A queda do rei - Monodrama - final

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 Luhan beijou a testa de Yifan e se ergueu, saindo em silêncio da toca uma última vez e foi para a casinha debaixo da árvore do Fauno. Tinha chegado a hora, ele sabia, ele sentia em sua pele...

  Sentiu o primeiro pingo em sua testa e em seguida outro e mais outro...

  Estremeceu e entrou devagar no casebre e logo viu o rei diante das madeiras, imóvel.

— Onde está o lobo do Yifan?

  Perguntou baixo até se aproximar do rei, ele sussurrou e disse igualmente solene:

— Ele foi para onde tinha que ir, junto dos dragões – O rei se voltou para ele sério – Eu sei o que está escrito no teto. Mas não era para ser assim... "Ele e o dominum, o dominum e o rei dos noturnos, coroado por suas almas gêmeas, condenadas a morrer por ele, o mundo recomeçará com os pares que o rei determinar, ninguém mais será salvo da grande chuva" Apenas Yifan, Kyungsoo e eu, então Changsub, dois dos ômegas... Não pode ser assim...

— Eu entendi quando li também. Mas tem que ser feito. Temo que se alguém maculado suba, todos serão condenados... – Luhan olhou a foice e a identificou, suspirou – Toque a coroa na madeira, essa é a chave.

  E o rei o fez, ainda que com o olhar atormentado, como ele, como todos ficariam quando soubessem, se soubessem...

  Então a madeira se moveu e eles se afastaram, uma luz brilhante cegou seus olhos e quase o expulsou da sala de pedra e então... E então um imenso barco estava ali e uma caixa estranha estava diante da barca. Era metal dourado... Era ouro?

— A arca da aliança? C-como assim? - E o rei foi até ela erguendo a tampa e ofegou – elas pensaram em tudo...

— O que é isso, majestade?

  O rei se voltou para ele e disse com os olhos espremidos:

— Sementes e DNA de animais, tudo comprimido nesse tanque de nitrogênio protegido pela arca mágica divina. Quando a chuva passar, recomeçaremos... Sem a humanidade.

  Luhan ofegou e fechou os olhos.

  Ele sabia, ele sempre soube... Sempre soube, mas o rei apenas legitimava tudo agora. Por fim abriu os olhos e assentiu. Era o certo a se fazer, era o certo:

— Faça então, majestade, está nas suas mãos a escolha. Dois lycans, dois ômegas...

— Eu não posso, não posso...

  Ele viu o rei largar aquilo e cair de joelhos tremulo e mordeu os lábios, não... O rei não podia fraquejar, não podia! Não agora!

 

 

 

— Eu não posso, não posso...

   Yixing deu passos para trás sem tirar os olhos da grande barca a sua frente e então caiu de joelhos. Quem imaginou que construir a arca significava usar da foice mágica, diante da madeira mágica, guardada em uma sala secreta na toca de um fauno?

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