》Capítulo 4《

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LIA

Eita, dona Lia, agora você arrumou encrenca, viu?! Como é que um selinho me deixa assim? Um dia talvez eu descubra a magia que ele fez, porque sinceramente não é possível. Meu corpo ainda está em estado de arrepio desde que Andrew me agarrou pela cintura. Agora cá estou, olhando para esses olhos verdes hipnotizantes, esse sorriso estonteante e vejo um pouco de seus cabelos ondulados caindo sobre sua testa. Ele é perfeito!

- Agora tenho que ir. - Ele diz mudando sua feição para um carinha de cachorro que caiu da mudança. Quero adotá-lo!
- Poxa, está cedo.
- Quer passar mais tempo comigo?
- Claro que sim.
- Sem joguinhos dessa vez?
- Já conquistei meu prêmio. Sem joguinhos. - Levanto minha sobrancelha em sinal de provocação.
- Que tal sairmos amanhã? - Propõe.
- Humm. Tenho que ver.
- Está tão cheia de compromissos assim?
- Talvez eu tenha alguns.
- A noite tem horário na sua agenda, moça?

Ok! Já caí na real, estou doida por esse cara, mas há coisas que estão acontecendo rápido demais, como por exemplo eu ficar dando satisfação da minha vida. Para que ele chegue nesse passo, o buraco é bem mais embaixo, ainda terá que fazer muito por mim.
Amanhã eu irei retornar ao hospital com minha mãe para uma avaliação e se eu inventar de falar isso para ele, ele vai acabar aparecendo lá, ainda mais que é perto da Universidade. Por mais que eu queria vê-lo, vai acabar enjoando, então quero deixá-lo sentir o gostinho da saudade.

- Sim, a noite estarei livre.
- Te pego às 20h? - ME PEGA AGORA! Penso sem um pingo de vergonha na minha cara.
- Pode ser!
- Pois bem, agora estou indo.

Ele tira as mãos da minha cintura e coloca sobre o meu rosto. Espero outro beijo, porém recebo algo muito melhor. Ele me presenteia com um beijo na testa e me sinto totalmente protegida e confortável. Isso para mim tem um significado imenso, ele acertou em cheio.

- Te levo até o portão.
- Perfeito.

Então saímos do quarto e logo encontramos minha mãe na sala. Felizmente a teimosa está repousando como deveria, então olha para trás e vê que estamos saindo.

- Está cedo, Andrew.
- Já fiquei demais, Jennifer. Agora realmente tenho que ir. Muito obrigado pela recepção e a tarde maravilhosa. Peço desculpa por qualquer coisa. - Ele diz.
- Tudo bem. Eu amei nossa tarde. Volte mais vezes, tá bom?!

Então ele caminha até ela e lhe dá um abraço dizendo baixinho, mas consigo ouvir:
- Pode ter certeza que voltarei.

Em seguida Jennifer dá uma piscadinha para ele. Esses dois juntos não darão certo, viu?! Tenho dó de mim mesma.
Seguimos até o portão e assim que chegamos, ele me olha e dá um sorriso de canto. Porra! Meu coração acelera na mesma hora.

- Tchau, Lia. Até amanhã!
- Tchau Andrew. Obrigada por hoje, até amanhã!
- Aguardarei ansioso até lá.

Não respondo, somente abro um sorriso.

Fico observando ele caminhar até seu carro e logo em seguida partir.

☆☆☆☆

Dia seguinte...

Estamos dentro de um uber, eu e minha mãe, a caminho do hospital. Essa foi uma das noites mais bem dormidas que eu tive até hoje. Após uma tarde com o Andrew, meu dia agora está totalmente colorido. É como se eu estivesse em um filme, passando e olhando para árvores bem verdinhas, vendo passarinhos cantando em cima delas, uma música de fundo daquelas bem alegres, o sol lindo e brilhante no céu azulzinho cheio de nuvens brancas. Hoje o dia parece ter mais vida, mais sentido, mais intensidade. É loucura o que o sentimento de gostar de alguém faz com você.

(R)EXISTA!Onde histórias criam vida. Descubra agora