Maya Nazir tem tudo o que ela poderia querer: um irmão que a ama infinitamente, um povo que ela quer proteger e, principalmente, uma coroa. Ela tem tudo o que uma princesa merece, exceto o amor do seu próprio pai, Tavor Nazir, que fará de tudo para...
"Agora, o dia sangra ao anoitecer E você não está aqui para me ajudar nisso tudo Eu abaixei minha guarda e você puxou o tapete Eu estava me acostumando a ser alguém que você amava"
– Lewis Capaldi; Someone you loved
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Acho que os céus não estavam felizes com minha decisão, porque no momento em que o sol se pôs, uma enorme tempestade começou. Mas, no fim, os céus teriam que aceitar sua derrota, pois eu amava tempestades. Amava o som dos trovões, a visão dos raios cortando o céu escuro e iluminando o mundo.
– Que sorte a nossa. – Elizabeth resmungou.
Lucille revirou os olhos para ela e se aconchegou ainda mais contra a janela. Pelo que eu tinha entendido, ela não era uma amante da chuva como eu, porém seu ódio por Elizabeth era maior, portanto, preferia se aproximar da chuva a ouvir as reclamações da outra garota.
No instante que os pingos começaram, Lizzie não parou de reclamar. E, por mim, estava tudo bem. Eu preferia ouvir seus resmungos a ficar no silêncio, somente com minha própria cabeça me fazendo companhia.
– Como você está? – Arabella, que estava sentada ao meu lado, sussurrou.
Franzi o cenho e dei um sorriso amarelo.
– Não tenho medo da chuva.
Ela me devolveu um olhar conhecedor que revelava sua descrença em minha evasiva. Então, suspirei e voltei a encarar a tempestade do lado de fora.
– Como se tivessem cravado uma faca no meu peito. – E Hayden era quem segurava o punhal.
Bella pegou minha mão enluvada e a entrelaçou na sua. Quando me virei para fitá-la, encontrei seus lindos olhos azuis brilhando com empatia. Ela não disse nada e tampouco me pediu para falar. Meu coração se aqueceu com seu gesto.
– Eu entendo. – Confessou.
– Entende? – Indaguei, surpresa.
Ela suspirou audivelmente, chamando a atenção de Lucille. Em um dos bancos, Anne, Cecily e Lucille estavam sentadas lado a lado e do outro, Arabella, eu e Elizabeth. Lucille reparou em nós, porém, entendeu que a conversa era particular e voltou a admirar os arredores.
– William deve ter quebrado meu coração pelo menos três vezes.
Arregalei levemente os olhos e apertei sua mão, demonstrando meu choque. Não podia chamar atenção das outras, que conversavam baixinho entre si, então fui discreta.
– Como?
Ela me olhou curiosamente e sorriu, tímida.
– Desde o primeiro momento que o vi, sabia que estava apaixonada. Mas ele não me olhou de volta. – Fungou. – Por um bom tempo, William me viu como a protegida do príncipe. Como algo que deveria ser imaculado e intocado.