Maya Nazir tem tudo o que ela poderia querer: um irmão que a ama infinitamente, um povo que ela quer proteger e, principalmente, uma coroa. Ela tem tudo o que uma princesa merece, exceto o amor do seu próprio pai, Tavor Nazir, que fará de tudo para...
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Acordei com metade da cama vazia e a brisa gelada esfriando o quarto.
Hayden, aparentemente, tinha ido embora antes que eu acordasse – e antes que o sol surgisse.
Franzi o cenho, não entendendo o motivo dele ter fugido. Normalmente, o bastardo ficava acordado e me espiava até que eu me levantasse. Então, após muita insistência e caretas, eu o mandava embora.
Não havia sentido para ele sumir depois de tudo que conversamos no dia anterior. Depois de termos finalmente colocado as cartas na mesa.
Eu estava um pouco insegura, pois isso ainda era novidade para mim: mostrar todas as minhas cartas. Deixava-me no mesmo patamar que o outro, sem nenhuma vantagem. Eu também sentia, no entanto, que para o jogo do amor ser verdadeiro, todos precisavam ser sinceros.
Hayden e eu não fazíamos ideia do que estávamos fazendo, mas pelo menos estávamos juntos. E isso por si só já fazia meu coração esquentar. Ele estava comigo, gostava verdadeiramente de mim.
Então, após pensar direito, finalmente entendi o que poderia ter acontecido. Era o dia da coroação dele. Hayden se tornaria rei.
Ele deveria querer um pouco de privacidade. Deveria querer tirar um tempo para si, para refletir.
Mas eu o conhecia melhor do que ele pensava. Sabia que ele estaria no quarto, pensando em todos os erros que poderia cometer e se era digno da coroa.
Balançando a cabeça com um pequeno sorriso no rosto, comecei a me preparar para o dia cheio.
– Precisa de ajuda, senhorita? – Penellope perguntou, olhando-me com curiosidade.
Sorri abertamente.
– Sim. Quero que me ajude a escolher um vestido para me encontrar com minhas damas. – Hesitei. – E um vestido para a coroação de hoje.
Em condições normais, eram precisos meses para organizar uma coroação. Além de ser considerado tradição esperar um tempo após a morte do rei. Tanto a nobreza, quanto a população precisava passar pelo luto. Somente depois de meses aceitando que o antigo monarca estava morto que a coroação acontecia. Deveria ser um momento de comemoração, uma nova jornada.
As situações atuais, contudo, não eram ideais. Hayden era um bastardo e precisava ser visto como rei pela população o mais rápido possível. A instabilidade política e sua hereditariedade tornaram o tempo do luto mais curto.
E não fazia muita diferença, pois George Cöhen não era um rei muito querido, então sua morte já era vista como uma comemoração. As pessoas queriam um rei novo, mais justo.
