Capítulo 10. A Foto Da Morte

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Era o início de uma nova semana de aula na escola Monsaber. Os alunos entravam em êxtase correndo pelo portão principal. Sentados no banco que ficava em frente a escola, Douglas e Victor conversavam pela primeira vez depois do desentendimento no baile.

- O Léo me disse que você queria falar comigo. – falou Douglas expressando um certo receio na voz.

- Eu quero, se você quiser falar comigo. – diz Victor.

- Eu quero, aqui estou. Quero ouvir o que você tem a dizer.

- Eu quero te pedir desculpa, eu fui extremamente estúpido aquele dia no baile.

- Você foi estúpido e também, você não me respeitou.

- Eu sei, eu sei. Peço desculpa por isso novamente. – suplicou Victor enquanto tocava a mão de Douglas.

- Não sei se posso te desculpar agora, quero dizer, voltarmos a ficar juntos. O que você fez vai demorar um tempo para que eu consiga digerir. – disse Douglas olhando Victor nos olhos.

- Tudo bem, eu não quero te forçar a nada. – fala Victor. – Então estou desculpado?

- Olha, não é simples. Quando uma pessoa diz não, é não, entendeu? – perguntou Douglas.

- Eu entendi sim.

- Então me promete, que sempre vai me ouvir? E parar quando eu disser que não?

- Eu prometo. – disse Victor. – Porém, eu não acredito que você simplesmente vai aceitar se submeter a uma reclusão do amor, por medo do que outras pessoas podem achar. – explicou Victor em revolta a jeito de Douglas em não querer demostrar sua sexualidade em público.

- Eu sei Victor, mas você tem que entender que não é simples. Eu cresci em um lar religioso, minha família é cristã, e apesar dos meus pais me aceitarem, minha família não aceitou tão livremente. Eu sempre fui o alvo das chacotas e das brincadeiras, isso me traumatizou muito. - contou Douglas. - Eu apenas preciso de tempo.

- Eu entendo, eu não sabia de seu passado. Imagino o quanto tenha sido difícil. Eu estarei sempre aqui para te ajudar. Eu te darei o tempo que você quiser.

- Obrigado. – agradeceu Douglas. – Vamos então, para a aula?

Os dois se encaminharam em direção a entrada da escola. A conversa chegou a um final. Na sala onde Victor e Douglas teriam aula, Léo, Esther e companhia, esperavam sentados; a temida aula de matemática. Nesse dia, um pequeno trabalho de casa foi apresentado. Logo, às horas passaram rápido e o horário do almoço enfim chegou.

Em uma grande mesa, era possível encontrar Esther, Léo, Victor, Beatriz, Douglas, Nete e Felipe sentados almoçando. Beatriz era a que tomava a palavra soltando mais um dos seus casos irônicos.

- Então eu avancei o sinal, eu nem tinha reparado no semáforo que estava fechado. – contava Beatriz. – Do nada, um carro desceu buzinando bem alto, Bibibibiiiiiiiii.

- E aí, o que aconteceu? – perguntou Felipe intensamente curioso pelo final da história.

- Eu pulei de volta para a calçada. O pulo foi tão louco, que cair com as sacolas no chão. Os salgados ficaram espalhados por toda a calçada. – explicou Beatriz.

- E o que você fez? – perguntou Douglas atônito com o episódio.

- Eu coloquei de volta na sacola, é claro. Regra dos três segundos. – disse Beatriz enquanto todos caiam na risada.

- Meu Deus Beatriz. – gritou Esther aos prantos de felicidade.

- Eu não iria desperdiçar vinte e cinco reais por causa de uma quedinha boba. – explicou Beatriz.

Maneiras de Viver Depois de Morrer (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora