Capítulo 14 - Reunir ⊼

3.3K 623 784
                                    

TOM

"Adeus." Foi a última palavra que Liana disse antes de correr para os braços do filho da puta do Matheus. E, juntos, deixaram a festa.

Como pôde tudo mudar, de um dia para o outro? Ontem mesmo, Liana preparou o nosso jantar, ficou comigo e... Quase baixei a guarda. Quase.

Ainda bem que não o fiz. Ela não jogou limpo comigo. Não mencionou em momento algum que viria ao coquetel com Matheus, e... Eu entendi tudo. O jogo sujo, a traição, a torpeza. Liana quis vir com Matheus, para me provocar, para foder com a minha cabeça. Matheus quis trazê-la, pelos mesmos motivos. E, sem dúvidas, conseguiram.

Primeiro, com as trocas de carícias junto ao bar, com sorrisos e sussurros ao pé do ouvido, enquanto ela era puxada para mais perto pela cintura por ele. Naquele vestido de couro, marcando as suas curvas perfeitas... Sob as mãos dele.

Depois, com ele vestindo a jaqueta nela, com mais sorrisos e olhares em uma intimidade fodida, selada com um beijo no rosto. Cacete... Naquele momento, meu sangue ferveu com tanto ódio que eu precisava extravasar ou iria explodir. Alguns homens se drogam, outros partem para briga. Todos têm a sua válvula de escape. A minha, era o sexo. Do meu jeito.

Como a porra de um vulcão à beira da erupção, me tremi inteiro e, irracionalmente, chamei duas submissas, antigas conhecidas, para o depósito. Mandei que tirassem as roupas e, na falta de acessórios mais adequados, amarrei as suas mãos nas costas com as lingeries.

Eu sabia que Liana apareceria para me ver em ação. Eu tinha certeza.

A mulher não conseguiria controlar a sua curiosidade e, ainda que não se desse conta conscientemente, havia uma nuance masoquista na sua personalidade que sempre a arrastaria até mim.

Como as mariposas que eram atraídas para a luz que as mataria.

E, quando ela apareceu, pude sentir a sua presença antes mesmo de me virar. Uma onda forte de tesão me queimou e, mesmo que aquilo estragasse de vez tudo entre a gente, eu não pude parar. O seu olhar preso ao meu era mais inflamável do que combustível para o meu fogo e, ainda mais excitado, investi furiosamente, mais e mais, até gozar como um animal.

Contudo, ao contrário dos meus planos iniciais, não pude partir para o segundo round com a outra submissa. Uma força mais pungente me fez ir atrás de Liana, confirmando o que já previra. Ela não me perdoaria.

Tentei lhe explicar que aquilo era a minha essência. O meu lado mais cru, visceral, sem máscaras. A dominação no sexo era o caminho que eu havia encontrado para me estabilizar. Para ter as coisas sob o meu controle. E, definitivamente, aquilo não era ruim. Não era crime. Não era errado. Fetiches e desejos, desde que compartilhados e com consentimento, eram libertadores.

Porém, ela não quis saber. Nem tentou me compreender, e... Me fodi.

Porra... Se Liana pudesse enxergar o potencial que eu via para a gente. Sim, para nós dois. Sua natureza submissa e levemente masoquista se encaixaria com precisão ao meu caráter dominador com um toque mais sádico. Seria o sexo perfeito, mas... Mas a sua cabeça era romântica demais. Sonhadora demais. Pela falta de brilho seus nos olhos magoados, eu vi a realidade. Eu a feria. E, da mesma forma, ela me feria.

Nossa relação havia se quebrado como um espelho despedaçado e, se tentássemos juntar os cacos naquele momento apenas cortaríamos ainda mais as mãos. Não seria bom. Não seria saudável. Por isso Liana se foi, levando um pedaço de mim e não fiz nada para a impedir.

~~~

As próximas semanas se arrastaram. Mau humor, falta de apetite, desânimo, irritação se revezavam, preenchendo a minha rotina entediante. No escritório, falei o mínimo possível com Matheus. Não perdoava o filho da puta por ter agido nas minhas costas.

Amor Por Uma Noite [RELANÇAMENTO]Onde histórias criam vida. Descubra agora