capítulo quarenta e cinco

4.5K 335 229
                                    

💢 antes que iniciem, nesse capítulo tem gatilhos para quem sofreu assédio sexual e tentativa de violação sexual, se não se sentirem bem, não leia, por favor!!! 💢

10 de março, sexta de manhã.

Filha deixei um jantarzinho pronto pra você, viu?

— Tudo bem, mãe. — agradeci e ela deu risada. — Que foi?

— Capaz de eu chegar e a janta ainda está intacta na geladeira porque a dondoca encheu o bucho de Mc Donnalds.

— Que isso, coração? Que isso, meu amor? — questinei com deboche e ela gargalhou. Ainda ficamos papeando um tempo até meu pai descer, nos descemos e nos despedidos lá no estacionamento.

Fiz meu percusso até a faculdade, assisti todas as aulas e as meninas ficaram boa parte do intervalo próximas de mim. Vi de longe o Caio, mas desde o meu aniversário ele não tem falado comigo, acho que talvez até seja bom assim... mas isso não descarta o quanto eu me sinto chateada por conta das atitudes que ele teve naquele dia, bêbado ou não, isso não é justificativa.

Me despedi das meninas já que eu não iria assistir a última aula, deixei algumas coisas no meu armário e peguei outras, tranquei. E já estava saindo quando o Caio me chamou.

— Podemos conversar?

— Agora estou indo para o estágio, não tenho como falar com você. Outro dia, pode ser?

— Eu só queria te pedir desculpas, Mel. Sério, eu já tinha bebido demais e porra...

— Caio, pode parar aí mesmo. Você tem que reconhecer o seu erro por você e não colocando a culpa na bebida. Olha... eu já estou me atrasando. Depois continuamos isso. — dei as costas para ele e nem esperei mas nada, sai da faculdade e ainda peguei trânsito resultando em vinte fudidos minutos de atraso.

— Atrasada de novo, Andrade. — ouvi ele resmungar e apertei minhas palpebras, na quarta feira eu também havia me atrasado.

— Me desculpe, acabei pegando um pouco de trânsito. — respondi e ele desceu os olhos para minhas coxas e foi subindo o olhar até encontrar o meu, deu um aceno de cabeça, um sorriso grotesco e voltou para dentro de sua sala.

Eu me organizei por ali, liguei o notbook e comecei a trabalhae até ser interrompida por meu chefe me chamando em sua sala.

— Essas planilhas estão totalmente erradas, apague-as e refaça... quero ainda hoje. — disse autoritário e eu engoli a seco.

— Me desculpe, doutor, mas eu revisei todas as setes planilhas antes de te enviar e estavam todas certas. — eu dizia e ele estava pegando algo na estante pouco atrás de mim, deu a volta e se sentou na mesa.

— Ás cinco da tarde, na minha mesa Andrade. — outra vez autoritário, respirei fundo, girei meus pés e voltei para a minha mesa, pensando plenamente em um palavrão enorme que eu poderia ter lhe falado caso eu tivesse a mínima oportunidade pra isso.

Meu telefone acendeu e vi no visor uma mensagem do Jason.

Malvadão 😍
Ainda tá de pé que eu te veja mais tarde?

Mel Andrade 💫
por favor!
umas sete da noite, pode ser?

Ele mandou outra concordando e eu reafirmei que ficariamos na minha casa mesmo, essa semana estava me torturando e eu só precisava me aninhar a ele e ficar quietinha na minha, claro que se ele me fizesse relaxar de outras maneiras... eu não iria reclamar.

Você Não Ama Ninguém 》XAMÃOnde histórias criam vida. Descubra agora