A Morte encostou o guarda-chuva que carregava bem na entrada da porta. Esther ainda não tinha emitido nenhuma palavra, estava assustada.
- Que foi, girl? Parece que viu um fantasma. – disse a Morte.
- Você não avisou que viria. Você disse que avisaria! – criticou Esther.
- Eu avisei, sim, você que não percebeu que eu já estava chegando. Os sinais foram bem claros. – a Morte se defendeu.
Esther, então, lembrou-se das sensações estranhas que sentira e dos sonhos terríveis que tivera. Ela deveria ter percebido os avisos que a morte estava mandando, contudo, não esperava uma vinda tão repentina.
- E então, qual é o motivo da visita? – perguntou Esther, agora mais calma.
- Vai me oferecer nem um coffee? A Breakfast? – perguntou a Morte, enquanto ajeitava os cabelos loiros.
As duas se dirigiram à cozinha, Esther preparou um café rápido na cafeteira enquanto ajeitava a mesa com bolos e biscoitos. Colocou duas xícaras com desenhos florísticos sobre a mesa.
- Você toma com ou sem açúcar? – perguntou Esther.
- Prefiro sem açúcar, não quero estragar a minha dieta. – respondeu a Morte. Esther sorriu, pensando porque um deus se preocuparia em fazer dieta.
Esther serviu o café acompanhado com uma fatia de bolo de coco, a morte respondeu com um agradecimento em inglês, como sempre colocava no meio das frases em português.
- E então, pode falar agora, você veio nos buscar? – perguntou Esther.
- Ainda não. – a Morte respondeu. – Vocês cumpriram com o combinado, evitaram a morte do garoto, o Léo, e, ao mesmo tempo, salvaram o Douglas e, ainda, mudaram a vida da Nete. Cada um teve uma mudança após a chegada de vocês. Eu gostei do trabalho.
- Foi mais fácil do que eu esperava. Acho que, no fim, acabei me apaixonando. – explicou Esther.
- Ah, sim. Quanto a isso, resolvi dar mais tempo para vocês. Aproveitar mais um pouco a terra, o que acham? – perguntou a Morte.
- Acho ótimo, obrigada por isso. – falou Esther.
A Morte, então, pegou a ampulheta que carregava na mão e colocou bem encima da mesa. A terra começou a cair no outro lado.
- Esse é todo o tempo que vocês ainda têm. Quando a terra passar para o outro lado, acabou. Então eu voltarei para buscar vocês três. – explicou a Morte.
Esther abaixou a cabeça e começou a chorar. Era um choro leve e abatido. Seu coração já fulminava com a saudade que ficaria de seus amigos.
- My love, não precisa chorar. A vida é assim. Tudo tem um começo, um meio e um fim. Vamos partir sorrindo, afinal, você salvou a vida de alguém. – a Morte tentou consola Esther.
Esther bateu com o punho na mesa. Parecia engasgar nas próprias lágrimas.
- Eu julguei as pessoas durante toda a minha vida. Agora eu encontrei alguém que nunca se encaixaria nos meus requisitos e essa pessoa é a que me fez mais feliz em todo esse tempo. Se eu soubesse disso antes, tudo teria sido diferente.
- Nunca sabemos quem realmente irá nos completar. Existem erros que os homens só irão perceber quando chegar o final de sua vida. É normal, sempre vislumbrei casos assim.
Elas ficaram em silêncio por um tempo. A Morte terminou o café que estava na xícara e comeu seu pedaço de bolo que estava no prato.
Victor acordou e agora se aproximava da cozinha onde as meninas estavam. Ele teve a mesma reação de supressa que Esther teve quando viu a morte.
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Maneiras de Viver Depois de Morrer (COMPLETO)
Teen Fiction🥇 1° Em #ginásio!! Após receberem estranhos sinais premonitórios de suas próprias mortes, um inesperado acidente de carro irá alterar drasticamente o curso das vidas de Esther, Beatriz e Victor. Esses eventos os levarão a refletir profundamente sob...