Capítulo 18.

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-Maraisa.

Eu sei que foi escrotisse da minha parte ter falado assim com ela...

Mas desde o começo, a gente não devia ter se olhado diferente, ela não deveria ter entrado na minha mente, seu cheiro não deveria estar na minha roupa e em minhas narinas com o simples balançar do vento, muito menos assim tão de repente... Essa história toda me levou a conclusão de que o tempo não tem nada a ver com a gente.

E por fim, é ele que me rege.

Essa era minha decisão o meu ponto final, em um relacionamento que não teve nexo... Mal teve um começo e toda essa história já chegou ao fim e estava tudo certo.
Ela balançou minha estruturas, tirou meu chão e então, pela primeira vez, desde que comecei uma vida com o meu marido... O medo me tomou e só consegui enxergar tudo indo para o lixo, não poderia deixar que isso acontecesse, tudo o que um dia ele construiu por nós, ser destruído de uma hora para outra... Isso sim é o que importa porque era mais que uma topada no corredor de onde eu trabalho, mais que uma ficada no chão gelado.

Uma menina qualquer não pode e não tem o poder de me dar ao trabalho de em tão pouco tempo fazer com que eu sinta algo, sendo que todos romances em que tive, dei trabalho para me ter.

A semana se passou e desde a última conversa na sala, não cruzei nem o olhar com o dela. As vezes que nos falamos foi para informar algo sobre os nossos alunos, porque até então a única coisa em comum é o trabalho.

Deu para perceber que a menina estava bem, fez até amigos no trabalho, coisa que ela mesma falou que não seria possível... Mas vemos que tudo é possível, ainda mais quando se tem aquele jeitinho dela. Na hora do intervalo a menina não parou de conversar com outra pessoa que acredito ser estagiária também. Era uma moça bonita, não igual a beleza de Lauren não sei se é possível, mas até o seu jeito de andar é bonito. Elas riram de forma satisfatória, pareciam se dar muito bem.

Mas logicamente não me importei, estou ganhando para realizar meu trabalho e sofrer com algo sem pé nem cabeça como aquele rolinho que inventei não estava nos meus planos.

Era isso que eu estava tentando me convencer, mas cada dia que passava eu me sentia mais distante de Jack e suas carícias já não eram as mesmas, não fazíamos amor há muito tempo e nossa intensidade foi se desfazendo.

No sábado pela manhã, Jack me avisou que teria de ir viajar para o Rio, e eu teria que ficar esse final de semana sozinha, ele me enrolou dizendo que são negócios de uma nova empresa de sua família e ele teria de ir urgentemente para resolver, já que a administração de tudo relacionado a isso estão em suas mãos; Disse também que eu nem sentiria sua falta pois voltaria na próxima noite de domingo.

Ele havia acabado de passar pela porta segurando uma malinha, eu estava vestida por um pijama de setim rendado e um sobretudo pois a manhã estava um pouco mais fria que o normal em goiânia.

Não acredito que desmarquei tudo para ficar com ele e é isso que obtenho em resposta... Nem para me levar junto.

Me jogo no sofá e ligo para a Maiara, vai que ela pode vir me socorrer e não me deixar sozinha. A ligação cai três vezes e durante esse tempo, fico em espera uns três minutos, não é possível.

fala irmã. - diz assim que atende. Ouço um barulhão de música ao fundo.

— oi metade bom dia... - cumprimento.

— Maraisa, não estou conseguindo te ouvir direito... - ela berra ao microfone quase me deixando surda.

— aonde que você está? - ergo o tom de voz.

— você poderia me ligar depois, estou no meio de um ensaio... vim com a Marília nos shows da semana aqui pelo sul, olha mais tarde a gente se fala. - diz sem ao menos me dar tempo para me despedir e desliga na minha cara.

aí que droga. - falo indignada e jogando o celular no sofá, fazendo o mesmo pular longe.

Ela até me disse que iria, mas não sabia que era tantos dias e tão longe... Não vou poder nem recorrer a Marilia já que a elas estão juntas. Desta vez sobrei, não tenho nada para ocupar minha cabeça ja que vou ficar sozinha. Já organizei a festa, mandei todos os convites e está tudo em ordem.

Me arrumo para o trabalho e vou, pelos menos lá eles precisam de mim. E olha, não vou precisar temer meus sentimentos em vê-la hoje, provavelmente que não precise ir aos sábados,sendo que a menina é estagiária, mas se bem que ela faz o trabalho melhor que muitas outras do Elite. É até engraçado pensar nisso.

Chego na minha sala e quebro minha cara, mas ao mesmo tempo meu coração pulsa mais forte ao ver Lauren ali vestida pelo seu jaleco branco e uma pouco curvada para frente... é impressão minha ou ela tá usando decote, puta merda como não reparei em seus seios antes?
Ela estava toda e maravilhosamente bem focada em organizar a sala para a chegada de alguns pais que reforçamos presença.

— não sabia que viria. - digo então sem contato visual e indo em direção a minha mesa.

— Carla Maraisa... que susto. - diz realmente assustada.

— se assustou, é? - sorrio de lado.

— óbvio, você chega assim do nada. - ela revira os olhos.

— tá devendo? - mordo o lábio inferior vendo que a mesma corou.

— pra você? - ela ri irônica. — não mesmo.

— claro que não, né? - sento de lado, com uma perna em cima da mesa. — não precisa mais de mim já se ajeitou com as menininhas.

— quem disse? - deixa uma caixa na última carteira da primeira fila.

— eu, que estou dizendo. - arqueio a sobrancelha esquerda.

— e quem é você, para falar isso? - ela chega mais perto de mim.

— ninguém. - engulo seco.

— então se recomponha. - pisca e da um tapa na minha cocha.

Os pais chegam e não falamos mais nada do tipo, apenas nos completamos para dar todo o apoio aos pais. Porém aquela ceninha que fiz, teve uma enorme repercussão na minha mente. 

À tarde passou bem agradável, nem parece que um dia cortei todas as relações com aquela menina. Ao final, me senti a pessoa mais burra do mundo por ter deixado aquela mesma mulher escapar, pode não ser tudo na minha vida mas era tudo o que eu precisava.

Não me despeço de ninguém somente de Lauren e ainda foram apenas olhares, até que ela colocou seu capacete e sumiu pelas ruas.

E de Simony, né? mas aí fui obrigada, pois mal sabia se ela me amava ou me odiava, suas maracutaias contra mim, me diziam odiar e seus olhares de afeto outra coisa, mas assim, entre um e outro, prefiro não descobrir, já a tive bem presente na minha vida e só diante dessa experiência, pretendo novamente.

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comentem sobre o fogo no rabo que jaja eu continuo e um spoiler, se preparem.

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