Capítulo 10 - Tentar ⊽

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LIANA

Acordei ofegante depois de experimentar um sonho impróprio com Tom. Impróprio que, pelas reações do meu corpo, era mais do que bem-vindo.

Eu estava tão excitada...

Apertei os olhos e, com um sorriso nos lábios, tentei me lembrar dos detalhes.

Sentado em uma cama forrada com lençóis vermelhos de seda, Antônio agarrava a minha cintura com a sua pegada firme, me fazendo quicar na sua ereção em estocadas duras e precisas.

Com as mãos amarradas nas costas eu não podia tocá-lo e, portanto, simplesmente me entregava à enxurrada de sensações.

Seus olhos verdes me prendendo, nossas respirações fortes se misturando, nossos corpos quentes se fundindo, nossos sexos se estimulando.

E, quando alcançamos o orgasmo, Tom se manteve todo enterrado em mim, ejaculando forte enquanto a minha musculatura íntima o apertava, mais e mais.

Sussurrou o meu nome, sem fôlego e, depois, me beijou.

Mesmo acordada, ainda podia sentir os lábios formigando do seu beijo intenso, a sua barba arranhando a minha pele.

Suspirei fundo e me levantei, frustrada por ter sido apenas um sonho.

Para descarregar toda aquela energia, decidi descer para correr pelo bairro, aproveitando a bela manhã de sol. Coloquei um top preto, uma legging pink e tênis coloridos.

Enquanto descia até o térreo de escadas para me aquecer, relembrei os acontecimentos da minha última noite. Tive um encontro com Rui, aquele professor universitário que conheci pelo aplicativo de encontros, por insistência da minha amiga Carla.

Ele era simpático e, com os cabelos loiros ondulados, parecia o ator Thiago Fragoso.

Em um bar com música ao vivo, conversamos enquanto dividimos uma tábua de frios e, para ser franca, foi... Legal. Apenas legal. Nada emocionante. Nada empolgante.

Ao me despedir, antes de entrar no Uber, cheguei à conclusão de que não queria repetir a dose. Pelo jeito, Rui pensou o mesmo, porque me deu um beijo no rosto e, simplesmente, disse um: "A gente se vê."

Por um segundo me senti desconfortável, com o orgulho ferido mas, logo depois, relaxei, aliviada. Era melhor que a falta de interesse fosse recíproca. Porque tão ruim quanto gostar de alguém e não ser correspondida, era ter alguém gostando de mim e não poder corresponder.

Corri por quase quarenta minutos, me sentindo mais leve ao final. A brisa fresca era agradável em contraste com a minha pele quente.

Meu coração batia mais rápido e eu me sentia mais viva.

Com um fio de suor descendo pela linha da minha coluna, parei de correr para prender novamente os cachos soltos com um elástico.

— Liana! Bom dia! — Uma voz masculina me chamou. Me virei na direção da pessoa, enxergando Matheus do outro lado da rua, passeando com um labrador amarelo.

Era o sócio de Tom no escritório de advocacia. Droga.

Nervosamente, torci para que não tocasse no assunto da nossa desavença.

Se bem que, pensando melhor, eu poderia apostar que Antônio não havia contado nada ao colega.

O meu antigo amigo era fechado, com uma barreira social quase intransponível. Paradoxalmente, sua retração, sobriedade e discrição pareciam não dar as caras na hora do sexo.

Amor Por Uma Noite [RELANÇAMENTO]Onde histórias criam vida. Descubra agora