~Toni's pov
Penúltimo dia dos pestinhas na minha casa. Acordei mais cedo que o normal, fiz panquecas meio queimadas - o que vale é a intenção -, ovos mexidos, suco de laranja, cortei as frutas em cubinhos e até colhi umas rosas do jardim, colocando-as no meio da mesa em um jarro de vidro bonito.
Poucos minutos depois os trigêmeos já estão na cozinha com as carinhas amassadas, cabelos bagunçados e de pijamas. Eles me olham com um semblante assustado e até beslicam uns aos outros. Reviro os olhos, rindo.
-Bom dia, pirralhos.
-Tia Toni? É você mesmo? -Arqueio as sobrancelhas pelo questionamento de Tom, que fitava a mesa com os olhos arregalados e o queixo caído.
-Sim, seu pirralho. Sentem-se logo para comer, não tenho o dia todo. Bom dia, mãe. Dormiu bem? -Minha mãe me olha com o cenho franzido e vem até mim, encostando a mão em minha testa.
-Estamos em um mundo inverso, eu acho. Você nem está com febre! Tom, vai buscar a água benta, Alex, vai pegar a cruz, e Gael... -Reviro os olhos, lhe interrompendo.
-Vocês deveriam me agradecer, isso sim.
-Obrigada. -Os três falam em uníssono enquanto minha mãe continua me olhando com o cenho franzido e lábios comprimidos em descrença.
-Bom, hoje tenho uma sessão de fotos bem mais cedo, por isso vou deixar o carro com você, está bem? -Minha mãe afirma, mordendo um pedaço da panqueca. -Vou buscar vocês mais cedo na escola, tenho algo em mente pra hoje. -Eles se animam.
-E o que é? -Gael questiona.
-Se eu falar, deixa de ser supresa.
-Droga. -Alex sussurra, de boca cheia.
-Pois bem, aqui está a chave. Vou logo antes que Josie me ligue e me encha de perguntas. -Deixo um beijo na bochecha de cada um. -Amo vocês, seus malucos.
-Também te amamos. -Eles falam juntos e eu saio dali sorrindo grande.
Nem dona Maria, nem elevador quebrado ou inúmeros lances de escada seriam capazes de estragar com meu bom humor. Dou um bom dia animado para minha vizinha que, como sempre, fez questão de me fitar de cima à baixo na cara dura. Ignoro, embarcando no cubículo.
-Bom dia, John. Como está? -Cumprimento o porteiro, desligando o alarme do meu carro pelo controle.
-Bom dia, dona Toni. Tem encomenda para a senhora. Vieram deixar bem cedo. -Ele me entrega a caixa marrom.
-Obrigada, John.
Entro no carro e logo ligo o aquecedor, tremendo o queixo. O dia amanheceu frio até demais. Tiro a fita que fazia a caixa estar selada e meus olhos marejam ao ver os primeiros exemplares da revista com o rosto sério e bonito de Sophie. Com todo cuidado do mundo, acomodo a caixa no banco ao lado e dirijo rapidamente até meu estúdio, correndo com a caixa em baixo do braço depois de ter estacionado.
-MCCOY! CADÊ VOCÊ?
-Eita caralho, não precisa gritar! -Seguro o riso ao ver seu rosto marcado já que ela dormia em cima do balcão com uma caneta na mão e um grampeador na outra.
-Ressaca pesada, hum?
-Vaca é você! -Ela rebate e eu franzo o cenho. Ok, sem noção. Jogo a caixa bem perto de seu rosto, fazendo-a pular de susto. -Puta merda, Topaz!
-Acorda e presta atenção em mim e nessa belezura que chegou pela manhã. -A entrego um dos exemplares da revista. Josie arregala os olhos.
-TOPAZ DO CÉU!
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Uma tia nada normal
RomantikQuando uma morena mal criada dá de cara com uma ruiva nada simpática, a explosão seria capaz de sanar o ódio entre as duas, ou só traria mais problemas para a cabeça da pobre Topaz?