(R)EXISTA!

》Capítulo 7《

ANDREW

Bom, se antes eu acreditava que o destino não queria eu e Lia juntos, hoje foi a confirmação disso. Como assim a Bruna é inimiga dela? Eu não poderia estar em situação pior. Sempre ouvi dizer que o mundo é pequeno, mas não achei que fosse tanto assim. E agora? Estou sentindo que as coisas só irão piorar daqui para frente. Tenho que controlar minha ex e minha futura atual, se é que esse termo existe.

- EX? - Ouço um berro de Lia.
- Calma, isso não é o fim do mundo, Lia. Só é uma coincidência. - Digo tentando acalmá-la. Missão impossível.
- E que puta coincidência! - Bruna diz rindo cinicamente.

Ela é implicante assim desde sempre, a conheço muito bem pelo fato de termos namorado durante quatro anos. Nós nos conhecemos na faculdade. Não fazíamos o mesmo curso, porém estudamos na mesma instituição. Eu cursava Arquitetura e ela Medicina Veterinária. Sempre foi apaixonada pelos animais e isso era uma das diversas coisas que eu gostava nela. No começo do nosso relacionamento era um mar de rosas, Bruna era supersimpática, engraçada, meiga, carinhosa e atenciosa, mas durante um tempo nosso relacionamento foi desgastando de uma forma inexplicável e quando notei a sua outra personalidade mais provocante, vingativa, possessiva e um pouco surtada, vi que ela não era a garota certa para mim. Então decidimos terminar e eu me afastei, mas creio que ela não superou nosso término cem por cento.

Após ouvir o deboche de Bruna, Lia mostra seu lado raivoso que eu ainda não tinha visto. Talvez ela seja assim só com quem não gosta, mas isso só descobrirei com o tempo, se é que ainda tenho algum tempo com ela. Lia fecha a cara e segue em direção à Bruna. Tento intervir me colocando a sua frente, porém vejo sangue nos seus olhos. Percebo que talvez se eu ficar na frente dela, eu estarei piorando as coisas, então decido me afastar.

Vejo que fiz uma má escolha deixando- a passar quando Lia agarra nos cabelos loiros de Bruna e as duas começam uma briga séria. Isso não é somente por mim, há algo no passado delas que contribui absurdamente para esse ódio mútuo. Vejo ambas gritando, se xingando e tentando machucar uma a outra. Claro que eu não posso ficar apenas observando essa cena deplorável no meio do parque de diversões. Isso aqui literalmente virou fogo no parquinho.

Entro no meio da briga das duas e um guarda do local me ajuda a separá-las. Agarro nos braços de Lia enquanto ele faz o mesmo com Bruna e finalmente conseguimos evitar uma catástrofe maior. Ambas pedem para que as soltemos, mas não fazemos isso.

- Me solta, Andrew! - Lia diz raivosa.
- Sinto muito, meu bem. Mas não posso fazer isso. Melhor irmos para casa.
- Eu não irei embora até quebrar a cara dessa vadia!
- Vamos ver se você dá conta então, linda. - Bruna rebate.

Nesse momento, Lia dá um chute no meu ponto mais sensível, no ponto mais sensível de qualquer homem, e caio no chão gritando de tanta dor. Então ela corre em direção à Bruna e dá-lhe um tapa no rosto. Nesse momento me sinto um inútil por estar no chão enquanto minha ex e minha futura namorada estão brigando seriamente. Tiro forças de onde não tenho, me levanto e consigo arrastá-la para longe de toda aquela situação enquanto vejo a marca dos cinco dedos de Lia no rosto de Bruna. Ambas estão chorando e tremendo de raiva. Talvez tenha sido uma má ideia virmos ao parque.
Sento a frente de Lia embaixo de uma árvore e seguro em seus braços, porém sem força. Sei que ela conseguiu o que queria e agora só está chorando tentando colocar para fora toda raiva presente em seu corpo.

- Calma! Está tudo bem agora. Respira um pouco. Eu estou aqui. - Tento acalmá-la.
- Eu quero matar ela!
- Você já conseguiu feri-la. Isso não basta? Não tem porquê usar tamanha violência.
- VOCÊ ESTÁ DEFENDENDO ELA?
- Não, bebê. Não é isso! Eu só não gosto de te ver assim. Por mais que esteja puta de raiva, não é o certo resolver as coisas dessa maneira.
- Aquela ariranha me paga. - Não sei de onde surge esse adjetivo sem sentido, mas tenho certeza que foi uma ofensa.
- Eu estou aqui. - Abraço-a.
- Me desculpe pelo chute nas bolas, mas era a única maneira de me soltar para rasgar a cara dela. - Sorrio lembrando da cena. Ela parecia possuída, chegou até mesmo me ferir para conseguir machucar sua inimiga. Ela também é um tiquinho surtada.
- Está tudo bem, eu te perdoo e entendo.
- Acho ótimo, me desculpe por esse meu lado. Mas é bom que já viu que não sai de graça brincar com minha cara.
- É, eu vi. - Sorrio.
- Ainda quer ir nos brinquedos ou eu já estraguei todo o encontro? - Lia pergunta receosa.
- Claro que iremos. Mas você tem que me prometer que se esbarrarmos com a Bruna de novo, não irá fazer nada.
- Vou tentar. - Diz com um sorriso maléfico no rosto.