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— Por favor! – Peço manhoso a Yoongi pela décima vez naquele dia, me jogando em sua cama, enquanto ele continua me ignorando à frente do espelho.

— Eu já disse que não, Jimin. – Me responde a mesma coisa de todas as outras vezes também, entediado. – Taehyung é um homem muito ocupado, não tem tempo para admiradores.

— Eu só preciso de cinco minutos com ele, só isso! – Me debato propositalmente sobre sua cama arrumada, como uma espécie de vingança. Estou a ponto de chorar. Queria tanto poder dizer a Kim Taehyung o quanto amo seu trabalho como modelo e seus livros incríveis onde conta cada uma das experiências e práticas que teve dentro do BDSM, de uma forma tão transparente e sincera. Taehyung é tão lindo e inteligente... – Por favor, Yoongi, quebra esse galho pra mim. O que custa?

Ele se senta na ponta da cama, olhando para minha cara emburrada.

— Faz pouco tempo que consegui esse emprego, Min, não quero ser invasivo. – Me explica, paciente. – Você não sabe como é porque não precisa trabalhar, cabeção, mas eu sim! Não quero irritar meu patrão. – Olha para o relógio em seu pulso, se levantando com pressa à procura de coisas aleatórias que no momento estou cagando pra quais são. – Aliás, hoje ele tem uma sessão de fotos, não posso me atrasar... – Se aproxima para deixar um beijo rápido na minha bochecha, mas eu viro a cara, emputecido. Ele ri e sai do cômodo, antes de anunciar da sala em um tom alto: – Ah, e é a sua vez de fazer a janta hoje!

— Tomara que o carro exploda! – Praguejo no mesmo tom, por não conseguir o que queria, mas principalmente porque odeio cozinhar. – Droga...

Ao rolar na cama, acabo ficando de bruços e olhando através da janela do quarto de quem eu chamo de amigo, mas agora se nega a me ajudar.

Fala sério, ele tem a oportunidade de ser motorista de uma das pessoas mais divinas desse mundo e não está nem surtando com isso?

Claro que não, ele não leu aqueles livros, mas eu sim. Entretanto, eu o compreendo, porque Yoongi está certo quando diz que eu não entendo.

Minha família é muito rica, dona de quase todas as construtoras de Seul, mas, infelizmente, nunca tivemos uma boa relação e por isso moro com Yoongi em um apartamento que dividimos na capital.

Em compensação, meus pais pagam todas as minhas despesas e caprichos mensais.

Lembro que desde o jardim de infância ao colegial passei por poucas e boas. As pessoas me criticavam pelo meu peso, meu ótimo desempenho escolar, minha sexualidade, meu jeito - todas características usadas como pretextos para tentarem me inferiorizar de alguma forma, como se elas realmente fossem coisas sobre as quais eu devesse sentir vergonha.

Mas eu sentia. Por muito tempo eu senti.

Meu pai era um homem frio, e a minha mãe uma mulher ácida. Em resumo, os dois eram a perfeita combinação para a destruição emocional de uma pessoa ao longo de uma convivência. Como resultado não pude sair ileso, e tive de amadurecer cedo para ser capaz de lidar com a minha realidade desagradável.

Com o tempo, o casamento tóxico deles foi algo que me fez desacreditar do amor antes mesmo de saber que ele tinha um nome, porque se o amor, como o chamavam, tinha esse tipo de desfecho, eu não queria conhecê-lo ou confiar nele.

Mas aí na minha adolescência vieram os filmes e livros românticos, contradizendo tudo o que eu tinha como verdade absoluta dentro de mim.

Puta merda, lembro de ter me sentido perdido pra cacete, contudo, consegui me reconstruir e encontrei algo em que acreditar: Acredito em sexo, ponto. A biologia em sua forma mais pura e mágica.

Bom, tem funcionado.

Posso não ter dado amor nas minhas relações passadas, mas sempre dei muita putaria.

Safado? Pervertido? Um, eu diria defensor dos direitos de conhecimento sexual individual e coletivo.

Infelizmente, nada fora do baunilha* até então. Me contento em ler os livros de Kim Taehyung, e ter ao menos parte da sensação de pertencer a esse universo de liberdades, sem de fato pertencer.

Sigo saindo vez ou outra com alguns amigos, tendo sexo casual aqui e ali, lendo muito e infernizando o meu melhor amigo, irmão e parceiro de todas as horas Yoongi.

Tenho sorte de ter alguém como ele, que fica feliz pelas minhas felicidades e que me ama, como passei a aprender o amar, do meu jeito tortuoso, tragicamente inexperiente e indelicado.

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Sexo baunilha: sexo comum, padrão; termo usado para se referir a uma relação sexual sem qualquer uso de fetiches, acessórios, brinquedos sexuais ou dinâmica de poder; considerado sem graça.

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AGE PLAY •. JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora