22- You did it, babe!

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Eu queria voltar no tempo e olhar na porra do olho mágico antes de abrir a porta de minha casa para qualquer pessoa que aparece. O jeito que esse filho da puta está me olhando me faz querer quebrar aquela cara cínica e tirar aquele sorriso sádico que ele nunca tira do rosto, ele tem um ar de superioridade e uma postura de convencido que me enoja. Não tenho ideia de como o seu irmão era um anjo e ele totalmente o contrário, se tiveram a mesma criação.

Eu sou uma pessoa que tenta ao máximo não se irritar com as pessoas, acho que isso não vale a pena e nos faz envelhecer cedo demais, mas com esse cara, é literalmente impossível. Esse porra é profissional em tirar as pessoas do sério.

-- Que porra você faz aqui, seu desgraçado de merda?! - Eu exclamo, sentindo o meu sangue ferver. A minha ira pareceu alimentar ainda mais o seu sorriso, e eu tive que respirar fundo para não acertar um soco naquele rosto cínico que parece familiar até demais.

Dois anos. Se passaram dois anos e esse fodido nunca se deu o trabalho de saber onde era a casa e nem mesmo se o seu irmão estava feliz, pois ele sentia inveja do maravilhoso profissional que seu irmão mais novo era, coisa que ele não é e nunca vai ser.

-- Wow! Eu só vim visitar a minha cunhadinha, não posso? - Ele indagou, a voz extremamente calma me dava nos nervos.

-- Ex cunhada - Ele encolheu os ombros, e ver o seu sorriso ao me ouvir dizer isso era de assustar.

Jason Matthews teve a ousadia de passar por mim e entrar em minha casa, sem nem mesmo eu permitir. Fechei a porta e fui atrás dele, que estava fitando, surpreso, o homem confuso que estava sentado no sofá.

-- Finalmente seguiu em frente. Ele se parece muito com Steve, está usando esse pobre rapaz para suprir a falta que o meu irmãozinho faz? - Respiro fundo mais uma vez, puta que o pariu, esse homem é insuportável e alguma coisa me diz que eu não vou me segurar.

Minha Nossa Senhora Aparecida, Guadalupe, Nossa Senhora de Fátima, todos os santos e entidades possíveis de todas as religiões, me ajudem a não voar no pescoço desse homem e arrancar o seu esternocleidomastóideo com os meus próprios dentes!

-- Lava a porra da sua boca para falar do meu namorado. E lave a sua boca para falar de Steve, o nome dele não merece ser mencionado por uma boca tão podre como essa.

-- Babe, se você quiser, eu posso subir...

-- Não. Você fica. O que você quer aqui, seu infeliz? A morte do seu irmão não foi tão prazeroso como você queria e veio me perturbar? - Pergunto, fitando os olhos verdes que eram completamente diferentes do que eu era acostumada. Jason tinha uma maldade no olhar de arrepiar a espinha.

Jason é completamente o contrário de Steve. Ele tem malícia no olhar, em seu jeito de andar, de falar, de agir. Ele é cheio de inveja e é capaz de passar por cima de literalmente tudo e todos para conseguir o que quer, até mesmo aqueles que sempre estiveram ao seu lado. Mesmo assim, Steve o amava incondicionalmente e às vezes, eu acho que ele nem reparava que não era retribuído.

-- O que eu vim fazer aqui é simples - O moreno faz menção de se sentar e mesmo eu negando, ele se jogou no meu sofá - Você vai me vender a sua parte da empresa de Steve.

Uma risada espontânea saiu por entre os meus lábios. Ele só poderia estar me contando uma piada. Não evitei de gargalhar com isso, e pela primeira vez em cinco minutos, Jason perdeu a postura confiante diante do meu deboche.

-- Você só pode estar de brincadeira comigo - Eu digo, chutando a sua perna para que ele se levante. E ele o fez - Eu nunca vou fazer isso. Nunca vou entregar a empresa que o meu marido construiu com tanto suor para um oportunista ambicioso que só pensa no dinheiro - Cuspo as palavras com escárnio em minha voz. Ele sabia que eu estava falando a verdade e ela dói, porém, em seu eterno machismo e orgulho, nunca iria admitir isso.

UNEXPECTED | Ben HardyOnde histórias criam vida. Descubra agora