Senhor Jeon era um alfa forte e um líder ferrenho. Seus temores não eram como os da maioria, não se preocupava em contas para pagar ou filhos para alimentar, tudo o que passava por sua cabeça eram formas de emergir seu poder e ser um porto seguro on...
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Quando o ômega abriu os olhos, sentiu todo o seu corpo doer, sua garganta estava terrivelmente seca e tudo parecia incomodar suas vistas sensíveis. Ele piscou algumas vezes em busca de conforto e virou a cabeça devagar, podendo ver Jungkook ao seu lado, dormindo enquanto segurava a mão do outro contra seu peito, uma forma de despertar caso Jimin se mexesse e foi exatamente o que aconteceu.
— Jimin! — O alfa disse exasperado quando se deu conta de que ele estava acordado. — Você está bem? Está sentindo algo?
Jimin molhou os lábios secos com a língua e engoliu, incomodado com a falta de saliva em sua boca, se sentia desidratado.
— Eu estou bem, eu só preciso de água. — Ele disse olhando novamente para o teto e Jeon imediatamente foi até mesa onde tinha um copo de vidro e uma jarra com água, serviu o líquido e o entregou nas mãos de Jimin, que o bebeu rapidamente. — Jungkook… — O ômega o encarou por algum tempo, se lembrando de tudo o que viu e sentindo um nó se formando em sua garganta.
— Está tudo bem, chéri. — O alfa disse frio enquanto pegava o copo vazio e o colocava novamente sobre a mesa.
Jimin pôde sentir o quanto aquilo foi falso, o quanto suas palavras não pareciam apenas sérias agora, mas sim embaladas por uma tristeza profunda.
— Quantos foram? — Jimin perguntou olhando para suas próprias mãos.
Jeon o encarou por algum tempo, ponderando se deveria ou não entrar naquele assunto com seu ômega. Ele tinha medo que Jimin se sentisse culpado por isso, mas, ao mesmo tempo, o garoto o encarava com tanto afinco que ele apenas não pôde fugir da situação.
— Dezoito. — Jeon disse sério. — Dezoito com… com seu bebê...
O ômega levantou a cabeça assustado e encarou seu alfa nos olhos, procurando por algo que indicasse que aquilo fosse apenas uma mentira, um mal entendido, mas não havia nada além de pena e dor.
— Como… como assim? — Park perguntou nervoso com o que havia acabado de ouvir.
— Logo em seguida que matei Henderson, senti seu cheiro e o segui, então cheguei até você e aquela alfa… Eu a matei e depois te trouxe para casa, afinal, a guerra estava acabada, o líder deles estava morto… Você estava desmaiado e tinha um sangramento horrível, não havia o que fazer. Seokjin tentou tudo o que podia, mas ele não é realmente um médico, então...
Jimin assentiu, mesmo que tudo ainda estivesse terrivelmente confuso em sua mente. Ele se sentia em choque com a ideia de não estar mais grávido e apenas nesse momento se deu conta de que estava se acostumando com isso, estar grávido estava gradualmente se tornando parte de sua vida e agora, de repente, não era mais. Jimin estava vazio e isso pareceu mais solitário do que ele poderia aguentar.
O ômega puxou os cobertores para cima de seus ombros e se deitou de lado na cama, mordendo o próprio lábio inferior enquanto lágrimas doloridas surgiam em seus olhos. Ao mesmo tempo que era um alívio absoluto saber que não teria que conviver com a constante lembrança do abuso que sofreu, era tão brutal a forma com que aquela criança nem ao menos teve a chance de saber o que era a vida.
