Maya Nazir tem tudo o que ela poderia querer: um irmão que a ama infinitamente, um povo que ela quer proteger e, principalmente, uma coroa. Ela tem tudo o que uma princesa merece, exceto o amor do seu próprio pai, Tavor Nazir, que fará de tudo para...
“Você teve isso tudo. Você perdeu sua mente na música. Há muito mais, você pode recuperar sua coroa. Você está no controle. Livre-se dos monstros dentro da sua cabeça. Coloque todas suas falhas para dormir. Você pode ser rei.”
– King; Lauren Aquilina
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• HAYDEN •
Apesar do frio, minhas mãos estavam suando como nunca. Minha boca estava seca e amarga, minha barriga parecia pesada e leve, e meu corpo tremia de nervosismo.
Patético.
Eu estava prestes a ser coroado rei e agia como estivesse indo para a forca.
Enquanto a carruagem andava lentamente até a abadia, eu podia ouvir a população gritando de excitação. Podia ouvir o som das rodas sobre os tijolos e podia ver as pessoas balançando o brasão da casa Cöhen pela janela.
Apesar de ver e ouvir tudo, nada realmente era assimilado por mim. Era como se minha mente estivesse vagando pelo mundo, silenciosa e distante. Eu pensava em tantas coisas e, ao mesmo tempo, em nada.
Fechei os olhos novamente – talvez pela quinta vez no dia – e fiz mais uma prece. Pelo menos Ele estava do meu lado, olhando por mim.
– Chegamos, Alteza. – O cocheiro berrou.
Com o coração batendo desesperadamente no meu peito, abri a porta da carruagem e pulei para a calçada. Se os camponeses eram barulhentos antes, eles se tornaram estrondosos ao me ver.
Mantive meu rosto com uma máscara gélida e dei somente um passo para a escada na entrada, lembrando-me da breve preparação dada por meu pai, porém estagnei no lugar. As pessoas me encaram, curiosas pela minha demora e hesitação, enquanto os guardas se prepararam para um possível confronto.
Eu não era meu pai, reconheci. E não queria ser como ele. Se eu quisesse ser melhor, se quisesse governar direito, não poderia agir como ele. Como fora ensinado.
Então, sorrindo levemente e adotando uma postura relaxada, cumprimentei meu povo com acenos durante minha pequena caminhada.
E eles reagiram como o esperado: surpresa seguida de deleite.
Mesmo depois de passar pelas grandes portas e entrar no salão principal da abadia, pude ouvir os berros deles. Com meu pai, nunca se passaram de murmúrios desajeitados.
Minha atenção, no entanto, logo tomou outro rumo. Eu não estava mais no pátio da catedral, cercado por camponeses gentis e entusiasmados, mas no começo do salão, cercado por nobres ansiosos e julgadores.
Meu sorriso se tornou uma carranca e deixei toda a alegria para trás. Respirei fundo e, de cabeça erguida e com os olhos frios, entrei pela porta oeste, sendo recebido por um hino. Caminhei até o teatro, passando pelo coral, e cheguei ao trono.