ANDREW
- Como você invade minha comemoração assim, Bruna? - Digo furioso.
- Eu não estou de penetra. Fui convidada. - Ela diz com aquele maldito sorriso cínico no rosto.
- Convidada? Você a convidou Andrew? - Lia me pergunta.
- Eu, não.
- Então quem foi? - Lia insiste.
- A Beth. - Bruna aponta sorridente para minha mãe. EU NÃO ACREDITO QUE ELA FEZ ISSO! DROGA!
- Mamãe? - Essa palavra salta da minha boca imediatamente.Toda essa situação já está se tornando um palco de confusão no meio do restaurante. Quando é que eu terei um pouco de paz? Estava tudo bom demais para ser verdade.
- Mãe, por que a senhora a chamou? - Pergunto.
- Ah, filho, a Bruna sempre acompanhou sua trajetória, sempre planejamos a comemoração para quando este dia chegasse. Imaginei que seria significativa a presença dela aqui. - Ela diz.
- Entendo. Muito obrigado por estragarem a minha noite. - Digo indiferente.
- Como assim, filho? Jamais foi minha intenção. Me perdoe!
- Isso não vai ficar assim. Com licença! - Saio do meio de todos em direção ao toalete do restaurante. Preciso pensar, preciso respirar, preciso ficar um pouco sozinho longe de toda essa situação constrangedora.Assim que chego no banheiro, posiciono-me em frente ao espelho. Fico me encarando durante alguns instantes, tentando pensar em tudo que acaba de acontecer e alguma maneira de concertar isso. Aposto que Lia está furiosa, e com razão. Eu sei que ela está ciente que não foi minha culpa, mas entendo sua revolta perante a essa circunstância em que nos encontramos. Ela já estava chateada achando que minha mãe não tinha gostado dela, agora com toda certeza do mundo ela deve se assegurar disso. Ligo a torneira e enxáguo meu rosto com água, desejando que isso limpe um pouco da minha alma atormentada. Paro de pensar um segundo e lembro do episódio que aconteceu entre Lia e Bruna há alguns dias atrás. Rapidamente enxugo meu rosto e saio apressado de volta à mesa, torcendo para que não esteja havendo uma guerra no restaurante.
Chego próximo ao local onde estávamos, a princípio me admiro que esteja tudo calmo como antes, porém em seguida noto que minha família está sentada na mesa juntamente com a minha ex namorada, mas falta alguém. Essa não... Lia foi embora.
- Onde está a Lia? - Pergunto e todos me olham calados.
- Saiu há pouco tempo, filho. - Meu pai finalmente responde.
- Inferno! - Digo e corro em direção à porta.Chegando do lado de fora do restaurante, vejo Lia chorando e com o celular em seu ouvido. Grito seu nome, ela olha para trás e continua andando sem se importar com meu chamado. Logo em seguida corro ao seu encontro. Assim que a alcanço, pego em seu braço parando-a.
- Para onde você vai?
- Para casa, Andrew. Por hoje chega! - Ela diz aos prantos.
- Lia, não foi minha culpa.
- Eu sei! Mas não consigo ficar sentada na mesma mesa que aquela ordinária como se nada estivesse acontecendo, me entende?
- Claro que sim. Mas essa noite não será a mesma sem você. Volta... por favor? - Peço.
- Não, já estou ligando para um táxi, não está vendo?
- Por favor, Lia, vamos ao menos conversar antes que você decida mesmo ir. - Imploro.
- Eu já decidi! - Diz convicta.
- Fica por mim. - Rogo.Ela tira o celular da orelha e o coloca em sua bolsa. Pega na minha mão e finalmente desabafa:
- Não adianta a gente insistir nisso, eu logo estarei indo embora. Sua família não gostou de mim, sua ex namorada insuportável continua tentando estragar os momentos que estamos juntos e eu estou extremamente esgotada de tudo que está acontecendo. Sua realidade não é a mesma que a minha, Andrew. Eu não estou acostumada a andar em motéis caríssimos e restaurantes requintados, eu não sou assim. Por que insistir em algo que têm mil impasses para que não dê certo? Não faz sentido algum, você me entende?
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(R)EXISTA!
Roman d'amourLia é uma mulher de personalidade forte que após atingir sua maioridade, mudou-se para o Rio de Janeiro em busca de independência e uma nova vida. Porém, sua mãe que ainda residia em Brasília, acabou adoecendo e precisou de sua ajuda. O que Lia não...