➳ 7 ♥️

1.8K 235 49
                                    

Dá um votinho aí e comenta sempre que quiser 🌈

Por favor, tô pesquisando bastante tentando deixar o mais real possível, se eu cometer algum erro, você que entende melhor me corrija :)

|♡♡♡|

— É sério! Você é realmente bom nisso! – Taehyung diz, tentando me convencer.

Eu havia acabado de imitar um senhor idoso, uma vilã de novela, um estudante insuportável do colegial e alguns animais, na sequência.

— Fruto de muitos filmes ruins! – Conto, rindo bastante.

— Eu tô te dizendo, você é ótimo! - Insiste com uma empolgação que não consigo entender, se remexendo no tapete felpudo de sua sala para chegar mais perto de mim. – Agora imita... Um bebê! – Sugere.

Relaxo minha face, deixo meu corpo se locomover de forma sensível e espontânea. Meu olhar fica levemente desfocado, sem se apegar a qualquer objeto que me rodeia, como se eu procurasse algo sem pressa e estivesse surpreso com cada coisa que vejo, como uma verdadeira criança curiosa e sem filtros.

Abraço minhas pernas antes de deitar a lateral da minha cabeça nos meus joelhos, mantenho essa linha de pensamento e então sorrio abertamente para Taehyung, adoravelmente, encontrando o que fingi estar procurando, até então: seu rosto.

Saio do personagem em meio a uma explosão de risadas e ele continua me olhando incrédulo, surpreso demais para fazer qualquer comentário imediatamente.

— Cara... – Colocou as mãos nas bochechas, me olhando derretido. – Eu quase morri de tanta fofura. Se você tivesse feito uma voz também, eu ia jurar que você era um!

— Claro que ia. – Digo em tom de brincadeira e ironia, entregando-o o dado do jogo que interrompemos anteriormente. – É a sua vez. – Ele fica em silêncio, pensativo. Sei que me ouviu, mas prontamente me ignorou. – Tae?

— Isso tudo me lembrou uma coisa. – Abandonou o dado sob o tabuleiro, introspectivo.

— O quê? – Me preocupo.

— Você conhece Age play?

— Hum... – Sou pego com a surpresa de sua pergunta, mas respondo mesmo assim: – Fiz pesquisas a respeito, mas nada muito aprofundado. Por quê?

— E você também nunca experimentou o BDSM na prática, não é?

— Não. – Começo a estranhar.

— Mas me disse que queria explorar os seus fetiches... – Divagou.

— Onde você quer chegar com isso?

— Eu não sei se você sabe, mas eu sou mentor também. Faço mentorias pra iniciantes de BDSM e Daddykink*. Ensino a parte teórica, tiro dúvidas e em alguns casos faço recomendações de dominadores e submissos.

Ok, mas:

— E?

Não compreendo o porque de ele estar me contando isso.

— E eu tenho um amigo dominador que está procurando um submisso pra Age Play. – Oh, então é isso. Ergo minhas sobrancelhas, interessado com o rumo da conversa. – Muitas pessoas se iniciam em práticas mais leves, como encenar. Não estaria interessado em começar com alguma coisa assim? Você é ótimo em interpretar papéis, sinceramente.

Penso um pouco. Nada me impede. Ou melhor, era exatamente o que eu estava procurando: algo novo.

— Na verdade, eu gostaria muito. – Sorrio, animado. – Mas, esse cara é de confiança? Um dos motivos que me fizeram não ter experimentado nada ainda é justamente não ter encontrado alguém em quem confie e saiba que tem experiência. – Explico, começando a ficar ansioso.

— Fico muito feliz de saber disso, Jimin. Existem muitas pessoas má intencionadas, tanto na internet quanto na vida real. E quando não são má intencionadas são ignorantes quanto ao fetiche, não pesquisam nada sobre, são irresponsáveis, só pensam em si mesmas e no próprio prazer. Não é simples, é preciso ser cuidadoso pra não acabar com algum dano físico ou psicológico. – Concordo com absolutamente tudo que ele diz. Sempre soube dos perigos. – Conheço Jeon há anos e já fui seu submisso de Age Play, inclusive, com ele escolhi interpretar um bebê. Eu pensava ser bom nisso, mas você...

Me sinto murchar consideravelmente.

Meu sorriso até se fecha.

— Bom, acho que temos um problema. Não tenho fetiche em fingir ser um bebê. – Confesso, desanimando. – Até sinto vontade de rir. É uma piada pra mim, honestamente, algo que não conseguiria fazer com naturalidade...

Em resposta, ele sorri simpático e paciente.

— Não se preocupe, Jimin, “bebê” é só modo de falar. O que você fez foi fingir inocência e é disso que se trata na maior parte das vezes, não sobre usar fralda, usar mamadeira e falar tudo errado. – Assegura, bem humorado. – Embora tenha quem goste e não exista nada de errado nisso. Bom, depois eu te explico melhor, mas você pode desistir a hora que quiser, caso descubra não ser a sua praia. – Garante, me dando confiança e tranquilidade. – No mais, pense que é sobre cuidado.

Absorvo o que ele diz, ficando atento e ainda mais curioso.

Cuidado.

Não sei bem o que ele quis dizer com isso.

Todo fetiche não é sexual? Onde cuidado acabaria por entrar nesses parâmetros?

Acho que tenho muitas perguntas a fazer.

— Você disse que o nome dele é Jeon... – Divago, vendo-o concordar com a cabeça. Seu olhar está cheio de expectativas. – Quando e como eu encontro ele?

Taehyung grita e sai da posição de índio para se pôr de joelhos, batendo palminhas no ar, feliz da vida.

— Então quer dizer que já posso informá-lo e marcar uma data?

Respiro fundo, entediado.

— Só se você jogar logo a merda do dado.

— Meu Deus, a sua primeira experiência! – Me ignora. – Estou emocionado.

Reviro os olhos, sem paciência alguma. O empurro pelo ombro e ele cai no chão, me xingando, antes de revidar e eu cair para o lado.

Preencho sua casa inteira com minhas altas gargalhadas, que são seguidas pelas dele que não resiste a mim.

Sinto minha barriga doer de tanto que rio, sem perceber que bagunçamos todas as peças do tabuleiro e precisamos recomeçar o jogo.

— Como ele é? – Pergunto quando retomo o fôlego, ainda com sensibilidade e fraqueza.

Ele não demora para me responder, com a resposta na ponta da língua, reorganizando o tabuleiro enquanto sorri:

— Muito profissional. – Diz em um tom que não parece ser muito positivo.

— O que isso quer dizer?

— Ele não fala da própria vida. Algumas coisas só fui saber anos depois sendo seu amigo e muitas eu não sei até hoje.

— Hm, que sexy. – Me empolgo, apoiando o cotovelo e a lateral do corpo no chão. – Ele é tipo aquele cara todo sério e misterioso dos filmes, então?

— Algo assim.

— Gostei. – Sorrio, fantasiando.

— Uma pena que ele não repita os submissos. – Ri, nostálgico. – É meio que uma regra pra ele isso de não passar de uma sessão.

— Ah. – Assinto, sem dar tanta importância.

Ainda não o conheço e não sei bem como é a prática, mas tenho quase certeza de que não vá ser um problema eventualmente, afinal, também não costumo passar de casualidade com as pessoas.

|♡♡♡|

• Daddykink: brincadeira fetichista de cuidado e controle. Quase a mesma coisa que Age Play, a diferença é que Age Play não se limita a uma encenação ou padrão de comportamento infantil, como é o caso do Daddykink.

AGE PLAY •. JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora