hotel

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— Quer comer algo antes de irmos embora ? — Alex caminhava de mãos dadas comigo enquanto procurávamos um táxi.

— Pensei da gente comer no hotel mesmo. — Eu respondi olhando carinhosamente para o garoto.

— Sabe o que seria ainda melhor ? A gente caminhar até o centro, comprar uma pizza e algumas bebidas e levar pro hotel. — ele leva sua mão gentilmente ao meu queixo e vira meu rosto em sua direção. Ele havia percebido que eu estava cabisbaixa.

Solto um sorriso tímido, eu não estava animada, mas não queria estragar a noite de Alex, afinal nós estávamos aqui pelo seu aniversário. Em seguida alcanço seu rosto com as mãos e dou um selinho demorado.

— Sim, eu amei a ideia. — continuo acariciando sua bochecha com o polegar.

Caminhamos pelo centro de Londres no que seria nossa última noite na cidade, e desfrutamos do visual da cidade a noite. Era engraçado como Londres tinha um toque de cidade grande que me fazia estranhar são Francisco, ao mesmo tempo era tão europeia com sua arquitetura e imponência contrastando o moderno com o antigo e fazendo isso perfeitamente bem.

Ainda havia uma grande multidão no centro da cidade, acredito que também estavam vindo do show, a maioria adolescentes como nós, desfrutando a libertadade da sua vida quase adulta, pelo menos nas mentes dos próprios, a fase de nos sentir livres e selvagens e praticamente imortais ou intocáveis parecia chegar para todos. Alex e eu nós incluiamos nisso, nessa época Alex e eu já fumavamos alguns cigarros, confesso que eu achava Alex super maduro enquanto o fazia e queria parecer tão madura quanto ele, além de me sentir a vontade de fazer isso ao seu lado e longe dos meus pais.

Depois de irmos em um tesco e comprarmos as bebidas mais baratas possíveis e algumas cervejas para tomar enquanto caminhavamos em direção ao hotel que havíamos ficado, notamos uma pequena confusão acontecendo nas ruas da cidade pouco movimentada essa hora.  Alguns policiais corriam em nossa direção porém em busca de alguns baderneiros que estavam alguns passos diante de nós. Então antes que eu possa entender o que estava acontecendo ao meu redor Alex leva uma de suas mãos ao meu braço , segura e o puxa como se estivesse fugindo também, além do fato de estarmos com garrafas na mão o que deu uma tensão a mais na cena.

— Alex ? — eu o olho confusa tropeçando em meus próprios pés pela puxada brusca ainda sem entender.

Alex ria como uma criança travessa que havia acabado acabado de tocar a campainha alheia e fugido.

— Só corre! — Ele se divertia em gargalhadas, visivelmente bêbado.

— Al você tá louco? Se acontecer alguma coisa com a gente meus pais me matam.  — eu não podia acreditar que isso estava acontecendo.

E então com um solavanco Alex se abaixa atrás de uma caçamba grande de lixo comunitário me puxando consigo.

— Por favor, para de falar, senão eles vão nos achar. — Alex dizia tentando abafar as risadas. 

Então as luzes azuis piscam na parede atrás de nós.

— Alex que brincadeira idiota é essa ?  — Eu dizia entre sussurros.

— eles não vão nos alcançar. — Alex se gabava de parecer encontrar o esconderijo perfeito.

O que era perfeito somente na mente dele pois estávamos evidentemente bastante expostos escondidos como crianças atrás de uma lixeira completamente visível. O som do pigarreio de um dos policiais obviamente nós traz a realidade a tona e eu poderia jurar que meu coração ia sair pela boca. Se meus pais sequer imaginasse o que está acontecendo comigo, pior, em Londres, sozinha, eu não sei o que poderia acontecer.

— Você andou bebendo filho? Você não me parece ter idade o suficiente pra isso. — ele se dirige a Alex que apenas levanta o olhar ainda agachado.

Neste momento eu simplesmente esqueci como se respirava. Mas aquela situação ainda não havia acabado. Quando Alex decidiu que seria uma ótima ideia assim como as outras dessa sequência de acontecimentos questionar o policial em questão.

— Me desculpe, existe uma idade suficiente? Por que ninguém me disse. — Alex sorria presunçoso.

alex! — eu sussurrei desacreditada.

— senhor policial, a questão é que a gente se escondeu aqui por medo do tumulto e sim, talvez ele tenha bebido um pouco, mas eu juro q ele é maior de idade, e estamos dentro da lei senhor. Eu juro.  — Eu tomo coragem para argumentar enquanto Alex parecia se divertir com a situação.

— Certo. Você é namorada dele? — o homem no uniforme azul questiona e eu sinto o rubor do vinho finalmente tomar minhas bochechas.

— Err...

Eu ensaio a resposta mas Alex Interrompe.

— Sim, essa linda garota é minha namorada. Ela não é linda ? Eu vou escrever várias canções pra ela.  — Alex envolve o braço ao redor do meu pescoço enquanto segura a garrafa na outra mão sorrindo com o seu troféu.

— Bom, apesar de estarem bêbados na rua, parece que não estão inflingindo nenhuma lei e eu não vejo o que fazer mais aqui. Cuidado ao retornarem para casa. E cuide do seu namorado mocinha, ele parece não estar em condições de fazer por si mesmo.

Eu aceno freneticamente com a cabeça e então me levanto puxando Alex comigo dessa vez.

— garoto, o que te deu na cabeça? — agora finalmente passada a situação eu conseguia rir disso tudo.

— Nada demais Maddie, eu só queria rir desses caras um pouco. — Alex dizia caminhando tranquilamente de volta para o hotel.

— você provavelmente não se importaria se pegassem a gente e meus pais descobrissem que eu fugi pra Londres com o meu suposto namorado — eu fiz uma aspas com os dedos enquanto dizia a palavra namorado. — e me mandassem de volta pra São Francisco pra ficar num internato né.

— Qual é Maddie, também não foi pra tanto, foi ? — Alex parecia assutado agora.

— Poderia ter sido — eu dou um tapa em sua testa mas também me deleito em risos. 

Caminhavamos com a luz da lua nos acompanhando até chegarmos de volta ao hotel.

— o que você acha da gente pular a cerca da piscina e terminar de beber a luz da lua ? — Alex dizia maliciosamente.

Outra de suas insanidades da noite

— Alex, você só pode estar brincando...

Eu balancei a cabeça sem acreditar que ele poderia estar sugerindo isso.

A certain romanceOnde histórias criam vida. Descubra agora