Corvos 4.2

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PRESENTE

Jungkook não é nada como Jimin lembra.

Isso não significa nada, é claro, porque a última vez em que o viu, Jeon tinha 11 anos. Talvez menos. Ele está bem mais alto agora, numa forma atlética e musculosa que sugeste que ele claramente se cuida. Para sobreviver como o líder de uma gangue de Extraordinários, você tem que fazê-lo.

Ele ainda tem os mesmos grandes olhos redondos e boca fina dos quais Park se lembra.

Gaivota. - diz, balançando a cabeça - Qual é a desse nome?

Jungkook dá um sorriso fraco ao que esquenta água para o chá. Ele ainda têm o estranho mesmo sorriso de coelhinho, também. Contrastados com os nós dos dedos machucados e uma cicatriz de faca em seu queixo, isso parece totalmente em desacordo para Jimin.

Busan é conhecida pelas gaivotas.

Jimin se encontra perambulando pelo apartamento, olhando para os arquivos e caixas de papelão que cobrem cada superfície. Há bebidas alcoólicas baratas e exportadas na maioria das caixas, claramenete contrabandeadas. Os arquivos conté informações da polícia e relatórios médicos aos quais Jungkook nunca deveria ter acesso. Há fios e monitores e computadores também, alguns outros equipamentos que Jimin não consegue identificar, telas brilhando em todas as paredes com imagens de becos escuros ou interiores de prédios.

Eu não achei que você fosse sentir saudade de casa. - o policial diz - Depois do que aconteceu lá.

Jungkook o encara. As roupas que ele veste o engolem - ele parece um garotinho nelas. Seus pijamas são surrados e com buracos, o cabelo ainda molhado do banho e se curvando em baixo da cobertura grossa de seu capuz. Jimin se lembra do garoto de olhos brilhantes e voz doce com quem costumava resolver quebra-cabeças e sente uma investida abrupta de emoções na boca de seu estÔmago.

As mãos do destino levam a lugares estranhos.

Eu gosto do lugar mesmo assim. - o mais novo diz hesitante - E de algumas-algumas pessoas lá. Nem todo mundo era tão mal.

Park para em frente a uma parede. Há fotos presas lá, uma linha vermelha conectado uma a outra, recortes de jornais e fotos de câmeras de segurança e notas escritas a mão, tudo junto em uma bagunça compreensível somente para Jungkook. Ele avista Taehyung ali, sorrindo num cenário escuro, com um cachorro grande e fofo escondido embaixo de seu queixo. Também avista a si mesmo, em seu uniforme da polícia, incomodado e nada sorridente. E Yoongi-Yoongi está lá também, fazendo uma careta para câmera ao que Taehyung tenta convencê-lo a fazer uma pose.

Jungkook reparte o chá em duas canecas para eles.

Eu penso em você com frequência, hyung. - diz e Jimin se afasta da parede para pegar a caneca - Tipo...Será que o Jimin hyung sente a minha falta? Ele ainda anda resolvendo aqueles quebra cabeças bobos de revista? Quem está jogando jogos de fliperama com o Jimin hyung? Esse tipo de coisa. Então eu achei que você provavelmente tinha esquecido de mim.

Jimin balança a cabeça. Ele precisou de sugestões para lembrar o nome de Jungkook, mas não dele. Não dos dias de brincadeiras no parquinho e fliperama.

Não tinha muita coisa pra fazer quando eu vim pra Seul. Eu tentei escrever pra você. - o olha firme voltado em sua direção é inquietante para Jimin - Eles não deixavam.

- Eles?

Antes de eu te contar alguma coisa, quero saber em que conjuntura você está aqui. - Jungkook diz, convidando-o para se sentar no sofá entulhado - Você está me investigando, como um policial? Está aqui porque meu homem te disse meu nome e você estava curioso para saber o que aconteceu com o pequeno Jeon Jungkook? Ou você está aqui pelo-pelo Taehyungie hyung?

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