Capítulo 17.

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Levo uma advertência do professor, mas no final nada acontece. O intervalo bate e acabo nem esperando Nina ao sair da sala.

— amiga, o que está acontecendo com você? - Nina pergunta tirando meus fones.

— aí Nina que susto... - coloco a mão no coração. — quase que você me infarta.

— ui, me desculpa mas parece que está no mundo da lua... - ela ri então morde um pedaço de sua maçã.

— não, não é nada demais eu só estava pensando no meu trabalho. - invento.

— no seu trabalho ou em alguma vagabundinha. - diz e eu a quase fuzilo com um olhar.

— Nina que isso, me respeita. - repreendo.

— não menti. - da de ombro.

— mas é boba... - mostro a míngue.

— é mulher né?

— não dá pra brincar com você, eu hein. palhaçada. - falo em indignação.

— eu te conheço Lauren, vai desimbucha quem é?

— não é absolutamente ninguém, não tenho tempo pra isso. - faço que não com a cabeça.

Me levanto da mesa, jogo no lixo o resto de comida e volto sentar com ela.

— amiga, eu queria saber que você fez o trabalho que era nós duas... - passa a mão na nuca?

— qual? não to sabendo...

— do professor Thyago...

— não era em dupla mas eu fiz, está no meu portfólio dentro da sala. - concluo.

— sim, esse mesmo me empresta fico te devendo essa. - faz bico e eu reviro os olhos mas aceno, sim.

— amiga, você é maravilhosa nunca me decepcionada. - me abraça.

— aí Nina, chega.

— desculpa.

— e você hein? o boyzinho número quatrocentos e cinquenta e dois deu certo?

— amiga pior que não acredita, mas já to investindo em outro... - ela ri de uma forma ousada.

— outro? - arregalo os olhos. — meu deus quem dos agroboys de goiânia que você ainda não pegou?

— ei, não chama eles assim...

— to brincando. - rio.

— qualquer dia eu viro lésbica também e você perdeu amiga não arrumo mais ninguém pra você.

— ah não Milena... - me levanto da mesa indignada com a sua frase mas entre nós eu sei que é brincadeira.

A manhã passa daquele jeito e à tarde não esquenta muito se diferenciando desta manhã um pouco mais fechada, o dia continuou ameno parecendo que estava para chover e assim que chego na escola em que trabalho o muito cai em chuva. Ainda bem que cheguei a tempo.

Chego na sala e Maraisa estava sentada em sua mesa digitando algo no notebook. As crianças não estavam em sala, provavelmente estariam em uma aula prática.

— oi Maraisa, boa tarde. - entro e vou encostando a porta.

— oi. - ela diz seca sem me olhar.

— tudo bem? - pergunto.

Ela me alcança um olhar triste, balança a cabeça em um sinal de sim e aprofunda o olhar como se quisesse me dizer algo, mas volta sua atenção ao MacBook. Não forço uma conversa, finjo não me importar já que nem a mesma ao menos se dispõe a me olhar, sabendo que temos um tempo precioso nos esperando e ela ali, nem aí para a minha existência.
Pego as agendas de cima da mesa e vejo os bilhetes, tudo o que pergunto a ela, a mulher me manda fazer algo e só fica nisso, não que esteja errada, muito pelo contrário está certa em manter o profissionalismo. Mas as coisas parecem ficar mais sérias quando seu celular toca e ela recusa todas as ligações.

— acho melhor você atender. - digo de saco cheio, com tanto barulho daquele aparelho.

Ela se levanta, diz algo baixinho assim que desliza o dedo na tela do celular e sai da sala batendo à porta me deixando sozinha.
De fato eu estou bem surpresa e quebro toda e qualquer expectativa que eu tinha dentro de mim.

A moça volta chorando, andando rápido em direção ao computador. Fecha o mesmo e vem até mim, ela se senta no meu colo e me beija enfiando a língua em minha boca com toda precisão do mundo. O beijo aqueceu todo meu corpo e saciou a saudade que eu já estava dela, ao mesmo tempo o cheiro dela entrou por minhas narinas e espero que o universo tenha eternizado esse momento.

— Maraisa... está tudo bem mesmo? - perguntando trazendo seu rosto para me olhar.

— não vai dar... - diz abafado afundando a cabeça em meu pescoço.

— não vai dar, o que?

— o que estamos fazendo Lauren. - suspira e engole seco.

— eu não entendi. - pigarreio.

Ela se levanta do meu colo, enxuga as lágrimas e me olha triste mas decidida.

— não vai dar, eu não quero você...

— estou vendo que não me quer... - digo sinica.

— eu não gosto de mulher, eu me enganei e não quero te enganar. - ajeita seu vestido.

— como Maraisa... você acha que pra mim esta sendo alguma coisa?

— e não estava? - umedece a boca.

— não...

— então ótimo porque para mim menos ainda.

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Gente desculpem os erros e a demora mas eu tava cheia de trabalhos pra entregar, me perdoem!! vai aí dois de uma vez pra vcs ❤️ votem e comentem. OBRIGADA

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