》Capítulo 28《

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LIA

— VAMOS, LIA!!! — Ouço Christopher gritar do lado de fora de minha casa.

Talvez eu tenha mesmo o costume de me atrasar, na verdade, eu diria que é um dom, principalmente em dias importantes como o de hoje. Acordei atrasada, levando em consideração minha reposição de sono e cansaço excessivo da viagem. O que eles acham que eu sou? De ferro?

— JÁ VOU!!! — Grito em resposta.
— Boa sorte, filha. Tenho certeza que adorará trabalhar com a família de Andrew. — Minha mãe sempre me motivando... amo essa mulher.
— Obrigado, mãe! Até mais. Amo você!

Corro em direção ao portão, ao passo que Jade buzinava como uma louca. Assim que entro no carro, escuto sermões dos meninos e acabo por me estressar.

— Olha, vocês não me irritem.
— Nós? Você que sempre está atrasada. — Jade me encara.
— Nem cinco minutinhos. — Reviro os olhos.
— Cinco? Você ainda deve estar dormindo então. Estamos há quase vinte minutos te esperando, moça. Quem chega atrasada no primeiro dia de emprego? Ah, você! — Christopher esbraveja, enquanto Jade pisa no acelerador fazendo com que meu corpo subitamente vá para frente, em seguida para trás no mesmo instante.
— Exatamente. É MEU emprego.
— Só te lembrando que não é só você que iniciará em um novo emprego hoje, lindinha.
— Tá, tá, tá! Me desculpem.
— Faremos da seguinte forma. — Jade explica — Avise a Andrew que não há necessidade dele nos deixar lá, pois só atrasaríamos mais. Então eu sigo pelo GPS com Chris, enquanto você vai com ele até o escritório. Pode ser?
— Perfeitamente. — Confirmo.

Dito as coordenadas até a casa de Andrew e deixo que os meninos se virem sozinhos até seu novo emprego. Escolhi uma roupa social que me deixa bastante apresentável e profissional. Optei por uma blusa nude combinando com meus sapatos e uma saia justa até os joelhos, em conjunto com um blazer, ambos pretos.

"Sou Lia Torres, inteligente, determinada, independente e responsável. Eu posso, eu consigo, eu farei!". Repito inúmeras vezes em minha mente, na tentativa de afastar qualquer resquício de nervosismo.

Quando estou ansiosa, a autoestima me ajuda bastante. Enquanto eu estiver me sentindo bem, bonita, poderosa e implacável, não há com o que me preocupar.

Me despeço dos meus amigos desejando-lhes boa sorte. Desbloqueio a tela do celular para falar com Andrew. Antes mesmo que eu pense em mandar mensagem ou ligar, ele já está a postos em minha frente.

— Vamos, amor? — Andrew diz, após me dar um selinho.
— Co-como? — Gaguejo surpresa com sua rapidez.
— Câmeras. — Ele diz, e eu olho imediatamente para o muro de sua quase mansão. Há cerca de quatro câmeras captando cada canto desta rua.

O carro já estava do lado exterior da casa. Entramos na nave vermelha que eu tanto sentia saudades.

— Ei, você tem que me ensinar a ser rápida dessa forma. Estou chocada!
— Você sabe que gosto de rapidez em tudo. — Ele arqueia a sobrancelha. Não sei se ele se refere ao nosso relacionamento ou a ... bom, vocês entenderam. Prefiro não ter a certeza.

☆☆☆☆

Assim que Andrew estaciona o carro, sinto borboletas se mexendo em meu estômago. Desço do carro e minhas pernas fraquejam, creio que em nenhuma outra situação fiquei tão nervosa dessa forma. Volto a repetir minha frase na cabeça e sem querer deixo que as palavras saiam sem som através dos meus lábios. Observador como é, Andrew me observa e consigo captar um sorriso em seu rosto, fazendo-me corar.

— O quê? — Pergunto.
— Você fica fofa nervosa, mas não há necessidade.
— Eu não tenho controle sobre isso. Está muito na cara?
— Não... eu que tenho a incrível capacidade de ler o seu interior. — Não posso negar.

(R)EXISTA!Onde histórias criam vida. Descubra agora