Capítulo 8. As Mil E Uma Constelações

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Douglas e Léo conversam na quadra de esportes da escola. Era segunda-feira. Estavam no intervalo da aula de Educação Física. Léo, sentando junto com Douglas na arquibancada do campo de futebol, tentava entender com o amigo os acontecimentos da noite passada.

- Eu sei que deve ter sido difícil... – falou Léo.

- Você não sabe não, apenas quem passa por isso sabe. – explicou Douglas.

- Eu sei, eu sei, porém você tem de perdoar o cara.

- O que ele fez foi repugnante. Um simples pedido de desculpa não vai mudar o fato de ele me ter arrancando um beijo forçadamente.

- Eu entendo você, mas você é um homem ele também... – Léo foi interrompido bruscamente por Douglas.

- Não importa se foi um homem com uma mulher, um homem com homem, mulher com mulher. Um não, é não. Nada muda isso. – fala Douglas sem nem olhar o amigo.

- Está bem, eu já entendi, porém, converse com ele, explique tudo isso que me disse, a ele. Tenho certeza que o Victor não vai repetir este erro.

- Está bem, eu converso com ele, outro dia. Hoje não estou com cabeça para conversar.

- Eu também não. Os últimos dias tem sidos intenso demais para mim. - fala Léo demonstrado cansaço.

- Você está ficando pálido igual a Esther. – falou Douglas sorrindo.

- Nem brinca com isso. Hoje ela falou que iria comigo até minha casa. Quer conhecer os meus pais.

- Ummm, isso está me cheirando a namoro, ou melhor, sexo. – disse Douglas fazendo cócegas no amigo.

- Eu nem sei como vou fazer isso se ela me pedir, nem sei colocar uma camisinha.

- Eu te ensino. – brincou Douglas.

- Como você é pervertido. – falou Léo em tom irônico e de brincadeira.

Esther se aproximava da arquibancada da quadra, onde os dois garotos estavam sentados. Ela acena a distância para Léo.

- Parece que está na hora de você ir. – falou Douglas.

- Sim. Está na hora. Anota o resto da aula e passa no Whats depois. – disse Léo já descendo ao encontro de Esther.

- Pode deixar. – fala Douglas agora sozinho na arquibancada.

Léo e Esther foram até a Range Rover que estava estacionada no pátio da escola. Os dois entraram e dirigiram-se até a casa de Léo. Viajem essa que diferente de ir de bicicleta, levou menos de quinze minutos.

- Sua casa é muito grande. – falou Esther enquanto manobrava o carro para estacionar.

- Não tão grande como a sua, quer dizer, infinitamente menor que a sua.

- Nem importa muito o tamanho da casa, o importante é amor que ela carregava.

- Aaaa, que romântico. – brincou Léo enquanto descia do carro de luxo. – deixa eu te passar só algumas instruções. Dentro daquela casa, moram pessoas muito curiosas e que adoram saber da minha vida, chamam-se pai e mãe. Então por favor, não fale demais, ou nunca mais você virá aqui. – instruiu Léo.

- Seus pais são tão terríveis assim? 

- Terríveis é um adjetivo de pouca expressão para eles. 

Maneiras de Viver Depois de Morrer (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora