Fire and the Thud

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Depois de aproximadamente duas horas, os convidados da festa começaram a se dissipar e a festa praticamente acabou, até que meus pais tomaram a mesma decisão dos outros convidados de voltar para casa. Educadamente eu me despedi de Penny e David e nada mais além de um mero "tchau" para Alex. Eu não queria nada além de um pijama confortável e acalentador e minha cama. Estaria eu sendo melancólica demais?

Óbviamente não dormi quando me deitei. Estava olhando incessantemente para a minha janela que uivava com os ventos lá fora e não tinha nada além de um céu pouco cintilante onde o vermelho, o roxo e o laranja dançavam perfeitamente trazendo toda a taciturnidade do inverno inglês. Todo esse clima que eu particularmente odiava e tinha a plena certeza que jamais iria me acostumar além dos acontecimentos do dia de hoje me fizeram refletir. Era o fim do ano letivo, e cada um procuraria uma coisa para seguir sua vida. Os meninos tinham seus sonhos, e eu acabei deixando os meus de lado na euforia de acompanha-los a realizar os deles. 

Droga, mais uma vez eu volto para o tema de hoje.  Eu fui de fã número 1 de 0 a esquerda em poucas Johannas na vida de Alex. 

Talvez seja um sinal de que é momento de eu seguir meus sonhos. Arctic Monkeys decola como grupo e eu entendo que é melhor seguir carreira solo se é que a metáfora ficou clara. Naquela noite eu decidi que de agora em diante eu iria correr atrás das minhas coisas.

O dia seguinte passou se arrastando, eu não tinha vontade de nada, o tempo não me ajudava e eu praticamente não vi o rosto dos meus pais, além de nenhum sinal de vida de Alex. nos dias que seguiram eu resolvi me candidatar para cursar jornalismo na Califórnia. Boa parte desta decisão era decorrência de uma tentativa frustrada de me desligar um pouco do interior gelado da Inglaterra, para o sol que aquece almas da Califórnia. O que na minha cabeça faria todo sentido se tivesse efetivamente funcionado. Alguns dias se passaram e a falta que ele faz em um lugar que ele ocupava ainda estava ali. Não é como se pudessem se apagar memórias, principalmente elas tão recentes. 

Neste dia eu me levantei da cama com certa dificuldade e vesti meu roupão felpudo azul por cima do pijama de flanela, prendi meu cabelo em um coque desleixado, óculos no rosto e caminho vagarosamente descendo as escadas em direção a cozinha. Meus lábios se curvam em um pequeno sorriso ao encontrar minha mãe na cozinha.

— Bom dia querida! 

— Bom dia mãe —  eu respondi cabisbaixa enquanto estico meu braço na direção da chaleira pronta para enche-la com água.

Ficamos em um silêncio nada confortável enquanto eu aguardo a agua do chá ferver. E quando minha mãe ensaiava dizer algo o som agudo do utensilio informa que a agua está suficientemente quente. Uma bolsinha de chá de camomila já estava preparada em minha caneca transparente então eu despejo a água ali fazendo o cheiro de ervas dominar o ambiente e o calor do liquido embaçar meu óculos.

—  Se precisar de algo eu estarei no meu quarto me inscrevendo para UCLA —  eu disse com o rosto sem nenhuma expressão.

—  Maddie... — minha mãe chama meu nome em vão. 

Fiquei alguns minutos com a tela do computador ligada em absolutamente função nenhuma enquanto meu chá esfriava apoiado na mesa. Depois de um suspiro com os olhos fechados por alguns longos segundos eu digito o endereço do site da universidade e sigo todos os passos submetendo minhas ultimas notas do high school para que obtivesse a nota necessária para o curso na capital. Uma parte chata e burocrática que eu passei toda a manhã resolvendo e nem me dei conta até três batidas suaves em minha porta interromperem minha concentração. 

—  querida? 

— entra —  respondo sem mudar a posição que estava.

—  Meu bem, está tudo bem? —  a feição no rosto da minha mãe expressava preocupação.

A certain romanceOnde histórias criam vida. Descubra agora