Capítulo 17 - Seta maligna 👑

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Enquanto caminhava solitária Eklesia se lembrou de um dos ensinamentos que seu tio sempre insistiu em repetir enquanto ela era ainda uma criança, ele dizia  “É muito fácil para qualquer pessoa se desviar do caminho difícil mesmo é saber voltar

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Enquanto caminhava solitária Eklesia se lembrou de um dos ensinamentos que seu tio sempre insistiu em repetir enquanto ela era ainda uma criança, ele dizia  “É muito fácil para qualquer pessoa se desviar do caminho difícil mesmo é saber voltar.” Ah, como essas palavras faziam todo o sentido!

Ainda refletindo em como sua rebeldia havia levado-a onde estava agora, a jovem sentiu seu estômago roncar de fome, foi quando viu uma árvore com frutos muitos convidativos ao longe, ela só precisaria desviar um pouquinho do caminho. Andou apressadamente até a árvore e quando estava prestes a chegar lembrou-se das palavras de Graça. Não, ela não deveria satisfazer nem as vontades da carne nesse caminho tão perigoso, balançou então a cabeça e retomou ao seu propósito sem se desviar dessa vez. 

O tempo passava tão rápido naquele lugar que quando menos se deu conta já havia anoitecido, o lado bom de tudo isso é que já podia avistar o castelo ao longe, sorriu imaginando seu tio correndo ao seu encontro assim como na história de Evangelho, mais seu sorriso logo morreu quando viu ao longe trotes furiosos de um cavalo negro, seu condutor era Lúcius que não desviou seu olhar da jovem nem por um instante, nem ao menos quando retirou de suas costas um objeto de ferro pontiagudo se preparando para lança-lo.  

— Eklesia meu amor... — Gritou para a jovem que corria tentando se desviar das setas que vinham em sua direção. — Como você vai embora sem nem ao menos se despedir!? Tshi... Muito feio...

— Me deixe em paz Lúcius! —  Gritou ao olhar para trás, mais ao tentar enfrentar seu inimigo cometeu o erro de deixar de vigiar seu caminho a frente tropeçando em uma pedra oque a fez cair logo em seguida.

Sentiu-se mais uma vez humilhada ao ouvir as risadas de Lúcius e tentou se levantar com dificuldade, mais já não dava tempo, Lúcius já estava muito perto, pronto para desferir a seta mortal.

(...)

Eklesia foi encontrada a beira do caminho por servos do castelo, eles a levaram então imediatamente até Paráclito que quando viu a seta fincada em seu coração, chorou inconsolável.

— Ti-tio. — Sussurrou com pouca força — Me perdoe por tu-tudo.

— Eklesia...

—  Es-tou... Mo... Morrendo... — Suas mãos procuram as do homem que tanto amava. — Me... Abrace, uma.. uma última vez!

Paráclito então se aproximou com os olhos marejados, e com o peito explodindo de amor afagou os cabelos da jovem, enquanto uma doce melodia saía de seus lábios. 

Lembra
Te tomei em meus braços
Tão cansado da vida
Você quis desistir
Disso tudo
Das promessas que alguém te fez
Fez-te acreditar

Lembra
Enxuguei os teus olhos
Dois espelhos de mágoas, sem poder prosseguir
Tua história, ninguém jamais vai querer se lembrar
Meu amor pode apagar

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