Capítulo 23.

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— não é isso... - vou até ele que estava sentado no sofá da sala segurando o notebook no colo.

— o que é então, Maraisa? - me lança um olhar preocupado. — o que está acontecendo?

— passei o final de semana fora também...

— ok, porque não me contou? poderia se quer me dar uma explicação... - respira fundo.

— não, não tenho nada para explicar... - digo respirando fundo no mesmo tempo em que prendia o cabelo em um coque alto. — passei o final de semana na casa da Maiara e levei o bebê.

— mas, por que foi para lá? - me olha confuso.

— ah... - meu olhar fixa em algum canto do chão. — ela achou melhor eu ir então fui, disse que se não fosse, teria chances de eu pirar aqui sozinha. - conclui.

— então tudo bem... Sei o quanto a Maiara ama vocês. - por fim me observa do mesmo jeito que estou acostumada.

Dou de ombros, tiro o Bebê da caixinha de transporte e vou até Jake, para lhe dar um selinho, só então percebi que seu cabelo estava molhado e o cheirinho dele entrou por minhas narinas me despertando saudade, abraço ele e o homem mal retribui por conta do computador que estava em seu colo, disse que estava concentrado nas pesquisas, rapidamente percebo que estava procurando imóveis, para que exatamente eu não sei, mas a localização me informava o Rio de Janeiro. Levo as roupas na área da lavanderia e deixo separadas por cor dentro dos cestos que a empregada arrumou, meu coração acelerou quando vi peças da roupa Lauren e então as cheiro para que sentisse a menina perto, acabo sorrindo ao passar flashback's por meus pensamentos, dessa incrível noite que tivemos. Faço que não com a cabeça na intensão de desfazer tais lembranças e já coloco as roupas dela para lavar, mesmo com um aperto no coração em tirar o nosso cheiro delas.

— e você... como foi lá na empresa? - digo me sentando a mesa para jantar, já de banho tomado e pronta para dormir.

— reunião o tempo todo amor, parecia que não tinha mais fim... - mal me olha.

— rum, e acabou tarde mesmo né? Pela manhã vi suas ligações perdidas.

— pois é, mas só queria informar que eu estava bem...

Continuamos a jantar, com apenas o som harmônico que vinha do telão no qual coloquei musicas aleatórias da minha playlist pessoal no Spotify para tocar. Nada conversamos, e eu dei graças a Deus, estava exausta e pelo que pude notar Jake também, logo poderia terminar de comer e ir dormir sem mais questionamentos.
Ao amanhecer, olhei para o lado e ele já não estava mais lá, me viro para o outro e nesse mesmo segundo meu celular vibra e então a notificação que no fundo sem puder se quer negar que queria, chegou.

Olho rapidamente pela barra de notificação, uma imagem e algumas outras mensagens que acabei não conseguindo ler de Lauren, culpa dessa minha memória curta, esqueci de colocá-lo para carregar, então conecto na tomada e assim que ligo a Televisão me assusto ao ver horário, estava extremamente atrasada, se não saísse em cinco minutos, Simony cortaria meu pescoço e com razão.

Assim que entro no carro percebo que peguei o celular e não o carregador, nossa hoje eu estou de parabéns mesmo, meu dia já começou assim... Mas, se não me engano tenho um cabo dentro de algum dos meus armário no trabalho, ou seja fico um pouco mais tranquila em relação a isso.

— bom dia, Carol a Simony já chegou? - paro em frente à secretaria.

— bom dia senhorita Maraisa, ela chegou sim e está em sua sala te esperando. - a secretária ri.

— aí meu Deus... - descontraída, faço o sinal da cruz. — vou indo, obrigada.

— de nada. - responde educada.

Ando até a minha sala, esbarrando em algumas crianças me desejando um bom dia, felizes mas ainda sonolentas por conta de ainda ser cedo.

— demorou, Carla.

— bom dia, Simony eu vou bem e você? - juro que tentei dizer sem querer ser debochada, mas foi mais forte, então recriem a imagem de uma cara de bunda que ela fez.

— bom dia. - falou sem graça alguma.

— necessita de alguma coisa? - digo já percebendo uma pilha de envelopes parecidos com os arquivos.

— sim, o núcleo mandou pronto só deverá responder esses arquivos e me entregar até às... - olha para o relógio em minha sala. — onze.

— tudo bem. - sorrio.

Ela se vai, e eu como a pessoa madura que sou, bato a porta e mostro a língua mimizando o que a mulher disse, não que eu não goste do meu trabalho, mas tem vez que ela faz de propósito em me mandar fazer coisas de outras pedagogas.

A manhã passa e quase que não entrego no horário, foi difícil, demorou mas saiu tudo como já esperava, quando está tudo em minha responsabilidade bem que poderia ser assim em todas as áreas da minha vida. Almoço em casa troco de roupa por conta do calor e pego o carregador original do celular, pois aquele não deu nem sinal... e volto para o trabalho.

Entro em sala, a pessoa que espera chegar e ver, não estava logo então passando das treze horas da tarde, quatorze horas, quatorze e quinze, nada da Lauren. Entrego minha turma para a Educação Física e vou à procura daqueles olhos azuis.

— com licença, Simony. - dou três toques antes de entrar.

— sim, porque não está dando aula? - me olha por cima do óculos.

— ah, agora então em outra aula.

— entendi. - acena e volta a olhar para o computador. — pode dizer.

— estou à procura da Lauren, preciso da ajuda dela mas não a encontro e não sei se veio, porém não me avisou que iria faltar, será que ela está bem? - juro que a preocupação é seria.

Talvez se Simony não me respondesse algo que tirasse minha dúvida, acho que seria capaz de ir em sua casa me acertar.

— algumas estagiárias faltaram por conta de um curso, não se se Lauren se encaixa mas foi o que me passaram. - explica.

— ok, obrigada.

Meu semblante muda no mesmo instante e não sei o que dizer mais, só um sentimento de solidão predominou em mim.

Continuo o meu trabalho, tento ligar o celular e não consegui obter respostas alguma ao que se tratava dele, não é possível que teria que levar um celular caro desses pra arrumar ou algo parecido... Passo a mão no rosto e tento manter a calma se ele não ligar terei de usar o meu antigo que tenho em casa, sem estresse deixo ele de lado e vou corrigir algumas atividades. O horário do intervalo bate e eu vou tomar café.

— Maraisa? - aquela voz doce chama. — eu estava te procurando.

— Lauren, ainda bem que está aqui.

Nós nos cruzamos no meio do corredor, nos abraçamos e um arrepio gelado percorre sobre mim quando sua respiração bate ao pé do meu ouvido.

— vamos para a sala. - puxo a menina que estava indo para a sala dos professores.

— mas eu preci... - não deixo a terminar.

Entro na sala trancando a porta e fechando as cortinas, deixo nossos cafés em cima da minha mesa e já vou puxando ela para beijar aquela boca em específico que já estava morrer de saudade, a menina recebe muito bem.

— ei.. cal... ma... - diz em meio aos beijos.

— não, eu estava aflita por favor... - seguro firme em seu pescoço trazendo seu corpo mais para perto.

— aflita, com o que?

Algo me impede de responder, então fito seu rostinho lindo com aquele olhar brilhante.

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