capítulo vinte e sete: Alice coolin- Eu perdi você?

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Na mesma noite.

- Moço, P-porfavor me deixe entrar!

Eu insisti para que o médico pudesse me deixar vê-lo. Enquanto usava minha larga blusa preta de manga cumprida para sentir menos frio.
Era quatro e meia da manhã, a noite havia se tornado fria e choveu um pouco...
Mas não choveu tanto quanto meus olhos.
Uma camionete atropelou Yvan, eu vi o sangue dele escorrer e ele perder a consciência...

-Senhorita, O paciente está em processo de atendimento na sala de cirurgia por estar com uma ferida profunda no abdômen, você vai demorar à vê-lo.

Ainda com os olhos marejados e inchados de tanto chorar e minha cabeça tonteando de tanto ter tomado álcool, O respondi.

- E-eu não ligo, eu só quero vê-lo... P-porfavor que horas ele vai para o quarto hospitalar?

O médico olhou no relógio da parede branca.

- Moça, provavelmente às sete da manhã. Sugiro que você vá para a casa descansar e volte no dia seguinte.

Neguei a cabeça.
Não, eu não queria descansar, eu queria poder ver Yvan.
E pedir perdão à ele porque eu não quis simplesmente perdoá-lo e recomeçar de novo.
Sim, agora eu me culpava.
Ele está naquela sala de cirurgia, aonde provavelmente eu estaria agora.
Ele me salvou de ser atropelada, mesmo que eu tenha o maltratado...

-Filha!!!

Ouvi a voz de minha mãe e fui imediatamente até ela, como uma criança.

-MÃE!!!

Ela me abraçou imediatamente.

-Filha! Minha menininha! O que houve? O que você está fazendo aqui?
A vizinha me avisou que te viu vindo pra cá!

As lágrimas caiam dos meus olhos, e eu mal conseguia me expressar.

-M-Mae... O Yvan foi atropelado... ELE ESTÁ NA SALA DE CIRURGIA POR CULPA MINHA!

Minha mãe me olhou sem entender

- Atropelado? Como assim minha filha? Conta pra mamãe.

Respirei fundo, engoli o choro e expliquei tudo à ela.
Controlando toda a tristeza que havia dentro de mim, e todo o medo que eu sentia.

- mãe... Eu fui para aquela festa, e...
Eu inventei de querer beber álcool pra tentar esquecê-lo, aí eu fiquei bêbada. O Yvan apareceu na festa e fez um escândalo gigantesco pra que eu parasse de beber! Nós brigamos e eu fui correndo pro apartamento, mas, quando fui atravessar a rua uma camionete em velocidade alta estava se aproximando de mim, e ele se jogou na minha frente para que....

Chorei, desabei em lágrimas ao lembrar dele se jogando na frente da camionete pra que ela não me atropelasse...
Minha mãe me olhava com os olhos arregalados e surpresos.

- Então ele salvou você... Filha...

Assenti enquanto continuava chorando.

- Sim, mãe... E agora eu quero ele de volta!

Minha mãe colocou uma mecha do meu cabelo castanho médio pra trás, e sorriu, um sorriso um pouco triste.

-Alice, ele deu a vida dele por você... você deve perdoá-lo pelo erro que ele cometeu.

Sim, perdoá-lo, era tudo oque eu precisava fazer.

- Sim, mãe... Mas e sobre você ter o achado um cafajeste? E tudo oque eu passei naquele dia?

Ela olhou nos meus olhos e segurou a minha mão.

- Filha, sobre isso, você precisa esquecer e perdoá-lo, e sobre oque eu achava, bom, eu me surpreendi por ele ter te salvado e sou eternamente grata.

Meus olhos ficaram marejados ao pensar se ele sairia vivo daquela sala de cirurgia.
E se... ele morresse? Isso não podia acontecer!

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