16 capítulo

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Queria deixar uma observação aqui que ninguém liga mas eu, a pessoa que escreveu, sentiu tudo o que a Camila sentiu e meu coraçãozinho ta disparado e minhas mãos tão suando frio até agora

Camila point of views

- Contar o que, Camila? - meu pai pergunta.

- E-eu... - olho para os dois que estavam na frente da cama de Maria.

Eu fico em silêncio e aperto os olhos, esfrego o meu rosto com minhas mãos e respiro fundo diversas vezes tentando controlar um choro amedrontado até a voz insuportável de minha irmã preenche o ambiente.

- Vai Camila, você não teve coragem para transar com uma pessoa que diz ser mulher? Porque não conta o resto? - Maria pergunta caminhando até sua cama e pega os testes de gravidez que eu acabei deixando ali na hora do nervoso.

- Mari, por favor. - peço.

- Você o que? - minha mãe é a primeira a perguntar, desacreditada do que tinha ouvido.

- Aqui. - Maria para na frente dos nossos pais e entrega os um teste para cada - Camila está grávida de uma pessoa que de diz mulher. - me olha com nojo e um soluço sai de minha garganta junto com as grossas lágrimas de desespero.

- Grávida? - meu pai diz com um fio de voz encarando o teste em suas mãos - Isso é sério, Camila? - me olha e eu abraço o meu corpo afirmando com a cabeça.

- Você dormiu com uma mulher e está grávida?! - minha mãe pergunta desacreditada.

- Vai, Camila! Diz algo. - Maria diz.

- Cala a boca, Maria Eduarda! - meu pai ergue sua voz e vejo minha irmã se assustar - Camila, o que isso significa? - pergunta no mesmo tom.

- Me desculpa. - peço com um fio de voz vendo minha mãe fazer os mesmos movimentos de levar as mãos até a cabeça  esfregar o rosto.

Olho para meu pai e o vejo respirando fundo diversas vezes enquanto esmagava o teste em suas mãos. Eles ficam em silêncio, no quarto apenas se pode ouvir o meu soluço e choro.

- Pai, me perdoa. - me levanto e tendo me aproximar dele, ele apenas nega com a cabeça e joga o teste no chão com força. Ele se recusava a me olhar - Por favor. - peço levado minhas mãos até sua blusa e quando ele me olha, uma lágrima grossa escorre de seus olhos e vejo repulsa em seu olhar.

Nem se eu tivesse levado um soco, doeria tanto quando ver isso em seus olhos.

- Você é uma decepção. - minha mãe por fim diz jogando o teste em direção a minha cama - Você é uma vergonha para essa família, Camila. - seu tom calmo e frio faz com que meu choro fique ainda mais forte.

Vendo minha mãe me dar as costas e ir até a porta, eu sinto meu mundo desabar e volto a olhar para o meu pai que agora tinha os olhos fechados.

- Pai, por favor... Por favor. - imploro o abraçando mas apenas o vejo apertando os punhos e respirando fundo.

Sinto suas mãos segurarem os meus braços e me afastar, me olha para o chão e faz o mesmo caminho que minha mãe fez. Volto a abraçar meu corpo e encaro Maria.

- Isso é culpa sua. - grito e ela solta uma risada debochada.

- Eu fiz você sair dessa casa e ir sentar no primeiro pau que viu na frente? - pergunta - E de uma mulher ainda? Uma mulher? - grita batendo sua mão na porta do guarda roupa.

- Vai se foder. - grito de volta - Você não tinha que se meter nisso!

Ela apenas nega com a cabeça, solta um sorriso irônico, sai do quarto batendo a porta com força. Ao ficar sozinha no cômodo, meus joelhos fraquejam e vou de encontro ao mão.

Perfeita Para MimOnde histórias criam vida. Descubra agora