Capítulo 1 - Horário de rush

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NOTA DO AUTOR: Oiê, bom, estou postando esta fanfic com alguns avisos... Tem alguns temas importantes sendo tratados no decorrer da história (como o pessoas trans e a transfobia em si, relacionamento abusivo, descobrimento e amizade)... Por favor, deem amor a essa história que é um fluffy gostosinho para se ler!! 
A capa foi feita pela Baobao (obrigada Bia) e a correção da história foi a Fernanda, obrigada as duas pela ajuda.. Espero que gostem da história 

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De todas as coisas que Byun Baekhyun mais odiava no mundo, aquela conseguia ultrapassar todos os limites possíveis. A chuva grossa que caía do céu fazia todos ficarem amontoados, o calor humano tomando conta de toda a estação por causa do atraso que tinha criado por causa do clima ruim.

As pessoas ficavam empurrando, irritadas com o atraso que estava tomando o horário comercial, todos começando a ficar mal-humorados. Algumas pessoas até mesmo tiravam fotos e mandavam em grupos, outras estavam ligando para os chefes avisando que não tinha como chegar mais cedo naquele dia, e também havia aquelas que apenas desistiam, correndo contra a maré e voltando para a casa. E é claro, existia Baekhyun, que não tinha outra opção além de continuar ali, andando com a multidão até conseguir entrar em um dos vagões.

Continuava ali pois não tinha como voltar, estava no meio de tudo, e era meio difícil dar as costas como as pessoas faziam naquele momento; e pensar em voltar a baldeação para pegar o trem, este que estava muito lotado, o fazia ter calafrios, não era uma boa ideia mesmo. Então estava ali, já mais aquecido depois de ter tomado chuva, ouvindo a cada cinco minutos um aviso que as linhas estavam interditadas e o movimento estava lento, já que alguma coisa acontecia nos trilhos. Mas não prestava atenção, estava tentando colocar todo o seu foco em um livro que estava lendo a quase um mês, os olhos lendo as palavras pequenas enquanto uma das mãos arrumava a touca sobre os cabelos vermelhos, logo virando a página e dando alguns passos ao mesmo tempo.

Aquilo era quase um inferno. E mesmo que não tivesse o que reclamar, era meio estressante estar no meio, ouvindo xingamentos, conversar e às vezes ser empurrado por pessoas totalmente irritadas e por outras só querendo furar aquela longa fila. Já tinha perdido o horário do primeiro tempo, não tinha mais o que fazer, mesmo que aquilo realmente estivesse o desgastando mais do que a faculdade em si. Acabou bufando irritado ao sentir o seu corpo bater contra o de alguém, já meio irritado enquanto pensava se fechava o livro para finalmente caminhar com calma quando as pessoas começavam a andar, indo mais tranquilo, mesmo que estivesse sendo empurrado, para a porta na qual embarcaria, onde acabou dando de cara com as costas grandes e largas de um homem alto que parecia ouvir uma música agitada, dado os sons que escapavam dos fones de ouvido.

Costumava se sentir tão pequeno perto de outros homens, era engraçado, e às vezes, gostava da diferença de altura que tinha das outras pessoas, pois no final, não era uma pessoas baixa.

Guardou o livro de vez na bolsa pendurada na frente de seu corpo, sentindo o seu corpo começar a suar com as pessoas grudadas em si, o moletom pesando enquanto ainda tinha a visão das costas do homem. Olhou para o relógio de pulso, vendo que se não entrasse no vagão naquele momento, perderia mais uma aula e não teria nem a chance de comer alguma coisa antes do segundo horário. Acabou suspirando pesado, a mochila pesando nos ombros.

Conseguiu andar mais um mísero passo assim que o metrô parou, as portas se abrindo e algumas pessoas sendo corajosas o suficiente para sair do vagão e dar mais um pouco de espaço para os outros. Nem soube como acabou caminhando, tirando a mochila do colo e segurando uma das alças enquanto entrava dentro do vagão lotado, as pessoas empurrando para que todos coubessem e as portas se fechassem sem que alguém precisasse sair. Não conseguia ver o que estava acontecendo, o homem à sua frente o impedia de ver tudo ao seu redor e a falta de movimento o fazia parecer sufocar. Jogou a mochila no chão, olhando para cima e vendo a luz amarelada do vagão, o ar-condicionado não fazendo nenhum efeito para tantas pessoas em um lugar só. Estava sendo empurrado por uma senhora que estava perto demais de si e os pés doíam enquanto tentava se manter em pé e segurar com uma das mãos a mochila. Se sentia totalmente sufocado com aquilo. Mas assim que abaixou a cabeça, o empurraram mais um pouco enquanto o alarme apitava anunciando que as portas se fechavam, fazendo suas costas doerem e o corpo perder levemente o equilíbrio.

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