Os Poderosos | Livro 1- Amor [Concluído]

Capítulo 13- Encontros E Reencontros III

§ FIRE KING §

Não percebo quando o cansaço me alcança e acabo cochilando. Porém depois de um tempo que não tenho ideia de quanto, algo me chama, alguma coisa forte me diz que devo despertar. Com este sentimento esquisito, retorno para a realidade e logo descubro o que é.

Uma mulher havia aparecido na ponta do cais. Não uma simples dama, é a mais bela que já vi em toda minha vida. Começa andar graciosa com um pano azul claro em sua cintura, balançando os quadris. Não sei o que usa em sua parte superior já que seu grande cabelo colorido e molhado a cobre de seus ombros até suas fartas coxas.

Caminha sem parecer me notar e estaciona do meu lado, ainda assim, um pouco afastada. Abaixa-se e apanha um pano marrom, que eu nem havia percebido ali. Depois se cobre inteiramente com o tecido, deixando apenas seu belo rosto aparente. Bruscamente, percebo seu olhar afiado me avaliando de lado, sinto seus olhos percorrerem por todo meu corpo. Com isso, constato minha boca aberta deixando que a saliva escorra. Recupero-me dos meus devaneios rapidamente e torno a olhá-la. Entretanto só há tempo de vê-la revirar os orbes e seguir seu caminho.

Ela cursa pelo cais até o porto, deixando transparecer desconfiança, pois marcha atentando todos os lados que consegue. Assim que some entre as pessoas e os estabelecimentos do local, percebo três homens andando juntos atrás da dama e eles não estão com uma cara amigável. Podem estar apenas seguindo a vida deles, mas também podem querer fazer algo de ruim. Por isso resolvo segui-los para descobrir o que planejam.

Desculpa, Curupira, mas minha índole me chama...

Levanto e vou depressa até onde o trio estava há pouco. Perco-os de vista, então procuro ao meu redor, entre os civis que transitam por aqui. Onde vocês estão?! Ando um pouco mais à frente, para perto das instalações particulares, como aquela que o guardião bateu na porta.

Ali! Vejo-os adentrando um beco entre dois estabelecimentos. Vou atrás deles com pressa, mas sem chamar atenção.

— Oi, querida, como vai? — Ouço uma voz masculina quando entro no beco, porém, não vejo ninguém.

— Saiam daqui, me deixem em paz! — Uma voz feminina grita. Corro o mais rápido possível até encontrar uma encruzilhada no beco.

— Nós só queremos conversar, gracinha! — Colo meu corpo na parede e me esgueiro pela mesma até chegar a sua ponta.

— Pensa que vai aonde? — Outro indivíduo aborda alto. Olho furtivamente a cena: um homem está segurando a mulher de cabelo colorido e outros dois se aproximam da mesma com malícia.

— Prometo que seremos rápidos se...

— Não ouviram a moça?! Deixem-na em paz! — Apareço para os quatro e todos se voltam para mim. Não vou deixar que machuquem ela.