capítulo trinta

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Meu coração disparou na mesma fração de segundos que ouvi a voz dele. Tampei o interfone e afirmei desesperada para as meninas. — Ele tá aí em baixo!

— Oxi, o que o Henrique veio fazer aqui? — Ceci questionou e eu ri nervosa.

— É o Jason.

— Eita caralho, tu baixou a Brandt quando deu o chá pra esse homem?

Melinda?  — seu Romeu me chamou e eu guaguejei.

— Ahn... po-po-pode deixar ele subir. — afirmei e as meninas cairam na gargalhada, dei o dedo pra elas e desliguei o interfone.

Jason.
Eu não tinha pensado muito, só peguei e fiz. Quando me liguei eu já estava estacionando em frente ao prédio onde a Melinda mora. E eu só tinha saído pra comprar mais cerveja. Neguei, desliguei o carro e entrei no prédio, cumprimentei o porteiro e pedi que ele comunicasse a Melinda.

— — Bom dia Mel, feliz ano novo filha. — ele disse e ficou esperando a resposta dela. — Tem um rapaz lhe procurando. — ele disse e eu ajeitei meu cabelo e passei a mão pela blusa. — Como é seu nome mesmo, filho?

— Jason. — afirmei e ele ficou com o interfone no ouvido, esperando a Melinda. Depois de um tempinho ela respondeu e ele ficou assentindo e logo colocou o interfone no lugar. Pediu por minha identificação, eu dei e ele autorizou a minha entrada.

— Quarto andar, filho. Apartamento 44. — eu acabei rindo e agradeci a ele, entrei no elevador e apertei o botão lá.

Melinda.
Merda, ele já tocou a campanhia e graças a afobação das meninas eu mal troquei de roupa.

— Já vou!

— Vai lá se trocar, nos enrolamos ele aqui. — Amanda disse e eu subi correndo, logo escutando a voz dele ecoar pelo andar de baixo. Tirei meu pijama na pressa, me enfiei dentro de um macaquinho, prendi meu cabelo em um rabo de cavalo alto, escovei os dentes e desci. — Pronto, já terminamos de fazer sala.

— Palhaça! — eu ri e sentia o Jason me encarando, ela arrastou as meninas para o andar de cima, mas com certeza ficariam no topo da escada, escondidas e ouvindo tudo. — Oi, Jason.

— Achei que falaria que não estava em casa. — ele fez piada e eu revirei os olhos e acabei rindo.

— Até pensei nisso, mas não dava mais tempo. — fiz uma careta e ele me olhou incrédulo. — O que você veio fazer aqui?

— Te ver... — deu um sorrisinho sínico e eu me destanciei dele indo pra cozinha. — Porque você tá fugindo de mim assim? Achei que já estavamos de boas depois da conversa lá do dia da Agnes.

Preciso segurar a minha língua, necessito.

— Sabe que isso aí já foi. — afirmei e coloquei um copo de água pra mim, ele se enconstou no balcão, cruzou os braços e estava a pouquissimos centimetros de mim. — Eu sei que nós não chegamos a falar sobre exclusividade e nem nada disso, mas eu não vou ser falsa com você e dizer que não me senti desconfortavel quando a Lua apareceu lá.

Ótimo, eu sou um fracasso para me segurar, daqui a pouco falo mais além ainda do que deveria e acabo dizendo que tô caidinha por ele. Inferno!

— Pô, Mel, é por por isso que você tá desse jeito?

— E tu acha pouco ô, filho da puta! — indaguei e ele deu risada. — Desculpa.  Não era pra ter saído da minha boca essa frase.

— Você quer saber o que ela foi fazer lá? — ele dizia com um risinho desgraçado na cara e eu ergui minhas sobrancelhas. — Ela queria conversar e eu disse que poderia e ela levou bem a sério e simplesmente apareceu lá, ás seis da manhã.

— É compreensível, apartir do momento que ela tem a chave de lá, ela tem liberdade para aparecer quando quiser...

— Não, não tem. Ela já não é mais minha namorada á meses pô, e eu já tinha mandando que ela deixasse a chave. — afirmou e eu assenti e voltei a beber da minha água. — Ela me mandou ter cuidado com você. Ela pensa que você tá apaixonadinha por mim.

Eu cuspi minha água longe, me engasguei e com certeza já sentia a morte se aproximando. Comecei a tossir sem parar e o Jason caiu na gargalhada e começou a me dá tapinhas tentando me ajudar a desengasgar. Respirei fundo quando passou e minha roupa tava toda molhada.

— Confirmação isso aí, hein... — lhe dei o dedo do meio e ele riu mais ainda. — Tá melhor?

— Tô. — eu disse baixo e fiz um barulho com a garganta. Eu só queria ser um avestruz e ter a possibilidade de enfiar minha cabeça em um buraco, eu estava morta de vergonha.

— Mel? — ele chamou a minha atenção e eu olhei apenas um tiquinho pra cima, já que ele estava do meu lado e eu era um pouco mais baixinha. — Você tá sentindo alguma parada por mim?

— Tô sim.

— Tá? — ele arregalou os olhos e eu assenti.

— Ódio da tua cara, seu sonso, filho da puta! — afirmei em tom de deboche e ele deu uma respirada como se estivesse aliviado. Eu desejei mesmo que fosse apenas uma má interpretação.

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já foram ver a nova capa da nossa nenê? 🥺

Você Não Ama Ninguém 》XAMÃOnde histórias criam vida. Descubra agora