capítulo doze.

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— Jason... — murmurei quando encerramos o beijo, abri meus olhos com cuidado e seu rosto ainda estava perto do meu. — Caralho, isso é errado demais.

— Nada... — lambeu o lábio e eu senti minhas pernas babearem. — Porque tá nessa ai?

— Ahn, tu sabe. — ri e ele negou. — Eu sou toda tua fãzinha e tu vem me beijando assim, covardia né?

Bom de papo, bom de bola e bom de rima
Ouve na balada, ouve na faxina
Hoje não quer nada, só uma marolada
Dar uma namorada boa na piscina.  — ele ria cantando seu trecho de Deixa.

Estamos na praia gato e não na piscina e para de ficar cantando pra me comprar. — empurrei o seu rosto e ele negou, me ignorando e continuando a cantar.

Quando vê, me beija
A sua perna fraqueja
A trouxe flow roubado e uma garrafa de cerveja
Por aqui tá rap, cê tá Sexta Sertaneja — riu e me surpreendeu com a rapidez que selou a minha boca. — Cheirosa de cereja.

— Ai garoto, assim eu não aguento! — fiz bico e ele deu um sorrisinho. — Maldosão tu né?

— Falei nada, porra.... 'tá me acusando aí de bobeira. — o empurrei de perto de mim e peguei a minha cerveja.

Ô homem sonso!
Ficamos até quase o sol se pôr no horizonte e eu já estava começando a sentir frio, eu já tinha me trocado no banheiro do quiosque enquanto o Jason fechava a nossa conta. Sequei meu cabelo como dava, mas não pareceu adiantar muita coisa quando eu saí do banheiro e me arrepiei com o vento gelado que me atingiu em cheio, me deixando toda arrepiada. Meu lábio tremeu e eu cheguei sorrindo para perto do Jason, que me abraçou passando o braço por meu pescoço e fomos caminhando até o carro.

— Tá com muito frio?

— S-sim. — quase gemi e meus lábios não paravam de se baterem e o Jason dando risada. — Pare de rir de mim, bobão. — empurrei o seu rosto e ele negou ainda rindo.

Desalarmou o carro e eu me sentei toda encolhida no banco do carona, observei pelo retrovisor o Xamã mechendo em algo na mala do carro e depois a fechou. Deu a volta e entrou no lado do motorista.

— Aqui, pode usar. — me estendeu um casaco de moletom e eu sorri agradecendo internamente o tanto que esse homem era um cavalheiro de primeira, me enfiei dentro do moletom e estava tão quentinho que eu soltei um suspiro. — Melhorou, Mel?

— Tá melhorando, obrigada. — sorri e ele voltou a prestar atenção na estrada. Eu respirei o perfume gostoso que vinha do casaco e fechei meus olhos, minha mente estava longe, me deixava a ter desvaneios até que bem gostosos e eu acabei por adormecer em toda a volta para casa. Quando despertei, Jason havia parado para abastecer o carro. — Dá tempo para que eu vá ali na lojinha, Jason?

— Caralho... que susto. — murmurou depois de largar o telefone e me encarar. — Eu iria passar num drive-tour que tem ali mais pra frente.

— Hm, big mc! — eu afirmei feito uma criança que acabava de ganhar um monte de doces. Ele sorriu assentindo, o frentista lhe devolveu o cartão e ele arrancou com o carro dali, passando pelo drive-tour em uns cinco minutos depois do posto. Fizemos os nossos pedidos, pagamos (paguei o meu depois de insistir bastante) e ele deu a volta parando o carro no estacionamento. — Caralho, eu nunca vou me cansar dessa mistura. — me deliciei com o meu milk shake depois de ter enfia algumas batatinhas na boca.

— Mó porquinha tu, né?

— E tu beijou minha boca, que nojo hein. — debocheu erguendo as sobrancelhas e ele assentiu.

— Isso já é outro foco, Melinda. — tombou a cabeça encostando a mesma no estofado do banco, deu um sorrisinho de canto e meu coração pulou alto de tão rendida que fiquei.

— Acho que você faz essas suas carinhas e sorrisinhos porque sabe que está jogando baixo comigo. — digo e limpo minha boca no guardanapo.

— Eu tô normal, Mel. Para de gracinha... quem escolheu brincar com fogo foi você. — ele dizia me olhando como se me desafiasse.

— Ai, garoto! Para de ficar fazendo isso, merda.

— Porque? Te incomoda?

— Não...sim... quer dizer, aaaai não sei. Você me deixa meio perdida.

Você Não Ama Ninguém 》XAMÃOnde histórias criam vida. Descubra agora