Capítulo 11. Não Quero Saber Da Verdade

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Nete pedalava o máximo que conseguia em sua bike, estava indo em direção a uma das lanchonetes próxima a escola. Era lá que Léo e Douglas se encontravam, lanchando, no intervalo da tarde, logo depois da aula de português.

O semblante de Nete era de preocupação, após descobrir que aquela foto do acidente era real, e ainda pior, envolvia a recente morte de três adolescentes: Esther, Beatriz e Victor. 

Até mesmo para Nete, aquilo tudo era muito sinistro, como poderiam está os três mortos e ao mesmo tempo estarem ali, na mesma escola que ela e Léo. Pensou em probabilidades, quem sabe eles fossem apenas alguma espécie de charlatões que forjaram a própria morte, ou talvez aquele acidente fosse algum grande artista que forjou sua morte para se livrar sua vida dos paparazzis, porém até mesmo estás opções eram muito difíceis de se aceitar. Agora, ela carregava a missão de avisar Léo, o mais rápido possível, sobre o que descobriu.

Na lanchonete, Léo sentando comia uma coxinha com suco de laranja, enquanto Douglas comia uma apetitosa fatia de pizza. Os dois conversavam sobre seus relacionamentos.

- Ele me pediu desculpas sim, mas não sentir firmeza suficiente. – disse Douglas ao se referir a Victor.

- Você tem que perdoá-lo Douglas, dá uma chance a ele, e a si mesmo. – pediu Léo enquanto comia metade de sua coxinha.

- Eu já o perdoei. Ele até quer marcar de sair, mas vou aguardar um pouco. – falou Douglas enquanto remexia o suco de laranja com uma colher. – Agora me conta, é verdade o que a Esther me contou, você está com vergonha de publicar uma foto com ela? No Instagram?

- Não é bem vergonha, a Esther é um pouco entusiasmada demais. – confirmou Léo envergonhando.

- Ela não quer perder tempo. – falou Douglas em tom de brincadeira, emitia um sorriso de lado a lado.

- Ela vai ir hoje em casa, à noite. – falou Léo em pausa, enquanto finalizava seu lanche. Estava chegando a hora de voltar a aula. - Falou que hoje seria uma noite especial. – complementou.

- Amigo... Você tem camisinha? – perguntou Douglas com um olhar preocupado.

- Não, não é isso. – falou Léo envergonhando e histérico.

- Tem certeza? Eu te dou uma, quase não uso mesmo. – perguntou Douglas ainda preocupado com o amigo.

- Não, não. Olha quem vem ali. – disse Léo aproveitando a oportunidade para mudar de assunto.

Nete aproximava dos dois, cansada e ofegante das pedaladas e depois de um longo dia de pesquisa na biblioteca. Era a primeira vez, naquela terça-feira, que conseguia ver seus dois amigos.

- Nete, quanto tempo não? Ultimamente você tem andando tão afastada e sorrateira. – disse Douglas.

- Tenho meus motivos. Vocês dois precisam me ouvir, uma vez mais. – pediu Nete ainda ofegante de cansaço por pedalar rápido demais, seu físico não contribuía em nada com atividades físicas intensas demais.

- Eu não gosto quando você pede para te escutar, sempre é alguma coisa absurda. – fala Léo cruzando os braços em desaprovação.

- É só dessa vez, por favor. – pediu novamente Nete. – Vejam essa foto. – diz entregando a foto nas mãos de Léo, Douglas aproxima-se para olhar.

- Estou vendo. O que tem ela? – perguntou Léo, já impaciente.

- Eu peguei essa foto na casa da Esther. Ela estava ao lado de três caixões. Olha aqui, eu tenho uma foto. – fala Nete mostrando a foto que retirou no sótão da casa de Esther.

Maneiras de Viver Depois de Morrer (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora