Capítulo 54: Argus Clow

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O império dos condes chegou ao fim, uma nova era estava para começar na Terra 24. Aquele era um período delicado, embora a maioria comemorasse a liberdade, muitos queriam se vingar dos guerreiros que serviram aos condes, outros ainda começaram a planejar tomar o controle e se tornarem os novos soberanos de suas regiões.

–Nossas palavras precisam de nós –Comentou Aurora, a deusa da vida, olhando para o horizonte de uma sacada da Biblioteca do Fim do Mundo que foi reerguida magicamente.

–Não tenho certeza se devamos interferir na ordem natural desses acontecimentos –Comentou Agouro, o deus da morte.

–Pau no cu da morte! –Xingou Luz Escarlate se escorando na sacada bebendo uma taça de vinho –Quando foi pra salvar os deuses criaram profecias, trouxeram escolhidos de outros mundos, mas agora que o povo tá lascado, mas não nos ameaçam, devemos deixar se virarem sozinhos?

–Você não é nova de mais pra beber vinho, Luz Escarlate? –Perguntou Aurora.

–Me poupe. Vou sair daqui! Vou pra minha casa.

–Você esta em casa. A Biblioteca do Fim do Mundo é a morada dos deuses –Argumentou Agouro.

–Muito sem graça pra mim. Sou a deusa do amor, e amor é sempre intenso! Vou ter minha própria morada! E também vou ajudar os humanos! Pelo menos por uns meses até as coisas se ajeitarem. Quero evitar derramamento de sangue.

Depois da grande batalha os seis heróis retornaram para cidade São Judas, onde tudo começou. Para sua surpresa havia destruição pra todo lado, quando tinham saído de lá tinham provocando um levante entre os moradores que se recusavam em serem arrastados para o exército do conde Olavo.

Quando Phao chegou à sua casa parecia que fazia séculos que não pisava ali. Respirou fundo antes de subir os degraus da sacada.

–Esta tudo bem –Disse Win apertando sua mão.

–Me desculpe.

–Pelo quê?

–Por estar tão nervoso em voltar pra casa, sendo que você...

O avô do Win estava morto, ele era só uma jovem que mal tinha completado 18 anos. O que faria sozinho? Ele voltaria para seu país para morar com seus tios? A ideia de se afastar dele fez o estômago de Phao embrulhar.

–Você não vai embora, vai?

–Já sou maior de idade, já posso ter acesso ao dinheiro dos meus falecidos pais e do meu avô. Não vou a lugar nenhum. Passei a vida toda sonhando em te encontrar, não vou me separar de você.

Phao o abraçou com força. E pensar que não tinha ido com a cara do Win no início, mas logo se aproximaram, passaram semanas morando juntos e quando deram por si já estavam apaixonados. Os dois se beijaram, e como sempre o universo tende a conspirar para cenas interessantes ocorrerem, a porta foi aberta pelos pais de Phao que ficaram boquiabertos diante da cena.

–Phao?!

–Caralho! –Exclamou Phao se afastando e se ajeitando.

–Você mesmo esta fazendo trocadilhos com seu nome? –Perguntou uma garota passando por trás dos pais dele.

–Alisha?

Os pais de Phao se jogaram sobre ele o abraçando apertados e chorando de alívio.

–Nos perdoe por querer que você se juntasse ao exército do conde Olavo! –Implorou o pai.

–Estávamos cegos. A Alisha nos fez ver o que os condes eram de verdade. Fomos pessoas privilegiadas que nunca sofreram nas garras daqueles monstros, mas uma infinidade de pessoas sofreram a beça –Admitiu a mãe.

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