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Diga-me, pai,
pelo que devo pedir perdão:
o que eu sou, ou o que eu não sou?
Diga-me, mãe,
por qual devo me arrepender:
o que eu me tornei, ou que não me tornei?”

– thoughts of a stray iii | m.a.w (via dvoyd)

w (via dvoyd)

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• HAYDEN •

EU NÃO PODIA acreditar que ela estava aqui – em meus braços. Que eu estava sentindo seu perfume, seu corpo esguio pressionado contra o meu.

Após tanto tempo, finalmente estávamos juntos. E, na sua presença, meu coração cantava uma canção há muito esquecida.

Não, adormecida.
 
Quando Maya partiu, fechei meu coração, sentindo-o esfriar. Aquela chama de amor que eu sentia quando estava em sua presença tinha se apagado, deixando meu peito escuro e gelado. Mas eu não a tinha esquecido.

Por ser o rei de WoodPine, tinha muitos assuntos a tratar, medidas para impor e pessoas para punir. Meu dever não acabava nunca. O que antes eu achava ser um fardo, tornou-se uma bênção, pois essa ocupação tirava a princesa da minha cabeça.

Talvez eu nunca tenha superado sua partida. Passava meus dias mergulhado no trabalho, ignorando meu coração definhando. Ignorando as perguntas irritantes de William – como se ele pudesse se intrometer na minha vida. Ignorei tanto que pensei ter seguido em frente, superado. Mas, vendo-a novamente, entendi que aquela era uma mentira que eu tinha contado a mim mesmo.

A nova vida sem Maya tinha sido calma, tranquila. Vazia. Não só por ela, é claro. Minha querida esposa tinha levado minhas amigas para longe, deixando-me somente com William. E foi suficiente, por um tempo. No entanto, ao segurá-la em meus braços, percebi que aquilo era conformidade e isso era perfeição.

Apesar de saber disso, de sentir, também estava apreensivo. Irritado.

Foi no segundo mês que uma carta chegou no castelo, tendo sido endereçada a mim. O autor? Amélia Cöhen. A rainha exilada.

Uma vez, muitos anos antes, ela tinha sido conhecida como a Rainha Dourada, mas agora seria lembrada como a Rainha Exilada. Não me arrependia de ser a causa de seu novo título. Ela sabia que eu a mandaria para longe assim que me tornasse rei.

Na carta ela confessava ter matado meu pai. Descreveu como tinha colocada o travesseiro sobre sua cabeça e esperado até que ele não conseguisse respirar novamente. E não pediu desculpas. De acordo com ela, seu único arrependimento era comigo e com minha mãe. Por como ela destruiu nossas vidas.

Ela foi inteligente. Esperou ser mandada para longe, onde eu não a encontraria, para confessar seus crimes.

O mais curioso de tudo foram os pequenos indícios de que Maya sabia. A princesa tinha conhecimentos da verdade e não me contou. Mas, Hayden, meu querido, não fique bravo. Você não vê? Ela é uma joia rara, Amélia escreveu.

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