratei de me dirigir a meu gabinete onde escrevi uma carta ao Conde Park requestando-lhe anuência para ter Jimin como meu acompanhante em um banquete surpresa para um amigo mui próximo, ressaltei que esse era um bom ensejo para que eu e o ômega nos conheçamos melhor. Por fim, ditei que se ele porventura se sentisse contrafeito por outorgar que seu filho ômega passasse uma noite sozinho com um alfa lúpus, eu, ele poderia mandar um lobo de sua confiança para acompanhar o Park.

Claro que se Jimin viesse a ser meu acompanhante naquela noite, ele teria que pernoitar em meu palacete já que se o banquete ultimar mui tarde, seria custoso e perigoso mandá-lo de volta à sua casa na mesma noite. Por esse motivo, eu escrevi na carta que é totalmente compreensível se o Conde não anuir este encontro. Deixei explícito na carta que de todo modo, independente de sua resposta ser positiva ou não, eu iria na tarde do dia seguinte visitar o ômega e de lá, se fosse permitido o encontro à noite, partiriamos juntos ao palacete dos Kim. Por horas ponderei se seria mesmo o certo a se fazer, afinal, o que a sociedade diria de um ômega, sem um consorte, que pernoitara na propriedade de um alfa? Eu não dou ouvidos ao que as pessoas cochicham e espalham ao meu redor, mesmo se for sobre mim, mas o que Jimin e sua família acham sobre a opinião alheia? Talvez isso seja mais um motivo para que o senhor Park não permita. Por fim acabei, sem pensar muito, por pedir a um criado que entregasse a carta à residência Park. Eu estava em meu gabinete quando a Sra. Wang adentrou com meu desjejum, eu não havia comido nada desde que cheguei, foi então que me lembrei de Taehyung.

-Senhora Wang, Taehyung está bem? -Perguntei pesaroso por tê-lo esquecido.

-Sim senhor Jeon, o Príncipe já se alimentou e está agora com Jackson no jardim. -Jackson é um dos filhos da senhora Wang, ele é um exímio jardineiro e o único em que confio em suas mãos o jardim precioso de meu omma. -Outra coisa senhor, um dos criados da família Park trouxe isso há pouco tempo.

Peguei a carta de suas mãos com o cenho franzido, afinal o quão rápido minha mensagem chegara ao Conde para sua resposta ter chegado quase que em simultânea? Abri o papel logo pondo-me a ler, a letra era bem desenhada e caprichada, diria até meticulosa. Devido à cor fraca que a tinta ficava nas palavras constatei que aquela letra pertencia a alguém que possuía muita tênuidade nas mãos, não é uma regra, mas normalmente essas são características de ômegas. Meu coração subitamente acelerou ao perceber de quem se tratava.

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"Ao Duque Jeon,

Perdão por essa mesura mas eu não fazia ideia de como encetar, se seria certo chamá-lo de senhor ou talvez de vossa graça, decerto não seria pertinente encetar com querido, ou apenas Jeon. Sinto muito por, de início, já estar dando voltas com o assunto.

La vie en rose (Jikook)Onde histórias criam vida. Descubra agora