Era estranho para Eklesia estar caminhando em uma estrada desconhecida ao lado de um jovem que acabara de conhecer, se perguntava o que seu tio diria disso, se ele a olharia decepcionado, ou se entenderia toda a situação.
- Princesa!?... Princesa! - Foi tirada de seus pensamentos com a voz de Lúcius, que a olhava de maneira inquisitiva. - Estou te chamando faz algum tempo.
- Me perdoe, estou apenas preocupada com a reação de titio. - Seus atos não eram exatamente de uma jovem dama. Sair escondido e voltar com um completo desconhecido não era exatamente algo que traria sorrisos ao rosto de Paráclito. - Depois disso jamais terei permissão para sair do palácio novamente.
- Sabe, eu conheço seu tio, Paráclito né!? - Sim, ele o conhecia, bem demais para falar a verdade. - Não quero colocá-la em confusão, que tal se a senhorita me deixar de fora de sua narrativa? Realmente estou preocupado com sua reputação.
- Não estou acostumada a mentir,não posso começar agora. - Desvia o olhar para as árvores se sentindo miserável. - Titio me conhece como ninguém, saberia se o fizesse. - A jovem sente a aproximação de Lúcio, e se assusta ao sentir as mãos deles nas suas.
- Não seria mentira. - A olha carinhosamente, despertando emoções desconhecidas para a jovem. - Você estaria apenas omitindo, é diferente! Pode contar se quiser, mais não vejo necessidade disso.
Eklesia percebeu que talvez estaria colocando não só ela, mais também ele em maus lençóis, não poderia fazer isso com alguém que desde que a conhecera só estava tentando ajudar.
Sua decisão havia sido tomada! Ocultaria a parte da história sobre Lúcius.
- Não contarei! - Diz firmemente. - Não desejo te prejudicar também.
- Não digo isso por mim. Não me importo com a opinião que seu tio teria. - Fica tenso de repente, mais logo volta a sua postura original. - Estamos perto princesa, siga até o fim dessa estrada, no fim dela vai encontra uma pequena ponte. - Percebe o olhar assustado da jovem e segura em seus ombros tentando passar conforto. - Não tem perigo! Logo após a ponte vai avistar o castelo.
- Tudo bem. Eu consigo. - Diz mais para si mesma do que para ele.
- Nos veremos em breve Princesa. - Afirma lançando um olhar que Eklesia não consegue identificar, mais ainda assim sorri com a confiança do rapaz.
- Como pode ter tanta certeza disso!? - Zomba
- Eu apenas sei!
- Não conte com isso senhor! - Faz uma mesura e saí em direção ao castelo, porém se volta com um sorriso no rosto. - Obrigada! Serei sempre grata.
Ele apenas retribuí o sorriso em um gesto charmoso e se volta de onde veio.
(...)
Assim como Lúcio disse não foi difícil para a jovem encontrar o caminho para o castelo, o caminho havia sido fácil demais, dando a ela um certo orgulho, pois apesar dos pesares até que se saiu bem em sua primeira tentativa fora dos muros que a separava do mundo lá fora.
Ao adentrar ao lugar onde chamava de lar, estranhou a quietude do mesmo dando a entender que ela estava só.
- Tio...? Está em casa?... Tio!? - Nenhuma resposta. O que já estava a preocupando, porém resolveu procurar em todos os cômodos antes de se entregar ao desespero. - Tio!? Estou ficando assustada em estar só!? Se o senhor estiver aí por favor me responda. - Súplica já em meio às lágrimas.
Depois de algum tempo caída ao chão de seu quarto, passou-lhe pela cabeça em procurar no único lugar que não havia procurado ainda .
O jardim!
Correu até o local e de fato encontrou Paráclito sentado em um dos bancos do lugar com os olhos voltados para o céu, sua expressão era difícil de decifrar.
- A onde esteve Eklesia? - Pergunta calmamente ainda sem a encarar.
- Eu... Me perdoe! Por favor me perdoe.- Diz se jogando aos seus pés em prantos. - Eu não sabia onde o senhor poderia estar... aí encontrei dona Sofisma... Não sei como tudo se transformou nessa bola de neve. - segura as mãos do tio em forma de súplica. - Prometo em não fazer nunca mais!
- Nunca saí do castelo Eklesia, sempre estive aqui, o tempo todo... Você que não me viu. - Dito isso limpa as lágrimas da sobrinha já se levantando. - Conseguiu o que procurava fora do castelo?
- O Senhor me perdoa!? - Pergunta com expectativa em seus olhos brilhantes pelas lágrimas. - Não irei lá fora mais ...
- Sim, eu te perdoo. - Sorri, mais não como costumava. - Existe algo sobre a senhora Sofisma que você precisa saber, não se engane jamais com sua aparência frágil e seus argumentos atrativos, pois com esses mesmo argumentos tem levado muitas pessoas ao engano da verdade. Seu próprio nome fala mais sobre si do que ela mesma.
Paráclito dá um longo e caloroso abraço em Eklesia, ele não pretendia ralhar mais com a sobrinha do que ela mesma já estava fazendo.
(...)
Mais tarde em seu quarto, Eklesia lutava com sentimentos conflitantes. Se sentia uma tola por ter ido atrás da velha senhora de cabelos brancos, mais em contrapartida mesmo com a promessa de que não voltaria aquele lugar novamente um certo incômodo se instaurou em seu coração, pois um par de olhos penetrantes se recusavam a sair de sua mente.
- No que estou pensando!? - Pergunta em frente ao seu grande espelho, mesmo sabendo que não obteria resposta.
E em meios a essas questões, entre o querer e não querer, uma luta foi travada sem que ela mesmo se desse conta, seus desejos gritavam para que a mesma voltasse, mais uma voz suave em sua mente implorava para que não fizesse isso. Tentou buscar consolo em seu colar, talvez assim ao recordar da promessa sua mente fosse liberta da guerra em que estava, porém nada encontrou.
Não era possível!?
Novamente uma onda de dor a jogou contra o chão frio de seu quarto. Abafou os gritos desesperados com uma toalha que achou perto de sua cama.
Ela havia perdido o bem valioso que possuía, um presente dado pelo próprio Theo.Naquele momento tomou uma decisão. De algum jeito voltaria a feira para procurar seu colar.
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E aí gente, o que estão achando da história até aqui? Estou realmente triste por Eklesia ter perdido a promessa, mais infelizmente muitos de nós a tem perdido pelo caminho né!?
Se você é uma dessas pessoas, por favor, entre em seu quarto e faça o que Matheus 6-6 diz, ore ao Pai que está em secreto, conte a ele e não esconda nada. Ainda é tempo de recuperar o que foi perdido!
Amo vocês e quero agradecer pelo apoio recebido até aqui. Sério, fico muito feliz com cada voto e comentários de vocês. ♥️♥️♥️♥️
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Eclesia
SpiritualEklesia foi achada suja e coberta por uma praga chamada Iniquos, Rei Theo a adotou e a colocou sobre os cuidados de Paráclito. Agora já limpa e com todas as regalias de uma princesa, teria Eklesia coragem de jogar tudo isso para o alto em busca de s...