Capítulo 9.

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— tchau, senhorita Carla Maraisa... - sorri meiga e pisca para mim ao bater à porta do carro.

— tchau Lauren... - retribuo o piscar. — e não precisa me chamar de Carla, prefiro só o "Maraisa".

— tudo bem, Maraisa. - acena um breve "sim" com a cabeça.

Depois do tchau, dou a ré saindo da calçada de sua casa esperando a menina entrar. Respiro fundo, passo a mão no rosto e me sinto aliviada em saber que a menina que eu conheci hoje... tipo assim, hoje! Chegou bem em casa graças a mim. E não tem nada demais nisso, eu faria por qualquer amiga, eu hein.
Balanço a cabeça, tentando espantar tantos pensamentos.
Dirijo até a casa do irmão de Jack, pensando que vai ser ótimo ter uma amiga para conviver e me ajudar dentro do campo de trabalho, todos os dias, ainda mais se for uma pessoa tão bem vestida e estilosa, engraçada, não muito simpática logo de cara mas mantendo a educação. É vai ser um ano bom!

— filho... - digo emocionada após apertar a campainha da casa e ver meu cachorrinho pulando em mim, assim que a porta abre.

— oi Maraisa. - meu cunhado diz meio sem graça. - quer entrar?

— aí filho, que saudade que a mamãe tava. - aperto meu cachorro em meio a abraços. — não Matteu, está tarde e preciso ir para casa esperar o Jack.

— então tudo bem... bebê estava com muita saudade! - disse olhando para o bebê.

— é eu estou vendo... - levanto do chão com ele no colo. — e aí ele ficou bem?

— sim, ficou muito bem! - sorri de forma sincera. — chorou um pouco, mas deve ser de saudade dos pais.

— se for só isso, está resolvido. - digo feliz vendo que meu cachorro está realmente saudável. — bom, já estamos indo obrigada mesmo por cuidar tão bem da minha preciosidade.

— não foi nada... eu quem o diga, é sempre muito bom cuidar desse mocinho. - fala em meio a um breve abraço de despedida.

— da tchau para o tio, meu amor... - afino a voz para falar com o bebê, bem coisa de mãe de pet.

O cachorro obviamente não mostra muita reação.
Pego a cestinha para colocá-lo, só até chegar no carro, então o deixo livre sabendo que ele sempre se comporta muito bem. Com ele aqui comigo, me sinto melhor e finalmente em casa, muito bem aconchegada na minha cidade.

— é filho, papai deve estar ansioso para te ver... pode esperar. - converso com ele assim que paro no sinal vermelho e aproveito para lhe fazer um carinho.

Meu filho recebe meu carinho de forma adorável e até solta uns latidos, seguidos de lambidas em minha mão. Logo Faço todo o trajeto em dez minutinhos até em casa.
Assim que chego no condomínio, o senhor Jorge da portaria me diz que meu marido já havia chego e pelo jeito estava muito feliz... o que me deixou um pouco animadinha se é que me entendem! Agradeço a informação sem ficar de muita conversa e sigo para minha casa, estaciono meu carro ao lado da Range Rover do Jack, pego as coisas do bebê e vou entrando de fininho sem muito barulho.

Solto o cachorro dentro de casa e sinto um clima pesado no ar a cada passo que dava a mais para o centro. Estava muito estranho, a casa totalmente em silêncio e nada do bebê latir que nem adoidado igual sempre acontece quando re vê Jack após tantas semanas fora, graças a nossa viagem para Rio.

Minha expressão facial com toda certeza não estava das melhores, meus olhares de lado confusos e amedrontados me deixaram inquieta.
Coloco a cestinha do Bebê em cima da mesa, vejo dois pratos postos e comida japonesa ainda fechada na bancada de mármore e só então bem baixinho, ouço a televisão da sala ligada. Vou em relento até ela, desligo e assim que olho para trás tomo um pequeno susto quando encontro meu marido deitado no sofá com um livro seu peito, mostrando-me que já pegou no sono e ainda não era dez horas da noite. Pelo visto seu dia foi bem corrido, mal o vi durante o dia e agora já está exaustado deitado no sofá com o sono bem profundo.

— cheguei bem tarde né? - penso alto, indo em direção ao homem deitado.

Retiro o livro, fecho e coloco em cima da mesinha de centro.
Até achei fofinho quando o bebê subiu perto do braço dele e ali ficou aconchegado. Pensei que o acordaria, mas graças a Deus que não, ele continuou dormindo como se nada tivesse acontecido mas sua pele estava arrepiada.
Acredito que por ser meio tarde, o vento estava ficando cada vez mais gelado e seria um pecado acorda-lo só para pedir que vá deitar na cama. Rapidamente e em silêncio, pego uma manta e cubro o homem.

Deixo ele dormindo após velar uns minutos seu sono, só para ter certeza que não acordaria e se visse sozinho sendo que já cheguei em casa. Subo para o meu quarto, tomo um banho bem reforçado e merecido pois o dia foi meio estressante.
Olho para minha bochecha através do espelho, enquanto bato a toalha no cabelo e bem aonde a menina deixou um beijo, fico imaginando como seria os seus pequenos lábios quentes e macios na minha boca, pensar em um beijo dela fez meu reflexo ter uma resposta de morder meu lábio inferior.

Carla Maraisa, desde quando você deseja lábios de outra pessoa em você? Pode tirar seu cavalinho da chuva que no seu dedo a uma aliança, esqueceu?

Mas e se fosse só para provar, que mal tem nisso... Eu sou hétero até que eu me prove o contrario. E to aqui eu com esses malditos pensamento e acho que meu mal é bem esse, pensar demais no que não deve.

Desço para jantar e nada de Jack se mover nem para mudar de posição, posso apostar que amanhã a coluna dele vai pedir socorro e vai cair tudo em mim, como diz aquela famosa frase que os jovens tanto falam, "eu que lute".

Janto sozinha e vou deitar. Coloco o celular para carregar e já me vem à notificação de milhares de ligações e mensagens do Jack... as mensagens começaram me avisando que deixou outra pessoa terminar o seu serviço, porque o mesmo achava que não conseguiria chegar a tempo para jantar comigo e aproveitar para namorar e no final quem demorou para chegar fui eu.

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