O DECIMO SEGUNDO DIA

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"0 novo modo de vida que eu estava prestes a iniciar. disse Duclos, obriga-me a chamarvossa atenção, Senhores, para meu aspecto pessoal e caráter na época; é mais fácil imaginaros prazeres descritos quando se conhece o objeto que os proporciona. Tinha acabado decompletar vinte e um anos. Meus cabelos eram castanhos, mas, não obstante, minha pele erado branco mais agradável. A abundância de cabelo que cobria minha cabeça caía em caracóisflutuantes e perfeitamente autênticos até meus joelhos. Tinha os olhos que os senhores podemainda observar em mim, os quais eram considerados adoráveis. Minha figura era um tantocheia, embora alta, flexível e graciosa. No que diz respeito a meu traseiro, essa parte daanatomia na qual os libertinos têm hoje um interesse tão apurado, era, segundo o consensocomum. superior aos espécimes que geralmente se vêem, e havia muito poucas mulheres emParis que tivessem uma bunda tão deliciosamente moldada; era cheia. redonda, muitorechonchuda, e extremamente macia, generosa. mas sem que sua amplidão lhe tirasse o quefosse de elegância, o menor gesto logo revelava aquele divino botãozinho de rosa de que osSenhores tanto gostam, e que, a semelhança dos Senhores, realmente acredito, é a atraçãomais mágica da mulher. Embora estivesse empenhada na libertinagem há muito tempo, minhabunda não podia ter mais saúde ou parecer menos usada; sua esplêndida condição era emparte devida à boa constituição que a Natureza me dera, e em parte à extrema prudência queeu exercia no campo de batalha, evitando escrupulosamente encontros que pudessem danificarmeu mais precioso bem. Tinha muito pouco amor pelos homens, conhecera apenas umaligação; tinha uma mente libertina, mas extraordinariamente libertina, e, depois de ter descritomeus encantos, é mais do que justo que diga uma palavra ou duas acerca de meus vícios.Adoro mulheres. Senhores, não nego. Não contudo no grau invulgar em que minha boa colega,Madame Champville as adora; simplesmente as preferi sempre aos homens. em meusprazeres, e os que me proporcionaram exerceram sempre um domínio mais poderoso sobremeus sentidos do que os deleites masculinos. Além deste defeito, tenho outro, adoro roubar:refinei essa mania a um ponto incrível. Inteiramente convencida de que todas as possesdeveriam ser igualmente distribuídas no inundo, e que apenas a força e a violência se opõem aessa igualdade, lei máxima da Natureza, tenho-me esforçado por retificar o esquema real, epor fazer o possível por restabelecer o equilíbrio apropriado. E se não fosse esta vontademaldita talvez eu estivesse ainda com o benevolente mortal de quem a seguir falarei."Você diz que roubou consideravelmente"? perguntou Durcet. "Uma quantidadeespantosa, Senhor; se não tivesse gasto sempre o que surrupiei, estaria rica"."Mas não passou disso"? prosseguiu o financista. "Detalhes agravantes, como porexemplo, arrombamentos, abusos de confiança, dolo manifesto"?"Tudo à luz do sol", Duclos garantiu. "Não achei que valesse a pena entrar nessasquestões que teriam também perturbado a revelação suave de minha história, mas. uma vezque é evidente que as mesmas podem distraí-los, no futuro não deixarei de citar meus roubos."Além desse defeito, fui sempre censurada por outro: dizem que tenho um coração duro,muito mau na realidade: mas será esse defeito meu? Não será antes da Natureza querecebemos nossos vícios e nossas perfeições? E haverá alguma coisa que posso fazer paraabrandar este coração que ela tornou tão insensível? Não creio que em toda minha vida tenhaalguma vez chorado por minhas dificuldades, e posso seguramente garantir que nuncaderramei uma lágrima pelas aflições dos outros; amava minha irmã, e perdia-a sem o mínimovestígio de dor, os Senhores são testemunhas da indiferença estóica com querecebi as notícias do seu desaparecimento: por Deus, posso ver ouniverso parecer, sem um suspiro ou uma contração"."É assim que se deve ser", disse o Duque, "a compaixão é virtude dos idiotas. Um exameapertado revela que é apenas a compaixão que nos custa prazeres. Mas, com esse seucoração empedernido, você deve ter cometido crimes, pois, você sabe, a insensibilidade só aisso conduz"."Meu Senhor", Duclos respondeu, "os regulamentos prescritos para nossas narraçõesproíbem-me de revelar imensas coisas; minhas companheiras relatarão aquilo que meordenaram que omitisse. Contudo, tenho uma palavra a dizer: quando mais tarde elas tentaremapresentar-se a vossos olhos como vilãs, podeis ter certeza de que nunca fui melhor do queelas"."Isso, devo dizer, é fazer justiça a si próprio", Blangis observou. "Bem, continue suahistória; teremos de contentar-nos com o que nos disser, pois nós mesmos estabelecemoslimites a seus discursos; mas lembre-se de que quando você e eu tivermos uma conversa asós, insisto em conhecer seus vários pecadilhos"."E não esconderei nenhum, Senhor. Talvez depois de os ter contado. não tenha motivo dearrependimento de sua indulgência por um dos piores súditos do Rei". Nesse momento ergueua voz, e dirigiu-se de novo a assembléia:A despeito de todos estes defeitos, e acima de tudo de ser totalmente indiferente aovalor do sentimento humilhante da gratidão, que considero apenas um fardo prejudicial ahumanidade, e que completamente degrada o orgulho e o respeito próprio que a Naturezaimplanta em nós, com todas essas deficiências, dizia eu, minhas companheiras eram, nãoobstante, muito minhas amigas, e de todas era eu a mais procurada pelos homens.Era essa minha situação quando um rico proprietário chamado D'Aucourt veio fazer umafesta em casa da Fournier; como era um de seus clientes mais assíduos, mas que preferia asmoças residindo na casa, as de fora, era tido na maior estima, e Madame, que achou que eudevia conhecê-lo, avisou-me com dois dias de antecedência que não perdesse uma grama dapreciosa matéria pela qual ele tinha uma paixão maior do que qualquer outro homem comquem até então me tivesse encontrado; mas, pelos detalhes, os Senhores poderão julgar tudoisso por si próprios. D'Aucourt chegou, e tendo-me olhado dos pés a cabeça, censurouMadame Fournier por ter demorado tanto tempo a fornecer-lhe aquela bonita criatura.Agradeci sua. galanteria, e lá subimos os dois. D'Aucourt tinha cerca de cinqüenta anos deidade, forte, gordo, mas seu rosto era agradável de olhar, havia animação em seus traços, eraespirituoso e, o que mais me agradou no homem, tinha uma delicadeza e honestidade decaráter que me encantou a partir do primeiro momento."Você deve ter a bunda mais bonita do mundo", disse, puxando-me para si e enfiando suamão por baixo de minhas saias. Sua mão foi direta a meu traseiro. "Sou um conhecedor, e asmoças de sua figura e aspecto geral, possuem quase invariavelmente bundas espantosas.Ora, claro, eu não disse"? continuou, depois de palpitar brevemente o objeto, " que fresca eredonda".E fazendo-me voltar com grande agilidade, ao mesmo tempo que com uma das mãoslevantava minhas saias até a cintura, e com a outra acariciava o artigo, começou a trabalharexaminando o altar a que dirigia suas orações."Jesus"! "exclamou," pelo Senhor, é realmente uma das melhores bundas em que pus osolhos durante toda minha vida e, pode crer, já estudei muitas... Abra... Nossa Senhora, vejaeste morango!... permiti que o chupe... que o devore... é realmente uma bonita bunda, é... eh,diga-me, recebeu as instruções"?"Sim, Senhor"."Disseram-lhe que gosto que elas caguem"?"Sim, Senhor"."Mas sua saúde"? continuou o capitalista, "não falta nada"? "Não tenha medo, bomsenhor"."É, simplesmente, sabe, eu levo as coisas um tanto longe", prosseguiu, "e se você tem amenor doença ou sintoma, corro um grande risco"."Senhor", eu disse, "pode fazer absolutamente tudo que lhe agradar, garanto-lhe queestou tão pura e saudável como um recém-nascido; pode ter confiança".Depois deste preâmbulo, d'Aucourt mandou-me inclinar para a frente, mantendo sempreminhas nádegas afastadas, e, colando sua boca a minha, chupou minha saliva durante quinzeminutos, mais ou menos: retirou sua boca para expectorar um pouco de "esperma", e retomoudepois seu bombeamento de boca."Cuspa em minha boca, cuspa", repetiu, "de vez em quando encha-a de saliva".Depois senti sua língua correr minhas gengivas, entrar tanto quanto possível em minhaboca, e tive a impressão de que tentava extrair tudo de mim."Excelente", disse o milionário, "estou ficando duro. Vamos trabalhar".Então voltou a contemplar minhas nádegas, ordenando-me que encorajasse o içamentode seu pau. Retirei um estranho engenho, pequeno, de sete centímetros de circunferência eapenas doze de comprimento; era tão duro como uma pedra de calçada e cheio de fogo."Tire as saias", d'Aucourt ordenou, "enquanto tiro minha calça; suas nádegas e as minhastêm de estar completamente a vontade para a cerimônia que vamos executar". Então, depoisde lhe ter obedecido:"Levante mais sua blusa, isso mesmo, até seu espartilho", continuou, "e faça com queseu traseiro fique absolutamente desimpedido... Deite-se na cama de barriga para baixo".Pegou numa cadeira e sentou-se ao lado da cama, então voltou a acariciar minha bunda,a mera visão da qual o parecia embriagar; afastou minhas nádegas por um momento, e sentisua língua entrar fundo em minhas entranhas, isto, segundo disse, para verificar sem sombrade equívoco se a galinha estava realmente inclinada a por; estou relatando suas própriasexpressões. Durante todo este tempo não lhe toquei, não nessa fase, ele próprio bombeava omembro pequeno e seco que eu acabava de tirar de sua toca."Está pronta, minha filha"? perguntou. "Pois são horas de fazermos nossa obrigação; suamerda parece-me como deve ser, já comprovei isso, lembre-se de cagar gradualmente, umpouco de cada vez, e de esperar sempre que eu consuma um bocado antes de empurrar oseguinte. Minha operação demora bastante tempo, por isso não tenha pressa. Uma pequenapalmada em sua bunda serve de aviso de que estou pronto para mais, mas é preciso cuidadopara eu não receber mais do que um pouco de cada vez".Adotando então a posição mais confortável, colou sua boca ao objeto de sua adoração, eem menos tempo do que demora a contar, soltei um pedaço de merda do tamanho de um ovode pomba. Chupou-o, voltou-o mil vezes em sua boca, mastigou-o, saboreou-o, e ao cabo detrês minutos, distintamente o vi engoli-lo; empurro de novo, a mesma cerimônia se repete, ecomo tinha uma carga prodigiosa para eliminar, dez vezes seguidas encheu sua boca e aesvaziou, e mesmo depois de tudo terminado parecia ainda faminto."Acabou, Senhor", disse quanto tinha terminado, estou fazendo força em vão"."Acabou, não foi, minha queridinha? Então, acho que vou descarregar, sim, descarregarao mesmo tempo que rendo meus respeitos a esta soberba bunda. Oh, Grande Deus, queprazer me dás! Nunca comi merda mais deliciosa, juro perante qualquer júri. Dá-me, paraperto, aproxima meu anjo, deixa-me chupar tua impecável bunda, deixa-me devorá-la".E enfiando o que pareciam trinta centímetros de língua em meu ânus, enquanto aomesmo tempo se manipulava, o libertino derrama seu esperma em minhas pernas, não sempronunciar uma série de palavras obscenas e as pragas aparentemente necessárias, acoroação de seu êxtase.Quando finalmente tudo terminou, sentou-se, convidou-me a ficar a seu lado, olhando-mecom grande interesse, perguntou-me se não estava cansada da vida de bordel, e se nãogostaria de encontrar alguém que me tirasse da mesma; vendo que ele gostara de mim,comecei a objetar, e para lhes poupar uma longa história que não tem, possivelmente, o menorinteresse para os Senhores, depois de uma hora de discussão, deixei-me conquistar, e ficoudecidido que no dia seguinte eu me instalaria em sua casa a troco de vinte luíses por mês epensão; que como era viúvo, eu podia ocupar um grande apartamento em sua residência nacidade; que teria uma criada para mim e a sociedade de três de seus amigos e suas amantescom os quais se reunia em quatro ceias libertinas por semana, as vezes em sua residência,outras nas deles; que minha única obrigação e ocupação seria comer muito, e sempre aalimentação que me servisse, porque, fazendo o que fazia, era essencial que me alimentasse auma dieta de acordo com seu gosto — que comesse muito, dizia eu, que dormisse muito eprofundamente para que minha digestão fosse boa e completa, que me purgasse regularmenteuma vez por mês, e que cagasse em sua boca duas vezes por dia; que esse ritmo de consumode merda, ou antes, de produção da mesma, não me devia assustar porque, empanturrandomede comida, como ele planejava fazer, talvez eu não sentisse vontade duas vezes por dia,talvez três. O capitalista ofereceu-me um brilhante muito bonito como prova de sua vontade deconcluir o negócio; depois, abraçoume, disse-me que regulasse meus assuntos com aFournier, e que estivesse pronta na manhã seguinte, hora a que viria me buscar. Minhasdespedidas foram feitas rapidamente; meu coração nada lamentou, pois nada sabia a respeitoda arte de formar afeições, mas meus prazeres lamentaram a perda de Eugénie, com quemdurante seis meses tive uma ligação extremamente íntima; parti. D'Aucourt recebeu-me comuma delicadeza maravilhosa e ele próprio me conduziu a suíte muito bonita que seria minhahabitação; logo fiquei completamente instalada. Esperava, melhor, tinha-me condenado acomer quatro refeições, das quais eram excluídas imensas coisas que adoraria comer: tinhaque passar sem peixe, ostras, carne salgada, ovos, e todas as espécies de laticínios; mas,por outro lado, era tão bem recompensada, que realmente não tinha razões de queixa. A basedas refeições normais consistia numa imensa quantidade de peito de galinha, aves desossadaspreparadas e apresentadas de todas as maneiras imagináveis, vitela ou outra carne vermelha,nada que contivesse gorduras, pouco pão ou frutas. Tinha que comer estes alimentos até aodesjejum, na manhã, e a tarde, ao chá; nessas horas, eram-me servidos com pão, e d'Aucourtgradualmente me induziu a abster-me de pão; desde então deixei por completo de o comer, erenunciei também a sopas. O resultado desta dieta, como meu amante calculara, eram doismovimentos intestinais por dia, e as fezes eram muito macias, muito doces, um tanto pequenasmas, segundo d'Aucourt afirmava, de um gosto requintado que a alimentação comum nãoconseguia; e d'Aucourt era um homem cuja opinião merecia certo crédito, porque era umconnaisseur. Nossas operações eram realizadas quando ele acordava e quando se recolhia,para a noite. Seus detalhes eram mais ou menos o que já mencionei: começava sempre porchupar prolongadamente minha boca, que eu lhe devia apresentar sempre em seu estadonatural, isto é, por lavar: só me era permitido lavar a boca depois. Além disso, nãodescarregava todas as vezes que jantava, nossos arranjos não o obrigavam de modo algum afidelidade. D'Aucourt conservava-me como uma pièce de résistance, eu era por assim dizer, oroast beef, mas isso não evitava que ele procurasse outro almoço todas as manhãs, noutroslugares.Dois dias depois de minha chegada, seus camaradas de deboche vieram passar a noiteem sua casa, e como os três tinham, quanto ao gosto que estamos analisando, uma paixãosuperficialmente diferente embora fundamentalmente idêntica, se me permitem, Senhores,aumentando cada pequeno exemplo nossa coleção, devotarei algumas palavras às fantasias aque se dedicavam.Os convidados chegaram. O primeiro era um velho parlamentar, dos seus sessenta anos,chamado d'Erville; sua amante era uma mulher de quarenta, extremamente bonita, e nãoaparentando defeitos visíveis além de um certo excesso de carne: chamava-se Madame duCange. O segundo era um oficial aposentado do exército, entre os quarenta e cinco ecinqüenta anos, chamado Desprès, sua amante era uma atraente pessoa de vinte e seis, como corpo mais adorável que se pode imaginar: seu nome era Marianne. O terceiro era umabade, de sessenta anos, chamado Du Coudrais; seu amante era um garoto de dezesseisanos, bonito como uma estrela, que o bom eclesiástico fazia passar por sobrinho.A mesa foi posta numa parte da casa perto de meus aposentos; a refeição foi festiva, acomida delicada, e observei que a moça e o rapaz estavam a dieta muito parecida com aminha. Os personagens revelaram-se durante o jantar; era impossível ser-se mais libertino qued'Erville; seus olhos, voz, gestos, tudo nele proclamava devassidão, a libertinagem estavapintada em todos seus traços; havia mais de contido, de deliberado, em Desprès, mas aluxúria era, não obstante, a alma de sua existência; quanto ao abade, era o ateu maiscompleto e vigoroso do mundo: blasfêmias voavam de seus lábios com virtualmente todas aspalavras que pronunciava; quanto as senhoras, emulavam seus amantes, tagarelavam comgrande rapidez, mas num tom agradável; o rapaz pareceu-me tão idiota quanto bonito, e duCange, que parecia enamorado dele, deitou-lhe uma série de olhares, os quais o garoto nemmesmo notou.Toda a propriedade desapareceu na altura da sobremesa, e a conversa era tão sujaquanto os acontecimentos: d'Erville congratulou d'Aucourt por sua última aquisição, e pediupara saber se minha bunda tinha algum mérito, e eu gentilmente caguei."Oh, por Deus", meu capitalista respondeu com um sorriso, "você só precisa decomprovar os fatos por si próprio; nossos bens são comuns, você sabe, e emprestamosnossas amantes uns aos outros com a mesma boa vontade com que cedemos as bolsas"."Claro", murmurou d'Erville, "acho que vou dar uma bicada".Pegando-me imediatamente pela mão, propôs que fossemos para um aposento. Comoeu hesitasse, du Cange ergueu as sobrancelhas e disse numa voz grosseira:"Vai embora, moça, aqui não há cerimônias. Eu tomo conta de seu amado durante suaausência".E d'Aucourt, cujos olhos consultei, tendo feito um sinal de aprovação, segui o velholegislador. É ele, Senhores, e bem assim os outros dois, que vão. oferecer-lhes as trêsdemonstrações do gosto que estamos presentemente estudando, e que devem compor amelhor parte da narração de hoje.Assim que. fiquei fechada com d'Erville, ele muitíssimo aquecido pelas bebidas que'tomara, beijou-me na boca com extremo entusiasmo, e, ao fazê-lo, empurrou alguns soluçosem minha boca, o que quase me fez ejetar por esse orifício aquilo que, minutos mais tarde,parecia ter o desejo mais premente de ver emergir de outro. Levantou minhas saias, examinoumeu traseiro com toda a lubricidade de um consumado libertino, depois informou-me que nãoestava em absoluto surpreendido com a escolha de d'Aucourt, pois realmente, disse, eu tinhauma das bundas mais bonitas de Paris. Mandou-me começar por alguns peidos, e depois deter absorvido meia dúzia dos mesmos, voltou a beijar minha boca, ao mesmo tempo que meacariciava e abria vigorosamente minhas nádegas."Está começando a sentir vontade"? perguntou."Não sinto outra coisa", respondi."Muito bem, minha filha linda, seja boazinha e cague neste prato". Trouxera consigo umprato de porcelana, segurou-o enquanto eu fazia força, e escrupulosamente examinou o montea medida que saía de meu traseiro, delicioso espetáculo que, assim afirmou, o embriagava deprazer. Quando terminei, ergueu o prato, estaticamente aspirou o voluptuoso produto quecontinha, mexeu, beijou, aspirou o monte, depois dizendo-me que não aguentava mais, e queestava agora bêbedo de lascívia graças a merda, o monte mais sublime que já vira, mandoumechupar seu pau; embora não houvesse nada de agradável na operação, o medo de irritard'Aucourt se não cooperasse com seu amigo fêz-me aceder a tudo. Sentou-se numa cadeirade braços, ou antes esparramou-se de lado na mesma, e tendo depositado o prato numamesa vizinha na qual apoiou também metade de seu corpo, seu nariz enterrou-se na merda;esticou as pernas, e eu, depois de puxar uma cadeira baixa e de ter tirado de sua calça umamera suspeita de um pau muito mole, em vez de um verdadeiro membro, a despeito de minharepugnância, comecei a chupar aquela miserável relíquia, esperando que um abocamento lhedesse ao menos um pouco de consistência. Não o conseguiu: assim que o débil objeto entrouem minha boca, o libertino iniciou sua operação e lançou na sua o bonito ovo, todo brilhante enovo, que eu acabara de por para ele; não o comeu, devorou-o: o jogo demorou três minutos,durante os quais seus estremecimentos, solavancos e contorções, declararam um deleitemuito ardente e muito expressivo. Mas tudo foi em vão, nem um vestígio de solidez surgiunaquele pequeno toco de ferramenta o qual, depois de ter chorado lágrimas de mágoa emminha boca, se retirou mais envergonhado do que nunca, e deixou seu dono naquelaprostração, naquele abandono, naquela exaustão que é a conseqüência certa de uma potentedescarga de prazer."Ah", disse o parlamentar, "juro por minha fé: nunca vi ninguém cagar assim".Ao voltar a sala de jantar, só encontrei o abade e seu sobrinho, e como estavamoperando, posso dar-lhes imediatamente os particulares essenciais. Enquanto os outrostrocavam de amantes nessa pequena sociedade, nada podia induzir Du Coudrais a fazer amesma coisa: contente sempre com o que tinha, nunca aceitava um substituto; não conseguia,ao que me informaram, divertir-se com mulheres; mas, sob todos os outros aspectos, ele ed'Aucourt eram iguais. 0 abade procedia à cerimônia da mesma maneira, o que é mais, equando entramos na sala,rapaz estava deitado de barriga para baixo na borda de um divã, apresentando suabunda ao querido tio o qual, ajoelhado a seu lado, carinhosamente recebia em sua boca efirmemente consumia tudo que o rapaz produzia, esfregando ao mesmo tempo um pauextremamente pequeno que vimos balançar entre suas coxas. O abade descarregou,independentemente de nossa presença, e jurou que o garoto cagava melhor cada dia quepassava.Marianne e d'Aucourt, que se divertiam juntos, logo voltaram seguidos de Desprès e duCange que, disseram, tinham apenas se acariciado e conversado enquanto esperavam pormim."Porque", Desprès disse, "ela e eu somos velhos conhecidos, enquanto você, minhaadorável rainha, você a quem vejo pela primeira vez, inspira-me o desejo mais ardente de umdivertimento mais completo"."Mas", objetei, "O Senhor d'Erville levou tudo; nada mais tenho para lhe oferecer"."Ah, sim"? respondeu sorrindo, "realmente, nada quero de você, eu forneço o que fornecessário. Apenas preciso de seus dedos".Curiosa por decifrar aquele enigma, acompanho-o, e assim que ficamos a sós, pede parabeijar minha bunda durante um momento. Logo acedo e depois de duas ou três lambidelas echupadas no orifício, desabotoa sua calça, e pede-me que lhe faça o que acabara de fazer emmeu benefício. Sua posição excitou minha suspeita: estava sentado de frente para as costasde uma cadeira, a qual se agarrando mantinha seu equilíbrio, e por baixo estava um vasopronto a ser cheio; e assim, observando que estava a ponto de executar sozinho, perguntei porque era necessário que eu beijasse sua bunda."Nada pode ser mais necessário, meu coração", respondeu; "é que minha bunda, naFrança inteira a bunda mais caprichosa, nunca caga sem ser beijada".Obedeci, mas tive o cuidado de ficar fora de perigo; percebendo minha cautelosamanobra:"Mais perto, pelo amor de Deus, mais perto, querida", disse num tom imperioso. "Temmedo de um pouco de merda"?E então, finalmente, com o propósito de ser simpática, levei meus lábios a vizinhança deseu ânus; mas mal os tinha ali sentido e já disparava a mola, a erupção foi tão violenta queuma de minhas faces ficou salpicada da testa ao queixo. Só necessitou de uma descarga parasubmergir o prato; nunca vi em toda minha vida um monte assim: chegava para encher umafunda tigela de salada. Nosso homem arrebata prato, leva-o consigo, e deita-se na borda dacama, mostra sua bunda inteira cheia de merda, e ordena-me que brinque com ela enquantose regala com o que acabava de sair de suas entranhas. Imunda que estava sua bunda, tinhade obedecer. "Sua amante sem dúvida faz a mesma coisa", pensei comigo mesma; "Devofazer como ela". Mergulho três dedos na nojenta abertura suplicando minhas atenções; nossohomem fica fora de si de alegria, cai em seu próprio excremento, cimenta sua cara com ele,chafurda, come, uma de suas mãos segura o prato, a outra sacode seu pau majestosamenteerguido entre suas coxas; redobro meus esforços, não são em vão, sinto seu ânus contrair-seem volta de meus dedos, isso significa que seus músculos eretores estão prestes a lançar asemente, a perspectiva delicia-me, o prato está limpo de lambido, e meu companheirodescarrega.De volta uma vez mais ao salão, vejo meu inconstante d'Aucourt com a adorávelMarianne; o safado fizera também uso dela. 0 único que restava era o pajem, com o qual,acredito, podia ter também chegado a vias de fato, se o ciumento abade consentisse apenasem o deixar durante meia hora. Depois de todos voltarem, todo mundo falou em tirar a roupa eexecutar algumas extravagâncias na frente uns dos outros. A idéia pareceu-me excelente, poispermitiria que eu visse o corpo de Marianne, e qual tinha o maior desejo de examinar; provoudelicioso, firme, claro, esplendidamente proporcionado, e sua bunda, que acariciei diversasvezes, título de brincadeira, pareceu-me uma verdadeira obra prima."Que quer com uma moça tão bonita"? perguntei 'a Desprès. "0 prazer que o senhorparece adorar não dá ênfase a beleza"."Ah", respondeu, "você não conhece todos meus jeitinhos misteriosos".Fui absolutamente incapaz de saber mais coisas a esse respeito, e embora vivessedurante mais de um ano com d'Aucourt, e estivesse presente a todas as reuniões, nemDesprès nem Marianne me quiseram dizer fosse o que fosse, e fiquei na inteira ignorância deseus entendimentos secretos os quais, fosse qual fosse sua espécie, não evitavam que ogosto que seu amante costumava satisfazer comigo fosse uma autêntica e distinta paixãodigna sob todos os aspectos de inclusão em nossa antologia. O que quer que fizesse comMarianne, pensei, devia ser meramente episódico, e já foi ou será certamente relatado emuma de nossas sessões.Depois de algumas liberdades devassas bastante indecentes, alguns peidos e aindaalguns montes ou ovos mais, tivemos por parte do abade uma conversa considerável esonoras impiedades, pois o santo homem parecia encontrar uma de suas mais perfeitaslubricidades na conduta no discurso impróprios; depois disso, todo mundo voltou a vestir-se foipara a cama dormir. Na manhã seguinte, como de costume, fui ao quarto de d'Aucourt nomomento em que este se preparava para se levantar, e nenhum de nós censurou o outro pelaspequenas infidelidades da noite anterior. Disse-me que, a não ser eu, não conhecia ninguémque cagasse melhor do que Marianne; fiz-lhe várias perguntas, querendo saber que fazia elacom um amante que parecia tão auto-suficiente, e d'Aucourt respondeu que tudo isso era umsegredo dos dois, e nunca se tinham decidido a revelá-lo. E nós, meu amante e eu, passamosa fazer nossas pequenas habilidades. Não estava tão confinada na casa de d'Aucourt comoanteriormente; as vezes aventurava-me na rua; ele tinha completa fé, ao que me disse, emminha honestidade, eu podia ver muito bem a que perigo ó exporia se prejudicasse minhasaúde, e deixou-me a vontade. No que diz respeito a saúde, na qual, muito egoìsticamente,tinha tanto interesse, nada fiz que traísse sua confiança, mas quanto ao resto, considerei-melivre para fazer tudo que me pudesse trazer algum dinheiro. E assim, sendo repetidamentesolicitada por Fournier, sempre ansiosa por me arranjar companheiros em seuestabelecimento, emprestei meu talento a todos os projetos que me garantissem um lucrorazoável. Eu não era mais uma das moças de sua tripulação, era uma senhora teúda emanteúda por um Recebedor Geral; teria eu a bondade de dar a Madame Fournier uma horade meu precioso tempo e passar em seu estabelecimento no dia tal e tal, etc. etc. Podemimaginar como isso era lucrativo para mim. Foi no curso destas breves distrações queencontrei o novo devoto da merda que passo a discutir."Espere um instante", exclamou o Bispo. "Não quis interrompê-la antes de chegar ao finalde um capítulo; parece ter terminado um agora. Quer ter a bondade de lançar um pouco maisde luz em dois ou três pontos essenciais a respeito desta última pessoa? Quando celebrou asorgias depois de sua entrevista com Desprès, cometeu o abade, até então acariciando apenasseu trovador, atos de infidelidade? Numa palavra, ele jogou as mãos em você? Desertaram osoutros suas mulheres pelo rapaz"?"Monsenhor", disse Duclos, "o abade nem uma única vez deixou seu rapazinho; malchegou a nos olhar de relance embora estivéssemos nus praticamente em cima dele. Masbrincou com a bunda de d'Aucourt de Desprès, e também com a de d'Erville: beijou-as,chupou-as, d'Aucourt e d'Erville cagaram em sua boca e ele engoliu a melhor parte de cada umdesses dois montes. Mas não tocou nas mulheres. O mesmo não é verdade dos outros trêsamigos relativamente a seu jovem trovador; beijaram-no, lamberam-lhe a bunda, e Desprèsafastou-se sozinho com o garoto mas não faço idéia do propósito"."Excelente", o Bispo disse. "Note que não conta tudo, e que aquilo que acaba de relatarforma ainda outra paixão, uma vez que inclui o gosto de um homem que quer que outroshomens caguem em sua boca, homens bem amadurecidos a propósito"."É verdade, Monsenhor", Duelos admitiu, "confesso meu erro mas não o lamento, porquea noite chegou ao fim, e foi realmente muito longa. A campainha que vamos ouvir teria indicadoque não tive tempo suficiente para terminar a história que me preparava para iniciar, e comvossa graciosa permissão, adiaremos até amanhã".A campainha tocou realmente, e como ninguém descarregou durante os trabalhos e emvirtude de todos os paus estarem, não obstante, no ar, só se resolveram a cear depois deprometerem compensar sua perda durante as orgias. Mas o impetuoso Duque nunca eracapaz de adiar negócios importante, e tendo ordenado a Sophie que apresentasse suasnádegas, obrigou a encantadora criança a cagar, e engoliu o seu monte como sobremesa.Durcet, o Bispo e Curval, todos igualmente ocupados, concluíram a mesma operação, oprimeiro com Hyacinthe, o segundo com Céladon, o terceiro com Adonis. Este último, nãotendo dado ampla satisfação, viu seu nome inscrito no livro dos castigos, e Curval,praguejando como um sargento, vingou-se na bunda de Thérèse, que explodiu, a queimaroupa, o monte mais pesado que se pode imaginar. As orgias foram eminentemente libertinase Durcet, renunciando a montes jovens, disse que nos jogos da noite só aceitaria aquilo queseus três amigos pudessem oferecer-lhe. Satisfizeram-no com execuções razoáveis, e opequeno libertino descarregou como um garanhão enquanto devorava a merda de Curval. Anoite surgiu finalmente para restaurar certa medida de calma em tanta intemperança, e pararestaurar também os desejos e faculdades de nossos libertinos.

Os 120 Dias de Sodoma ou a Escola da LibertinagemOnde histórias criam vida. Descubra agora