descobrindo o amor

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toc toc toc...

minha mãe estava batendo na porta do meu quarto para me acordar. Eu ainda não sei bem que horas são mas o dia estava longe de como eu esperava. Ou eu esperava algo longe da realidade como um dia ensolarado de São Francisco, mas para minha decepção Sheffield estava mais normal do que nunca com sua chuva fina batendo contra a minha janela além dos resquícios flocos de neve que enfeitavam a vegetação típica. Eu estava num pijama composto de camisa de manga longa vermelha e calça xadrez de vermelho preto e alguns tons de verde escuro. A própria toalha de mesa natalina.

- " Oi filha, bom dia, o café está na mesa... desculpe te acordar. " minha mãe disse num tom de voz baixo como se não quisesse atrapalhar algo.

- " Tudo bem mamãe, obrigada. Já vou descer." Eu sorri enquanto me espreguiçava ainda sentada na cama com as pernas cobertas pelos muitos edredons os quais dormi essa noite.

Depois de espantar a preguiça do meu corpo esticando os braços para o alto eu os levo em direção a mesa ao lado da cabeceira da minha cama para alcançar o meu óculos e meu telefone. Ao colocar o óculos e finalmente conseguir enxergar nitidamente eu resolvo que ia mandar uma mensagem a Alex. Então meus dedos deslizam pelas teclas para que eu abra a caixa de mensagens e assim eu começo a escrever um texto.

Enviada para Al as 10:24 AM

Bom dia bela adormecida, já estou disponível para você, mas parece que o passeio falhou, visto que Sheffield mais um dia acordou chuvoso.

Pelo visto o natal na casa dos Turner foi animado, já que depois de alguns minutos esperando, nenhuma reposta de Alex no celular.

Stockbridge era um bairro normalmente silencioso, mas minha casa não. Minha família interagia bastante e era animada. Coisa que o luto tinha nos tirado além do meu avô nos últimos dias. Então eu desço as escadas ainda de pijama e encontro todos sentados a mesa, na mesma disposição de sempre. Meu pai lendo jornal, mais precisamente a página de esportes. Minha mãe sentada ao lado passando geléia de morango em sua torrada, gosto que herdei, e minha avó em pé ao lado do fogão conversando algo sobre jardinagem com a minha mãe que anuncia minha chegada a cozinha enquanto minha vó passa o chá.

- "Bom dia minha neta mais linda, sua gata não te acompanha para o café?" Perguntou sorridente enquanto me puxava para um abraço.

-"Bom dia vovó, logo mais ela se junta a nós quando perceber que ficou sozinha no quarto. Bom dia pai, bom dia mãe." Eu sorrio enquanto puxo uma cadeira e me sento esticando os braços para alcançar minha tigela e preenche-la com cereal.

-" Algum programa para hoje Maddison?" Minha mãe perguntava enquanto sorria com um ar otimista demais para uma manhã chuvosa.

-" Bom, Alex e eu tínhamos combinado de fazer algo mas com essa chuva..." E como esperava meu pai me interrompe.

-" Alex? O Turner que tem cabelo de tigela ? vocês iam sair? Por acaso ele veio aqui me pedir para namorar?" Meu pai dizia sereno com o olhar acima dos óculos recostados na ponta de seu nariz.

-" Pai, por deus! " - Exclamei - " Eu e Alex sequer estamos namorando, ele é só, q-quer dizer, ele é meu amigo e quer me mostrar a guitarra que ganhou de natal. E eu concordei, além do mais minha mãe disse que eu precisava sair de casa."  Sigo explicando apesar de sentir minhas bochechas esquentando e corando com a vergonha que me fazia gaguejar em algumas partes da frase.

Então nos minutos seguintes, enquanto eu termino de comer minha tigela com petúnia roçando em minhas pernas em baixo da mesa a tela do meu celular se acende confirmando que eu havia recebido uma resposta.

Al (10:43 AM)

Nos divertimos bastante, espero que a chuva não atrapalhe nosso passeio, posso passar pra te buscar de carro e decidimos o que fazer no caminho, o que acha? xx

E lá estava eu novamente sorrindo para o celular, agora sem preocupação nenhuma de esconder de ninguém, eu gostava mesmo de Alex. 

-" Suponho que Alex lhe mandou um texto, acertei?" Minha mãe agora ria de mim para desgosto do meu pai.

-"P-orque acha isso?" Eu rebato sem fazer contato visual mas sem evitar sorrir.

- "Não posso acreditar que estou perdendo minha menina para um garoto de High Green, mamãe, olhe sua neta." Meu pai advertia divertido.

-"High Green tem ótimas pessoas querida, que bom que arrumou um namoradinho de la." Minha vó também se divertia com a situação.

-"Pelo menos ele torce para o United não minha filha?!" Meu pai realmente levava futebol a sério.

-" Acho que ele vai pelo Sheffield Wednesday pai!" Eu respondi dando de ombros.

Enquanto meu pai ainda balançava a cabeça negativamente com ideia de que eu poderia estar com um garoto de High Green, que pior, pasmem, torcia para o Sheffield Wednesday e não para o Sheffield United para desgosto dele, minha mãe já imaginava e soltou um:

-" Vai minha filha, vai se arrumar, Alex ja deve estar vindo por ai. Divirtam-se." 

Como é bom, se sentir leve e contar com o apoio da sua família.

Bom, eu então me levanto da cadeira e corro subindo as escadas em direção ao meu quarto. E depois de me arrumar numa calça jeans preta com um suéter de lã branco com algumas listras bordô e meu sobretudo vermelho, prestes a calçar meu vans old school preto e branco quando posso ouvir sonoro vindo do andar de baixo.

"Maddie, estão te esperando na porta. Acho que seu namorado chegou."







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