LIA
Vocês acreditam em presságio? Porque agora eu tive a total certeza de que isso é real. Já estava sentindo que as coisas começariam da maneira errada. Droga! Era para eu ter avisado que estaria subindo, talvez assim, tivesse evitado essa cena em forma de pesadelo que está se desenrolando nesse momento. Olho para Andrew e vejo que ele está possesso, e com razão. Eu me colocando em seu lugar, estaria transtornada em dose dupla. Imagina só... eu chegando na casa de Andrew pela primeira vez e acabar sendo recebida por uma mulher absurdamente gostosa de toalha. Eu nem consigo imaginar minha reação na hora, certamente eu ficaria fora de mim e talvez a matasse. Agradeço por meu namorado não ter a mesma personalidade ou as mesmas atitudes que eu, caso contrário, esse prédio já teria ido ao chão.- Como assim não é o que eu estou pensando, Lia? Que porra eu estou pensando? - Ele diz furioso sem se importar com a presença de alguém em nossa frente.
- Vida, esse é o Christopher. Ele morava comigo antes de eu viajar.
- Morava? Ainda moro. - Diz rindo. - Entrem, gente, a casa é de vocês. Literalmente. - Diz piscando para mim. Já sinto o peso da terra em cima de mim quando Andrew me enterrar após me matar.
- Calma! Você vai entender. - Digo.
- Acho que já entendi o suficiente.Adentramos meu apartamento atrás de Christopher. Noto uma veia pulsante na testa de Andrew querendo explodir, consigo facilmente sentir sua raiva intensa. Coloco minha bolsa sobre a mesa e as malas embaixo. Seguimos até o sofá para nos sentarmos enquanto Christopher veste uma roupa. Finalmente ele se toca!
- Cadê o outro? - Pergunta sem sequer olhar nos meus olhos. Acredito que a raiva o impeça de fazer isso.
- Outro o que?
- Outro amigo. Você não disse que morava com dois amigos? Onde está o outro?
- Não é outro. É outra. - Ouvimos uma voz feminina e em seguida ela sai da cozinha vindo ao nosso encontro. Estica o braço para Andrew e diz: - Prazer, sou Jade, Jade Gonzalez.
- Prazer, sou Andrew, o namo... - Ele é cortado.
- Namorado da Lia. Estou sabendo. - Diz rindo e Andrew vira-se para mim.
- Claro que eu já falei de você, uai. - Ele faz cara de surpresa.No mesmo instante, Christopher sai do quarto sorrindo.
- Talvez agora possamos nos conhecer melhor. - Diz, e Andrew fecha o semblante facial novamente.
- Agora sim! Uma forma apresentável de aparecer para alguém. - Provoca.
- Prazer, me chamo Christopher Diaz, mas pode me chamar de Chris. - Estende a mão para cumprimentar meu namorado ciumento. Ele permanece alguns segundos, imóvel, mas opta por retribuir o gesto e corteja Chris.
- Relaxa, cara. Sou definitivamente zero ameaça para você - Chris diz caçoando dos ciúmes de Andrew. Me parece que ele não gostou nada disso.
- Eu não teria tanta certeza disso.
- Ah, pode acreditar, não é meninas? - Eu e Jade concordamos, mas ele ainda sim não entendeu o que está rolando aqui. Perco a paciência desse joguinho bobo e falo de uma vez.
- Ele não curte a mesma fruta que você, vida. - Assim que fecho a boca, vejo pela primeira vez Andrew ficando com vergonha e dou risada.
- Ah, meu brother, me desculpe a cena, eu não imaginava. - Pede perdão dirigindo-se a Chris.
- Tranquilo, eu fiz de propósito. - Então todos rimos.
- Agora que todos nos conhecemos, o que acham de uma bebidinha? - Jade propõe.Ela adora beber, isso é notório desde quando nos conhecemos em uma festa da faculdade. Minha amiga é excepcionalmente simpática e divertida, além da sua inteligência e extremo senso de humor, Jade tem o coração do tamanho do mundo e sempre me dá os melhores conselhos. Ela é a amiga perfeita!
Todos concordamos em beber. Enquanto eu mostro meu apartamento para Andrew, Jade e Chris dirigem-se à cozinha para preparar nossos drinks. Eles são mestres nisso, foi uma das coisas que eu super senti saudade enquanto estava em Brasília. Na época da faculdade, Chris trabalhava numa boate como barman, lá ele aprendeu diversos truques e ensinou para nós duas.
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(R)EXISTA!
RomanceLia é uma mulher de personalidade forte que após atingir sua maioridade, mudou-se para o Rio de Janeiro em busca de independência e uma nova vida. Porém, sua mãe que ainda residia em Brasília, acabou adoecendo e precisou de sua ajuda. O que Lia não...