Capítulo 13.

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— o que... você não gostou? Não está sendo bom pra você também? - pergunto ansiosa, com a mão acariciando sua nuca. Seus olhos brilham e então diz.

— não é isso, morena, eu estou adorando... - diz e deixa um selinho em minha boca.

— adorei o apelido... - sorrio safada e a menina retribui.

Puxo ela de novo e o beijo começa a entrar em chamas como estávamos há poucos minutos. Não tem explicado como eu estou entregue a ela e como a tempos não me sentia assim, e a cada segundo parecia que ia explodir de tesão.
Pego uma de suas mãos que não estavam no chão de apoio para seu corpo, logo corro ela debaixo do vestido que escolhi vir trabalhar hoje, ela sorri maravilhosamente me transmitindo a paz que pedi aos céus, então levo até os meus seios, a menina aperta com maestria me deixando louca e então sinto todo o mundo se resumindo agora em um único momento.

— Maraisa Maraisa, espera... - intervém o clima. — eu acho que ouvi...

— não... - confesso que mal entendi o que dizia.

— calma. - ela para de me beijar.

— o que foi? - minha expressão preocupada, toma meu rosto e vejo seus olhos correndo por toda a sala.

Nós duas ainda estávamos ali no chão e eu com a menina deitada sobre mim.

— eu acho que escutei alguns paços vindo do corredor, a sala está escura mas se alguém aparecer aqui podem nos ver... - faz uma cara amedrontada.

— Maraisa? - ouço a voz de Simony chamar um pouco longe de nós mas audível o suficiente... Em seguida tenta forçar a porta.

— não é possível... - digo baixo e me curvo um pouco do chão.

— é possível! Mas e agora? - diz a menina de olhos verdes, preocupada. — o que vamos fazer?

— é só irmos falar com ela, dizemos o que aconteceu e pronto... - concluo.

— não! em hipótese nenhuma, se disser que estou aqui para te ajudar, ela vai fazer de tudo para me tirar daqui ou da turma, por favor Maraisa. - súplica.

Eu não entendi muito bem o porquê faria isso, mas acenei um sim com a cabeça. E outra, ela desconfiaria por mais sem nexo que seja para qualquer outra pessoa que não seja nós, conheço a Simony ela pegaria em nosso pé.

— deixa comigo, se esconde dentro do armário. - falo e então gargalho ao ver Lauren espantada daquele jeito pela minha frase e também obviamente por conta do susto.

— tá bom... - sussurra se levantando, logo em seguida me ajudando a levantar do chão.

Engulo seco, ajeito minha roupa puxando a mesma para seu devido lugar, coloco meus seios do jeito certo, dentro do sutiã e balanço meus cabelos que estavam bem amassados graças ao chão duro.
Quando as crianças foram para a saída e a Lauren apareceu novamente, acho que acabei trancando a porta sem querer ou algo do tipo, só sei que se estivesse aberta com certeza uma hora dessas eu estaria encrencada.

— Maraisa... o que está fazendo aqui a está hora ainda? Pensei que estaria em casa. - olha para o relógio em seu pulso e tentando entrar na sala, mas disfarçadamente impeço.

— eu vim procurar alguns... cadernos para corrigir, você sabe como é né a vida de professor... eu, já estava indo embora... - paro em sua frente enrolando ela.

— então tá bom, estranha. - arqueia as sobrancelhas e então da de ombros. — vá para casa, seu marido já deve estar te esperando.

— puts o Jack. — penso alto e ela me olha extremamente confusa.

— então tá bom... eu vou indo. - ela da as costas.

— tchau titia, até amanhã... - fico parada esperando ir mas ela insiste em permanecer.

— vamos? - faz uma super cara de interrogação, fazendo sinal para que eu a acompanhasse.

— ah sim, vou indo também só irei terminar de recolher minhas coisas e já vou indo, tchau titia... - balanço a mão em "tchauzinho".

— Maraisa, você me assusta as vezes! mas enfim bom descanso... vou logo para casa e peço que também vá.

— sim estou indo. - digo um pouco mais séria, sem o sorriso de nervoso por conta da situação. Mas respiro aliviada.

Nesses minutos em que ficamos, eu não lembrei de mais nada do mundo exterior, o momento foi tão único e sim foi só um momento que me fez querer prosseguir, somente por olhá-la.

— temos que ir embora... - digo cabisbaixa.

— não, ainda é cedo podemos terminar de arrumar aqui... - diz pegando uma caixa.

— Lauren, não dá, e e-eu tenho que ir embora. - digo tentando não gaguejar, sem ao menos conseguir olhá-la nos olhos.
Pego a caixa de sua mão e colo na mesa.

— morena? - me abraça, fazendo olhar para ela direito instantaneamente.

— preciso ir Lauren. - me desvio do seu abraço.

— você disfarçar muito mal... - ela diz segurando o riso.

— você ouviu alguma coisa? - meu coração gela.

— ouvi que não sabe mentir sem rir de nervoso, fora isso não escutei nada. - ela balança a cabeça negando.

— vai para, pega sua bolsa. - sorrio de canto.

Ela concorda, pega suas coisas com a timidez que sempre me apresentou e eu fecho meu armário também bem quieta e somente nossas respirações eram capazes de serem ouvidas em meio a tanto silêncio.

Entramos no meu carro as duas praticamente mudas para quem estava se pegando a meia hora atrás e um diálogo cairia bem, isso seria nada mais que o necessário. Mas como ela disse em alto e bom tom, eu não consigo disfarçar e o silêncio foi a minha única saída para não acabar falando merda. Tá na cara que o meu sentimento tem todo o formato de culpa. E é totalmente minha, mas ela veio bem cedo e eu não esperava esse peso todo de culpa que estou sentindo sozinha, tanto que mal consigo respirar direito, quem diria falar alguma coisa que preste.

Ligo o rádio para quebrar o gelo e esta tocando a musica "ao vivo e a cores".

Dirijo em direção da casa dela, minha cabeça não para de reprisar a minha nova cena favorita, o beijo. Chegamos e eu ainda covarde, não consegui falar.

— eu acho que te fiz algo que não gostou. - diz triste.

— não Lauren, não fez nada eu prometo. - olho no fundo dos seus olhos.

— então tudo bem. - sorri de canto. — tchau...

— tchau... espera. - digo antes que saía do carro.

— sim? - me olha com um novo olhar tristinho.

— faltou me chamar de morena e me dar um beijo...

Seu sorriso vai de orelha a orelha e então cheia de desejo me beija, parecia que era saudade, não sei explicar a emoção que senti quando nossas línguas se encostaram novamente.

Certamente e definitivamente com toda certeza, beijar mulher abriu as portas de um mundo novo que estava escondido em mim.

— morena... - deixa um selinho em minha boca e se vai.

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