Enlouquecido.

3.4K 391 61
                                    

Sua cabeça estava girando de forma nauseante, ele conseguiu apenas virar a cabeça antes que fosse tudo expulso de seu estômago. Seus olhos ainda sem foco tentavam se manter abertos. Logo ele percebeu que não faria diferença, pois estava vendado. A mente confusa foi aos poucos se clareando, tentou se mover e para seu desespero sentiu o aperto das amarras nos pulsos. 
Sua respiração se tornando irregular conforme o medo se apossava do seu corpo. Seus ouvidos captaram o som de gotejo, e nada mais. Certo de que estava sozinho, ele tentou puxar os pulsos apenas para sentir a dor percorrer seus braços, podia também, sentir os dedos já sem circulação. 
Draco não sabia a quanto tempo estava ali, depois de despertar ele tentou se soltar mais algumas vezes enquanto controlava o desespero. Aos poucos foi se lembrando do momento no beco antes que ficasse inconsciente.

Ele esperava que seus filhos, irmã e pai estivessem seguros. Draco queria chamar por eles, queria chamar por alguem, mas tinha medo de quem apareceria. 
O desespero lhe fazendo ter pensamentos que a muito não tinha, vindo junto das piores lembranças. As lágrimas queria transbordar dos olhos, porém o loiro não se permitiria chorar, não ainda. Ele precisava sair dali, precisava escapar.
Draco ouviu por fim o som de passos, depois de trancas de ferro e enfim a porta se abrindo com rangido duro. Seu coração disparava conforme sentia a presença mais perto, quando os passos pararam em sua frente e o silêncio se fez novamente, o loiro já tinha todos os músculos tensos e. Bolo na garganta difícil demais de engolir. 
Um movimento rápido e sua venda foi retirada, seus olhos piscaram, não pela luz, mas pela escuridão total, demorou quase um minuto para que seus olhos conseguissem distinguir a forma da pessoa em sua frente. 
- não se preocupe garoto, logo você voltara para Harry Potter. – falou a pessoa rindo maleficamente em seguida, então acrescentou. – melhor dizendo, seus pedaços voltaram para Harry Potter. 
Draco mal teve tempo de tremer diante da frase antes que sentisse ser puxado para cima pelos braços, seus pés balançando a centímetros do chão enquanto seus braços e pulsos protestaram pela dor de sustentarem o peso do corpo pendurado.
O lugar foi engolido pela luz, cegando momentaneamente o loiro, Draco gritou antes dos olhos se acostumarem, uma dor cortante tinha o feito arquear as costas, quando seus olhos finamente puderam ver, rabicho estava andava em volta com a varinha em mãos enquanto sorria macabramente. 
- eu mal comecei, porque está chorando? – perguntou falsamente confuso e só então Draco se deu conta de que as lágrimas já haviam começado a cair, mesmo quando ele já havia decidido não chorar.
Draco queria lhe ameaçar, lhe dizer que ele iria se arrepender, que Harry o pegaria e o beijo de um dementador seria misericórdia perto do que Harry faria com ele. No entanto tudo que saia de sua boca eram gritos de dor, rabicho o acertava com feitiços sem lhe dar espaço para mais nada além de gritar e se debater. 
Depois do que pareceu horas Draco perdeu a consciência, ao notar, rabicho parou de açoitar o corpo do loiro que já estava cheio de cortes e marcas. Ficou por minutos admirando seu trabalho enquanto a poça de sangue se formava a baixo do corpo. 
Quando achou que está ficando do jeito que queria ele despertou o loiro que confuso voltou a gritar com o início de mais uma roda de dor. Draco já não aguentava mais, sua garganta estava seca e machucada pelos gritos, seu corpo doía de ponta a ponta e ele podia sentir o sangue escorrendo até pingar no chão. Lágrimas, suor e sangue se misturavam e molhavam o rosto do Malfoy. 
Quando seu corpo foi solto ele não tinha força para impedir a queda, e antes que pudesse se quer se arrastar para longe uma dor que a muito tempo não sentia o dominou, trazendo de volta não só o medo e desespero como lembranças vividas dos dias em que o lorde das trevas estava vivo. Draco se contorcia enquanto rabicho fazia uso da maldição cruciatus no rapaz. 
Draco perdera a conta de quantas vezes foi despertado da inconsciência para mais uma rodada de tortura, sua mente bagunçada pela dor só conseguia chamar por Harry, o gosto de sangue em sua boca lhe causando náusea. 
- pare... Por favor.. – murmurou quando a dor cessou por um instante. 
- o que? Eu não entendi. – zombou rabicho. 
- p-pare... Por... Por favor. 
- oh Merlim... Eu sempre, sempre quis ouvir um Malfoy implorar. – disse ele enquanto puxava os cabelos do loiro até que sua cabeça estivesse erguida o suficiente para olha-lo. – você e sua família, sempre se achando melhor que todos, sempre exibindo seus lindos corpos para todos... – a raiva e o desprezo visíveis em seu rosto, mas o que mais desespero Draco foi o brilho no olhar do rato, o mesmo brilho que via nos olhos de Voldemort quando ele desejava tomar seu corpo. – o que foi Draquinho? Está com medo? De mim? O rato que era pisado por todos vocês. Todos vocês me trataram tão mal, se achando melhores que eu... Mas eu... Eu sou melhor que vocês... Melhor que Voldemort... Aquela cobra não teria nem voltado a ter um corpo se não fosse por mim. E como ele me retribui? Me rebaixando a quase um elfo doméstico enquanto covardes como você e seu pai sentavam-se ao lado dele na mesa. 
Rabicho levou sua outra mão até o rosto de Draco que não tinha forças nem mesmo para se esquivar do toque. A mão do rato dando nojo ao loiro que deixou transparecer em seu rosto para o desagrado de Pedro. 
- eu merecia isso, eu é quem merecia ter um Malfoy para mim. Nem Voldemort, nem Harry Potter... Mas eu. Eu merecia ter tudo... tudo... sabe, Lilian e James eram meus também... meus amigos, mas daí aquele fedelho nasceu e tudo que importava era ele. Nenhum de vocês me deram o valor devido. Mas agora, Voldemort está morto e logo eu vou tirar tudo de Harry Potter, eu serei o novo lorde das trevas e não haverá ninguém para salva-los... Todos deram meus, e covardes como você e seu pai... Vão se arrastar aos meus pés. - seus olhos analisaram atentamente o rosto de Draco. - você também poderia ser meu... Mas infelizmente eu terei de matar você, você entende não é? Eu quero atingir Harry Potter, e essa é uma ótima forma de fazer isso. – rabicho riu insanamente e Draco teve a confirmação de que Pedro havia perdido completamente a sanidade. 
- você ficou louco. – murmurou em um fio de voz, se arrependendo quando rabicho parou de rir e o olhou intensamente. 
- gosto mais quando está gritando. – comentou voltando a apontar a varinha para o loiro que voltou a gritar em meio a dor.
 Um estouro na porta assustou rabicho que estava concentrado em torturar Draco mais uma vez, os gritos do Malfoy ecoando pelo lugar encobriram os sons de passos, e por isso Pedro só notou os aurores quando a porta foi posta a baixo. 
Como o covarde que é, Pedro tentou primeiro fugir, mas ao notar que estava cercado, partiu para o ataque, lançando maldições em direção aos homens, cinco no total. Draco se encolheu o melhor que pode por conta do corpo dolorido, enquanto feitiço voavam sobre sua cabeça. 
Os aurores conseguiram afastar rabicho o suficiente para que um deles se abaixasse sobre Draco criando uma barreira protetora entre eles e a luta. Rabicho ao notar ficou enfurecido e lançou um feitiço cortante em um dos aurores que foi pego desprevenido, o corte profundo que abriu seu antebraço o fez soltar a varinha. Pedro viu isso como uma brecha e rapidamente se aproveitou disso para sair pela porta, correndo pelo corredor estreito até uma ante-sala onde parou abruptamente. 
Parado na frente da unica porta de saída, em uma pose seria com olhos brilhantes de raiva e maxilar travado estava Harry Potter. Ao lado direito em uma pose igualmente seria está Sirius, o Black só faltava rosnar e Pedro tremeu diante do olhar do ex amigo. Olhando em volta em busca de outra saída ele encontrou Ron Weasley tampando com seu corpo musculoso a única janela do lugar. Os passos atrás dele pararam e três aurores bloquearam a passagem de volta para o quarto. 
- Silas. - Harry se dirigiu a um dos aurores. - Nós lutamos, Pedro resistiu, ele tentou fugir explodindo a casa. – Harry dizia sem tirar os olhos do rato, a voz firme e calma e todos prestavam atenção. – felizmente, nós conseguimos resgatar o Draco e sair a tempo, mas quanto ao Pedro Pettigrew... – pausou para deixar um pequeno sorriso mal se abri em seus lábios. – não restou nada mais do que um dedo. Entenderam? 
- sim senhor Potter. – disseram os três com a voz sombria e Pedro engoliu seco. 
- por favor... Vamos conversar... 
- faça as honras Sirius. – Harry interrompeu a fala de rabicho e logo seu padrinho já havia avançado como um cão raivoso sobre o bruxo, retirando dele a varinha. 

O Salvador.Onde histórias criam vida. Descubra agora