(R)EXISTA!

》Capítulo 3《

ANDREW

- Estava tudo ótimo até a senhora berrar, mãe. - Ela diz irritada.

Caramba! Estava quase... minha futura sogra quebrou o clima totalmente! Mas não posso me aborrecer por isso, talvez seja o destino me dando uma mãozinha, talvez seja a hora de mostrar quem é Andrew Garcia. E eu, do fundo do coração, espero que ela goste, caso contrário, estarei dando dois passos para trás ao invés de um para frente. Certamente já ouviu a frase "cortar o mal pela raiz", pois eu irei plantar diretamente na raiz, conquistando a filha pela mãe primeiro.

- Boa tarde, Senhora... ? - cumprimento-a sem ainda saber seu nome.
- Jennifer. - Lia diz.
- Olá, querido, boa tarde! Sou Jennifer Torres, prazer.
- O prazer é todo meu, senhora Torres. Meu nome é Andrew.
- Tudo bem, Andrew, mas não me chame de senhora. Nossa Senhora está no céu, pode me chamar de Jennifer. - Um sorriso nasce em minha boca. Ela parece ser uma graça, estou ansioso para conhecê-la. Jennifer completa em seguida:
- Portão não é lugar de conversar, gente. Convide-o para entrar, Lia.
- Não me diga como tratar minhas visitas, mamãe. Eu ia fazer isso, mas a senhora sempre rouba a cena, não é? - Minha futura sogrinha sorri e sai da janela.
- Então... gostaria de entrar?
- Seria um prazer.
- A gente está falando em um tom de eras passadas. Percebeu?
- Eu sou um cavalheiro, ajo como tal. - Provoco.
- Pois pode ir tirando seu alazão da chuva, isso é ridículo. - Ela ri.

Até parece que sou formal assim sempre, mal sabe ela que tudo isso é para ver aquele sorriso meigo, aquelas bochechas coradas e aquele jeito desajeitado que ela tem. Lia, isso é só o começo da nossa história, você não perde por esperar!

- LIAAAAAAAA. - Jennifer grita de dentro da casa.
- Essa mulher um dia ainda vai me matar de vergonha. Vamos entrar logo antes que ela venha te puxar pelo braço.

Aperto o alarme para travar o carro e seguimos até a porta de sua casa. É uma casa simples, porém bem limpa e decorada. Coisas simples me atraem. E a simplicidade é algo que enxergo de longe na Lia, talvez seja por isso que estou fazendo o possível e o impossível para ficar com ela. Não vou fazer rodeios, ela está ciente que quero ela e se ainda não deu um basta significa que ela também deva estar interessada. Pode acreditar, não deixarei que ela me escape. Consigo sentir nosso futuro juntos nos chamando, a cada segundo que passo ao lado dela, pareço aquele típico cara apaixonadinho clichê, mas tenho muitos planos para que Lia fique comigo, qualquer pessoa ficaria impressionado se soubesse.
Assim que chegamos à porta da casa, ela vira para mim e diz:

- Desde já, me desculpa pelas coisas desnecessárias que a minha mãe irá falar para você. Desde já, estou com vergonha. E só queria dizer que por mais que eu quisesse que você conhecesse minha casa, não irei mentir, ao mesmo tempo não queria. Minha mãe às vezes pode ser um pouco...
- Não se preocupe! Da sua mãe cuido eu, gosto de desafios. E eu gosto de ver você tímida, não será uma tortura de forma alguma para mim.
- Mas para mim, vai ser com toda certeza do mundo.
- Relaxa! Você é muito ansiosa.
- É verdade, tenho que parar com isso. Vamos logo antes que eu mude de ideia e saia correndo por aquele portão sem destino.
- Vamos! - Ela é um máximo mesmo. Penso rindo.

Ao adentrar sua casa, ela começa a me apresentar os cômodos. Primeiro passamos pela cozinha, que parece ter sido planejada. Os utensílios de cozinha e panelas são todos na cor vermelha, além do jogo de cozinha e panos de prato. Essa foi a única coisa que eu consegui observar pois seguimos rapidamente para a sala. Essa, toda em tons pastéis, desde as cortinas até o tapete. Uma smart TV pendurada em um painel na parede, e vejo uma poltrona vazia. Achei que a mãe dela estivesse repousando aqui. Quando menos espero, Jennifer sai de um dos quartos com uma caixa na mão. O que será que tem dentro daquela caixa?