O DECIMO SEXTO DIA

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Nossos heróis levantaram-se tão brilhantes e frescos como se tivessem acabado dechegar da confissão; mas após cuidadosa inspeção, podia: perceber-se que o Duquecomeçava a parecer fatigado. A culpa disso era de Duelos; não há dúvida de que a moçadominava inteiramente a arte de lhe dar prazer, e que, segundo suas próprias palavras, suasdescargas não eram lúbricas com qualquer outra pessoa, o que corrobora a idéia de queessas questões dependem exclusivamente do capricho, da idiossincrasia e que a idade,aspecto, virtude e tudo o resto nada têm a ver com o problema, que tudo se resume a umcerto tato que muito mais vezes se encontra em belezas no outono da vida, do que em outrassem experiência a quem a maré cheia não coroou ainda com toda a sua sabedoria.Havia na companhia outra criatura que começava a tornar-se muito amável e a atrairconsiderável atenção; referimo-nos a Julie. Anunciava já sinais de imaginação, deboche elibertinagem. Suficientemente astuta para perceber que precisava de proteção, suficientementeesperta para acarinhar as pessoas pelas quais não nutria sinceramente grande afeto,conseguiu tornar-se amiga de Duclos a qual, bem sabia, poderia, se o quisesse, exercergrande influência sobre os outros. Sempre que chegava sua vez de se deitar com o Duque,adotava as técnicas de Duelos e emulava-as com tal sucesso, dava provas de tantahabilidade, de tanta consideração, que o Duque conseguia sempre deliciosas descargasquando tinha por companheiras as duas amigas. Não obstante, seu entusiasmo pela própriafilha declinava prodigiosamente, e talvez sem a assistência de Duelos, pois a narradoraconsistentemente falava em seu favor, nunca teria sido capaz de ocupar um lugar em suasboas graças. Seu marido, Curval, nutria mais ou menos os mesmos sentimentos a seurespeito, e embora, através de sua boca e beijos impuros, continuasse a arrancar-lhe algumasdescargas, o asco aproximava-se perigosamente de se tornar sua atitude predominante a seurespeito: podia até dizer-se que as chamas de sua hostilidade eram avivadas por seusimpudicos carinhos. Durcet não a estimava, ela não o conseguira fazer descarregar mais doque duas vezes desde o início das aventuras de Silling. E parecia portanto que ninguém lherestava a não ser o Bispo, e este gostava realmente de seu jargão libertino, e considerava suabunda a melhor do mundo; e era certo que a Natureza a favorecera com um traseiro tãoadorável quanto o que dera a Vênus. Por isso valorizava ao máximo essa parte, pois queria emabsoluto agradar, independentemente do preço; como sentia uma necessidade extrema deproteção, passou a cultivar Duelos. As visitas a capela nesse dia foram limitadas a trêspessoas: Hébé, Constance, Martaine; ninguém estava em falta nessa manhã. Depois dos trêssúditos se terem libertado de sua carga, Durcet foi levado por um impulso a livrar-se da sua. ODuque, que desde manhã cedo murmurava e falava acerca do traseiro do financista,aproveitou a oportunidade para se satisfazer, e mandando todo mundo embora, a exceção deConstance, que conservou como ajudante, enclausuraram-se na capela. O Duque adorou aboca cheia de merda que recebeu de Durcet; os dois cavalheiros não se limitaram no entanto aesse prelúdio, e depois disso Constance contou ao Bispo que tinham executado infâmiasdurante mais de meia hora. Mas que se pode esperar de amigos desde a infância que nuncadeixaram de se recordar dos prazeres escolares? Quanto a Constance de pouco serviu notête-à-tête; limpou bundas, chupou e esfregou alguns paus, e não passou disso.Retiraram-se para o salão, os quatro amigos conversaram durante algum tempo, e foianunciada a refeição do meio dia. Foi, como de hábito, esplêndida e libertina e, depois dealgumas carícias lascivas e palavras obscenas, e de observações escandalosas queapimentaram suas atitudes lúbricas, voltaram para o salão onde Zéphyr, Hyacinthe, Michette eColombe serviram o café. 0 Duque papou as coxas de Michette, e Curval, as de Hycinthe;Durcet arrancou um pouco de merda de Colombe, e o Bispo derramou alguma na boca deZéphyr. Curval, recordando uma das paixões que Duelos relatara na véspera, resolveu cagarna boceta de Colombe; a velha Thérèse, que supervisionava o quarteto do dia, colocouColombe na posição apropriada, e Curval agiu. Mas como produziu montes colossais, emproporção com a imensa quantidade de vitualhas com que todos os dias se empanturrava,quase toda a sua criação se espalhou pelo chão e foi, por assim dizer, superficialmente quecagou naquela bonita bocetazinha que não fora, era fácil perceber, destinada pela Natureza aser usada em prazeres tão desagradáveis.Deliciosamente esfregado por Zéphyr, o Bispo derramou filosoficamente seu esperma,acrescentando as delícias que sentia a que lhe era oferecida pelo maravilhoso espetáculo quelhe era proporcionado. Estava furioso, ralhou com Zéphyr, ralhou com Curval, bufou eresmungou com todos. Deram-lhe um grande copo de elixir com que esperavam restabelecersuas faculdades, Michette e Colombe deitaram-no num sofá para sua sesta, e fizeram-lhecompanhia enquanto dormia. Acordou ampla-mente refrescado e, a fim de lhe dar vigoradicional, Colombe chupou-o durante um momento ou dois; seu engenho respondeu mostrandoalguns sinais positivos de vida, e depois foram para o auditório. 0 Bispo tinha Julie em seudivã; como gostava muito dela, sua presença melhorou sua disposição. O Duque tinha Aline;Durcet, Constance; o Presidente, sua filha. Estando tudo pronto, a adorável Duelos instalou-seno trono e começou assim:"Nada há de mais falso do que dizer-se que o dinheiro adquirido pelo crime não trazfelicidade. Não há erro maior, garanto-lhes; minha casa prosperou; nunca houvera no tempo daFournier tantos clientes. Foi então que me ocorreu a idéia, uma idéia um tanto cruel, devoadmitir, mas que, atrevo-me a acreditar, não será de todo desagradável a Vossas Senhorias.Parece-me que quando se não faz a alguém o bem que se lhe devia ter feito, há uma certavoluptuosidade malvada em lhe fazer o mal, e minha pérfida imaginação sugeriu uma pequenapartida libertina a expensas do mesmo Pétignon, filho de minha benfeitora, e pessoa a quemeu fora encarregada de entregar uma fortuna que, teria, sem dúvida, provado muito bem-vindaao desgraçado, e que eu começara já a gastar em banalidades. A ocasião surgiu deste modo:o pobre sapateiro, casado com uma mulher de sua própria classe e espécie, tinha, como únicofruto de seu infeliz casamento, uma filha de cerca de doze anos; tinham-me dito que, além detodas as adoráveis particularidades da infância, ela possuía todos os atributos da mais ternabeleza. Essa criança, sendo então humildemente educada mas, não obstante, tãocuidadosamente quanto a indigência dos pais o permitia, pois era a alegria e luz de sua vida,essa criança, dizia eu, pareceu-me uma captura digna de fazer.Pétignon nunca visitara a casa, nada sabia a respeito dos direitos que lhe pertenciam;assim que Fournier a ele se referiu, meu primeiro cuidado foi obter informações acerca dosapateiro e das pessoas que o rodeavam, e soube assim que possuía um tesouro em suacasa. Na mesma ocasião, o Conde de Mesanges fêz-me uma visita; um famoso libertino arespeito de quem Desgranges terá sem dúvida pelo menos uma ocasião de falar, o Condepediu-me que lhe arranjasse uma virgem de idade não superior a treze anos, a qualquer preço.Não sei o que queria com o artigo, pois passava por homem de escrúpulos muito rigorososquando se tratava de mulheres, mas sua proposta era suficientemente simples: depois de ter,com a ajuda de peritos, estabelecido sua virgindade, disse que a compraria de mim a umdeterminado preço e, a partir desse momento, ela seria sua, ele seria seu senhor, eacrescentou, a criança seria levada, talvez para sempre, para fora da França.Como o Conde era um de meus habitués — logo o verão entrar em cena — pus tudo emmovimento num esforço para o satisfazer; a pequena filha de Pétignon pareceu-me exatamenteo que ele precisava. Mas como lhe poderia deitar as mãos? A criança nunca saía de casa, eraali que recebia sua educação; tão cuidadosamente era supervisionada, tão circunspectamente,que comecei a desesperar do prêmio. Tampouco podia empregar aquele primorosodebochador de meninas que mencionei há pouco tempo; estava ausente da cidade, e o Condemanifestava grande urgência. E assim só achei uma maneira, e esta não podia ter sido melhordesignada para servir a pequena maldade secreta que me levou a cometer esse crime, pois ocrime foi agravado por ela. Resolvi envolver o marido e a mulher numa dificuldade, para osfazer prender a ambos, e afastando assim alguns dos obstáculos que me separavam dacriança, pensei que não teria dificuldade em a atrair a armadilha. Logo após consultei um demeus amigos, um talentoso advogado em quem tinha confiança e que era capaz de tudo;revelei-lhe o segredo e logo começou a trabalhar: compilou informações, fez investigações,localizou credores, alertou-os, apoiou suas reivindicações, em resumo, foi preciso menos deuma semana para instalar o marido e a mulher atrás das grades. Depois disso, tudo foi fácil;uma pessoa hábil abordou a menina, deixada aos cuidados de uns pobres vizinhos, e ela foilevada a minha presença. Seu aspecto estava perfeitamente de acordo com as notícias querecebera: tinha uma pele doce, macia e clara, os orna-mentos mais redondos, encantosperfeitamente formados... Numa palavra, era difícil encontrar uma criança mais bonita.Como me custou, ao todo, cerca de vinte luíses, e como o Conde queria pagar um preçofixo por ela e, tendo já comprado seus direitos, não desejava ouvir mais uma palavra a respeitoda transação nem tratar com mais ninguém, deixei-a ir por cem luíses; sendo essencial a meusinteresses que ninguém sonhasse com meu papel na coisa, contentei-me com um lucro líquidode sessenta luíses, dando a meu advogado outros vinte para criar o tipo de agitação queevitasse que seus pais tivessem notícias de sua filha durante muito tempo. Mas tiveramnotícias do fato; o desaparecimento da criança foi impossível de esconder. Os vizinhosculpados de negligência desculparam-se o melhor que puderam, e quanto ao pobre sapateiro esua mulher, meu homem de leis tratou das coisas tão bem que não conseguiram remediar oacidente, pois ambos morreram na cadeia onze anos depois de eu ter fugido com minha presa.Lucrei uma vantagem dupla com essa pequena traquinice, pois ela me deu simultaneamente aposse indiscutível da criança cuja venda estava negociando, e me garantiu também 60.000francos pelo meu trabalho. Quanto a criança, o Conde ficou satisfeito com ela; nunca tevequalquer dificuldade, nem tampouco eu, nem uma palavra se disse, e é mais do que provávelque Madame Desgranges conclua a sua história; nada mais sei a respeito. Mas são horas devoltar as minhas próprias aventuras, e aos eventos diários que vos podem oferecer osvoluptuosos detalhes que relacionamos."Oh por Deus"! Curval interrompeu, "adoro sua prudência — há alguma coisa em seumétodo que evidencia uma vilania meditada, uma ordem que me agrada mais do que possodizer. E quanto a patifaria de dar o golpe de misericórdia numa vítima a quem até então vocêtinha apenas arranhado... ah, isso parece-me um refinamento de infâmia que merece um lugarentre nossas próprias obras-primas"."Não sei, contudo", disse Durcet, "se eu não teria feito pior, pois, afinal das contas, essespais podiam ter conseguido sair da cadeia; Deus sabe quantos idiotas há no mundo quepensam apenas em ajudar pessoas assim. Esses onze anos em que eles se arrastaramsignificaram preocupação para você"."Senhor", Duelos respondeu, "quando não se dispõe da influência de que o Senhor gozana Sociedade, quando para as partidinhas se é obrigado a empregar aliados de segundacategoria, a cautela torna-se muitas vezes muito necessária, e nessas ocasiões, não se tem oatrevimento de fazer tudo aquilo de que se gostaria"."Verdade, sim senhor", disse o Duque, "ela não podia ter ido mais longe".E a amável criatura retomou o fio de sua narrativa.É pavoroso, Senhores, disse a consumada moça, ter de relatar ainda torpezas daespécie de que venho falando há vários dias; mas Vossas Senhorias pediram-me que citassetudo que apenas pudesse ter a menor semelhança com este grande gênero de abominação, einsistiram também para que nada suprimisse. Mas mais três exemplos destas imundasatrocidades, e continuaremos depois com outras fantasias.O primeiro que proponho mencionar é de um velho administrador de propriedades, umhomem que eu diria ter uns sessenta e cinco anos. Queria que a mulher tirasse toda sua roupae, depois de ter acariciado suas nádegas com menos delicadeza do que brutalidade,prontamente lhe ordenava que cagasse no chão diante de seus olhos, no meio do quarto.Depois de conseguido seu objetivo, fazia por seu turno seu monte ao lado do dela, depois,misturando-os com ambas as mãos, obrigava a moça a ficar de quatro e a comer a papa, eenquanto comia, a mulher devia mostrar-lhe seu traseiro que devia ter levado para a festa noestado mais maculado. Enquanto a cerimônia estava em progresso, manipulava-se a simesmo, e costumava descarregar assim que desaparecia o último pedaço. Havia poucasmulheres, como Vossas Senhorias podem prontamente acreditar, que consentissem em sesubmeter a um uso tão vil, mas, de qualquer maneira, o administrador fazia questão quefossem jovens e saudáveis... Bem, seja como for, eu costumava conseguir aquilo de que elenecessitava, pois tudo se encontra em Paris; contudo, a mercadoria era dispendiosa. segundoexemplo dos três que deixei para citar esta espécie, exigia também o ,que se pode chamardocilidade furiosa por parte da moça; mas, como este libertino exigia que elas fossemextremamente jovens, eu tinha menos dificuldade em o abastecer: as crianças emprestam-semais prontamente a estas brincadeiras do que as mulheres adultas. Localizei uma bonitacaixeirinha de loja, de doze ou treze anos para o cavalheiro que logo veremos em ação; chegao homem, manda a moça tirar apenas as roupas que a cobrem da cintura para baixo, brincadurante um momento com seu traseiro, manda-a peidar um pouco, depois toma quatro oucinco copiosos enemas que, subsequentemente, obriga sua pequena companheira a receberna boca e a engolir, ao mesmo tempo que a cascata se precipita de seu reto. Entretanto,como estava sentado em cima do peito da garota, usava uma das mãos para esfregar umdispositivo um tanto grosso, e com a outra amassava e beliscava seu mons veneris e, paratudo poder fazer como queria, fazia questão de ter uma boceta totalmente desprovida decabelos para trabalhar. Esse indivíduo queria continuar até mesmo depois de sua sextaexplosão, pois sua descarga não fora ainda conseguida. A garotinha, convulsa com vômitos,conseguiu articular sua pouca inclinação para continuar, implorou-lhe que a poupasse, ele riu,introduziu um sétimo gole, expeliu-o, e seu esperma correu finalmente.Um velho banqueiro dá-nos o último exemplo destes imundos horrores — ou antes, oúltimo exemplo de homem para quem eles são o elemento principal, pois devo adverti-los deque teremos repetidas ocasiões de os considerar acessórios do mesmo esforço. Queriasempre uma mulher bonita, mas dos quarenta aos quarenta e cinco, e com um par de mamasextremamente descaídas. Assim que se fechavam no quarto, mandava-a despir-se da cinturapara cima, e depois de mexer brutalmente em seu peito, exclamava: "Esses malditos úberes!Para que servem essas tripas? Para que servem a não ser para limpar minha bunda? Depoisapertava os seios da mulher, retorcia-os, massacrava-os, espremia-os, enrolava-os um nooutro, amassava tudo, cuspia-lhes, dava-lhes pontapés e pisava-os, dizendo sempre que coisahorrorosa são umas tetas descaídas, não entendia para que queria a Natureza aqueles sacosde peles, por que motivo tinha desonrado o corpo da mulher com tais coisas, etc. Depois detodas essas observações insultuosas, tirava toda a sua roupa. Meu Deus, que corpo! comopoderei descrevê-lo a Vossas Senhorias! Não passava de uma úlcera asquerosa, uma chagaenorme, parecia estar coberto de pus da cabeça aos pés, podia cheirar seu odor infecto noquarto ao lado do qual observava o ritual; assim era a relíquia que, contudo, a mulher tinha dechupar."Chupar"? perguntou o Duque.Sim, Senhores, afirmou Duclos, chupar de cima a baixo, cada centímetro de seu corpotinha que ser chupado, a língua nada podia esquecer, tudo devia explorar; eu tinha avisado amulher, mas aparentemente em vão. Ela não esperava uma coisa daquelas; pois ao ver aquelecadáver ambulatório encolheu-se de horror."Que é isso, puta"? disse o homem. "Você tem nojo de mim? Ora, que pena, porque vocêvai ter que me chupar, sua língua vai ser obrigada a lamber todas as partes de meu corpo.Vamos logo! Deixe de bancar a menina tímida; outras já fizeram isso, trate de fazer igual aelas. Chega, estou lhe dizendo, deixe-se de disparates".Ah, é verdade, quando se diz que com dinheiro se pode conseguir tudo; a pobre criaturaque eu lhe dera estava na miséria mais extremada, e ali estava a possibilidade de ganhar doisluíses: fez tudo que lhe mandaram, e o gotoso velho safado, emocionado pela sensação deuma língua passando suavemente em seu odioso corpo, e adoçando a amarga pungência queo devorava, masturbou-se voluptuosamente durante toda a operação. Depois de completada,como bem podem supor, a despeito da horrível repulsão da infeliz mulher, quando acabou,dizia eu, mandou-a deitar de costas no chão, montou-se em cima da desgraçada, cagou-lheem cima dos seios, e comprimindo tudo entre os mesmos, usou primeiro um e depois o outropara limpar sua bunda. Mas no que diz respeito a sua descarga, não vi nem uma insinuação, ealgum tempo depois soube que eram necessárias diversas operações semelhantes para oinduzirem a separar-se de seu licor; e como era homem que raras vezes visitava duas vezes omesmo lugar, nunca mais o vi, e para dizer a verdade, não tive pena nenhuma."Por minha alma", o Duque observou, "acho a conclusão da operação desse homemrealmente muito razoável, e eu também nunca fui capaz de acreditar que as tetas servissempara outra coisa a não ser para limpar bundas". "Podemos ter a certeza", disse Curval, que nomomento mexia um tanto brutalmente nas que pertenciam a doce e terna Aline, "pode ter-secerteza; realmente, de que as tetas são objetos muito infames. Nunca vejo uma sem ser logomergulhado num ataque de cólera. Ao avistar essas coisas experimento um certo asco, umacerta repugnância me assalta... só uma boceta tem um efeito pior e mais decidido em mim".E assim dizendo, precipitou-se para seu aposentos, arrastando Aline pelos seios echamando Sophie e Zelmire, as duas meninas de seu quarteto, e Fanchon, para as seguir. Nãopodemos estar precisamente certos do que fez, mas um grito agudo, nitidamente de mulher,foi ouvido pelos outros no auditório, e logo após se ouviram os berros que usualmenteindicavam que o Presidente tinha descarregado. Curval voltou, Aline usava um lenço em seupeito, e como tais eventos raramente criavam a menor agitação, ou, quando muito, algumasgargalhadas, Duclos prosseguiu sem demora na sua narração.Alguns dias mais tarde eu própria cuidei, disse Duclos, de um velho monge cuja mania,mais fatigante para a mão, era muito menos revoltante para o estômago. Apresentou-me umgrande e feio traseiro coberto de pele tão dura como o couro de um boi, e tão enrugado comouma folha seca; a tarefa no caso era amassar sua bunda, passar-lhe as mãos, dobrá-la emassacrá-la, apertá-la com toda minha força, mas, quando cheguei ao buraco, nada pareciaser suficientemente violento: queria que agarrasse na pele, a esfregasse, a apertasse eenrolasse entre meus dedos, que usasse minhas unhas, e só graças ao vigor de minhasministrações seu esperma finalmente emergiu. Cuidou de sua própria masturbação enquantoeu castigava sua bunda e seu respiradouro, e nem sequer fui obrigada a mostrarlhe meustornozelos. Mas esse homem deve ter feito um velho e feroz hábito daquelas manipulações,porque seu traseiro, embora frouxo e descaído, era não obstante forrado por uma pele tãodura e espessa como couro.No dia seguinte, tendo sem dúvida falado bem de mim e de minha destreza a seusamigos no mosteiro, enviou-me um de seus irmãos cuja bunda exigia bofetões, na realidadepancadas e socos, e com toda a força; mas este novo eclesiástico, mais libertino eexaminador, precedeu seu rito de um meticuloso exame das nádegas de sua mulher, e minhabunda foi beijada, fossada, lambida dez ou doze vezes, sendo os intervalos preenchidos porpancadas dadas na sua. Quando seu couro estava avermelhado, seu pau bravamente selevantou, e posso certificar que era um dos engenhos mais nobres que eu empalmara eapalpara até esse dia. Colocou-o em minha mão, recomendando que o esfregasse ao mesmotempo que o continuasse esbofeteando com a outra."A não ser que eu esteja gravemente enganado", disse o Bispo, "chegamos finalmente aoartigo da fustigação passiva"."Sim, Monsenhor", Duclos respondeu, "chegamos, e como minha tarefa de hoje foicumprida, dar-me-á permissão para adiar até amanhã o começo dos gostos fustigadores;devotaremos várias soirées aos mesmos".Como faltava quase meia hora para a ceia, Durcet disse que, para estimular seu apetite,desejava enxaguar um pouco suas entranhas; seu anúncio fez uma espécie de impressão juntodas mulheres, que começaram a tremer; mas a sentença fora decretada, não havia maneirade a revogar. Thérèse, sua serva do dia, garantiu-lhe a introdução do tubo com maravilhosahabilidade; da asserção passou a prova, e assim que o financista sentiu seus intestinoscarregados, chamou Rosette para perto de si, e mandou-a abrir a boca. Houve um certorecuo, algumas queixas e uma palavra ou duas de súplica, mas a coisa principal era aobediência e, claro, a pobre menina engoliu duas erupções, tendo-lhe sido permitido regurgitálasdepois. E regurgitar ela fez, e logo. Felizmente a campainha da ceia soou, pois o financistaestava se preparando para começar de novo. Mas a perspectiva de uma refeição mudou adisposição de Suas Senhorias, foram saborear prazeres diferentes. Alguns montes foramalojados nalguns rapazinhos durante as orgias, e uma grande quantidade de merda foirespingada de bundas; a frente da assembléia inteira o Duque consumiu o monte de Duclos, aomesmo tempo que essa esplêndida moça chupava, e enquanto as mãos de nosso alegrecamarada se agitavam de um lado para o outro, seu esperma surgiu num jato grosso; tendoCurval imitado o colega com Champville, os amigos começaram a falar em se recolher para anoite.

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