Gaivota 2.3

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PRESENTE

   Jimin se recosta na cadeira de Namjoon, franzindo o cenho ao que tenta processar tudo.

-E então a vez em que você o viu depois disso foi...?

Yoongi cerra a mandíbula.

-O hotel.

-Hmm.

  Há muita coisa nisso. O bilhete que Taehyung deu para Yoongi é outra mensagem embaralhada que leva pra um lugar no meio do nada chamado Eden House. Um prédio antigo em Bucheon, que não significou nada para o detetive ou para os outros investigadores que reviraram o lugar de fora a dentro. A gangue, Lírio Branco, nunca apareceu sob investigação policial. Taehyung se recusou a passar informações - temendo deixar a si mesmo em perigo - e ficou incontactável por cinco dias.

-E então, no quinto dia, ele ligou pedindo por proteção em troca de informação.

-O que mudou?

O olhar de Yoongi está longe.

-Eu não sei.

Jimin estuda a linha do tempo. No dia 29 de Dezembro de 2015, Taehyung liga pedindo ajuda. Ele não fala com Yoongi, mas sim com o detetive em serviço naquela noite - um homem que foi transferido para a delegacia de Ilsan desde então. Ele transfere a ligação pra a Crimes Extraordinários, e é Seokjin que finalmente acaba atendendo.

-Ele disse que tinha uma reunião no Ace. - Yoongi explica - Um tipo de encontro geral com todos que podem se beneficiar mutualmente. O Tae disse que a Lírio Branco estava se escondendo, mas as outras gangues estavam certas de que poderiam achá-los se todos que tivessem interesse trabalhassem juntos. Ele disse que nos daria os nomes de quem estivesse lá em troca de asilo político fora do país.

-Isso soa arriscado.

-Eu também nunca entendi. Taehyung sabia que estava em perigo. Porque ele se ofereceria para ir em qualquer luga perto de lá? Mas naquela época o chefe da polícia e o nosso superintendente estavam envolvidos, então eu duvido que tivesse muita escolha. Ele ofereceu um acordo, a polícia aceitou e agora ele tinha que segui-lo. Eu disse...E-eu mesmo disse isso pra ele. Eles me fizeram dizer.

Jimin não comenta sobre como a voz de Yoongi soa abalada.

-E os nomes?

-Nós nunca conseguimos.

Park assente.

- É isso que precisamos saber, então. A veracidade desse vídeo, as pessoas atrás de Taehyung e aqueles que compareceram a reunião no Ace. Há câmeras de segurança no hotel?

-Acha que eu não tentei? Tudo apagado.

-E esse tal de Gaivota? Você conseguiu falar com ele?

-Ele está se escondendo. - o mais velho diz, suspirando - Eu paguei meia dúzia de gangues pra me ligarem caso soubessem qualquer notícia do garoto. Não tenho um rosto pra ele, nem um nome. Só esse apelido estúpido.

-Você chegou as câmeras dos caminhões de entrega?

-Apagadas também.

-Impressões digitais? Evidências forenses?

-Sem digitais identificáveis. - Yoongi se recosta na parede de forma largada - O Chefe da Seção nos proibiu de investigar além, dizendo que já tínhamos contaminado a cena do crime durante-durante a Operação não autorizada.

Jimin exala sob as palmas das mãos, uma frustração repentina se enrolando em seu peito.

-DNA? Eu sei que não...Que não há relatórios forenses, só as coisas escassas que o Hoseok-hyung consegui pra você. Mas eles não poderiam ter conduzido testes de DNA cujos resultados não nos forneceram?

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